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Seadrill fará aporte de US$ 1,2 bilhão na Sete Brasil

Além dos recursos que vão contribuir para dar um alívio ao caixa da empresa, a Seadrill poderia ajudar na transição gradativa desejada pela Sete Brasil


	Presidente da Sete Brasil, Luiz Eduardo Guimarães Carneiro: o grupo norueguês deve injetar até US$ 1,2 bilhão na Sete Brasil
 (Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados)

Presidente da Sete Brasil, Luiz Eduardo Guimarães Carneiro: o grupo norueguês deve injetar até US$ 1,2 bilhão na Sete Brasil (Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados)

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Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2015 às 09h22.

Brasília - A perfuradora de poços petrolíferos e operadora de plataformas Seadrill deve se tornar sócia da Sete Brasil, empresa criada para construir e administrar as sondas da Petrobras no pré-sal.

O jornal "O Estado de S. Paulo" apurou que o grupo norueguês deve injetar até US$ 1,2 bilhão na companhia brasileira.

Além dos recursos que vão contribuir para dar um alívio ao caixa da empresa endividada, a Seadrill poderia ajudar na transição gradativa desejada pela Sete Brasil, de uma empresa de ativos para uma operadora de sondas.

A Seadrill já tinha contrato com a Sete Brasil para operar três das sete sondas que estão sendo construídas em Aracruz (ES), tendo como parceiro tecnológico a Jurong Shipyard, de Cingapura.

No novo desenho da empresa, o grupo norueguês assume o papel de acionista, ao lado de grandes bancos brasileiros (Bradesco, Satander e BTG Pactual), fundos de pensão e a própria petroleira.

A Sete Brasil foi criada para construir 29 sondas, das quais 28 seriam endereçadas à Petrobras. A entrada de um novo sócio é mais uma das soluções estudadas para salvar a empresa da ruína, depois que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desistiu de financiar US$ 9,3 bilhões para a construção de 21 sondas.

Já está certo que a empresa vai encolher. Serão construídas apenas 19 sondas, incluindo quatro que serão assumidas por empresas e um banco de desenvolvimento japoneses, que passarão a ser sócios da Odebrecht.

Os bancos credores dos empréstimos-ponte aceitaram prorrogar por mais 45 dias as operações que venceriam por agora. Em conjunto, os maiores bancos do País emprestaram US$ 3,6 bilhões à empresa em operações de curto prazo, que já deveriam estar quitadas.

O Standard Chartered executou a garantia do empréstimo, mas tinha a menor participação, cerca de US$ 250 milhões.

O maior financiador dos empréstimos-ponte é o Banco do Brasil, com empréstimos superiores a R$ 3 bilhões. Bradesco, Itaú BBA e Santander teriam emprestado valores superiores a R$ 2 bilhões cada um e a Caixa, R$ 1,5 bilhão.

Falta uma definição ainda sobre a parte que ficará para cada um desses bancos que devem conceder financiamentos de longo prazo, em substituição ao que seria liberado pelo BNDES.

Há quem defenda que, se não houver interesse por nenhuma instituição privada, BB e Caixa assumam os desembolsos, em torno de US$ 4 bilhões.

O BNDES não chegou a desembolsar nem a primeira parte do financiamento de longo prazo (US$ 3,1 bilhões), que chegou a ser aprovada pelo banco de fomento, mas foi suspensa depois que a Sete Brasil passou a ser citada nos esquemas de corrupção da Petrobras, no âmbito da Operação Lava Jato.

Os bancos credores, em especial BB e Caixa, vão assumir o financiamento de longo prazo, que será usado também para abater uma parte dos empréstimos-ponte. Nada impede que as instituições busquem no BNDES os recursos necessários, mas nem todo o risco da operação será delas.

A garantia, segundo fontes ouvidas pelo jornal, serão as 19 sondas que deverão construídas - contra as 29 do modelo inicial, das quais 28 seriam alugadas à Petrobras.

De acordo com a Sete, 17 sondas estão em fase de construção, com corte de chapa de aço, dez estão com mais de 30% de avanço nas obras e apenas duas têm mais de 80%.

Demissão

Se a Sete Brasil não encontrar uma solução para o financiamento das sondas, corre-se o risco de aumentar o número de demitidos na indústria naval. No início do ano, 84 mil pessoas estavam empregadas no setor.

Hoje, esse número é de 67 mil e pode cair para 40 mil com a demora na resolução do endividamento da empresa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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