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Sem propósito, não há como empresas exigirem desempenho

Capitalismo baseado apenas no lucro não funciona mais no mundo atual, alerta diretor do Instituto Capitalismo Consciente, em palestra no HSM Expo 2016

Banco Imobiliário: capitalismo baseado apenas no lucro não funciona mais no mundo atual (Thinkstock)

Tatiana Vaz

Publicado em 7 de novembro de 2016 às 13h17.

São Paulo – O capitalismo baseado apenas no lucro, no modelo “banco imobiliário”, em que apenas os melhores negócios sobrevivem, não funciona mais no mundo atual.

Melhor preparadas e aptas e dispor seus esforços em pró de um bem comum, as pessoas não estão mais dispostas a trabalhar em lugares sem um propósito.

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O desafio maior, então, está com as grandes empresas. São elas que precisam entender e definir a essência da sua existência, o motivo que as levam a fazer diferença no mundo.

“Sem propósito, não há como elas exigirem um ótimo desempenho dos funcionários porque o que os motiva é a vontade de transformar e contribuir para uma sociedade melhor”, disse Thomas Eckschmidt, em sua palestra no HSM Expo 2016, que acontece em São Paulo.

O executivo, que já trabalhou em grandes multinacionais antes de abrir sua startup, comanda o Capitalismo Consciente, instituto que ajuda as companhias a descobrirem suas missões.

Para Eckschmidt, as maiores transformações da sociedade aconteceram nos últimos séculos graças ao capitalismo e a constante busca do lucro, uma visão que fez com que as empresas enxergassem as pessoas como recursos a serem descartados quando não mais úteis.

“A maior invenção da humanidade foi a pessoa jurídica, quando as pessoas começaram a juntar talentos para atender as necessidades da sociedade”, afirmou ele. “Hoje, no entanto, os valores dos profissionais vão além do lucro, do benefício próprio. Os negócios precisam acompanhar isso”.

Um dos exemplos disso é o fato da maioria dos jovens hoje não ter mais a ambição de ter um carro ou uma casa própria – a preferência é por compartilhar esses itens, com ajuda de negócios como Uber e Airbnb.

“Dentro de empresas há poucas pessoas realmente comprometidas e é preciso que os negócios entendam de uma vez que oferecer a elas apenas benefícios financeiros não basta”, afirmou Eckschmidt.

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