Santander vê primeiros sinais da crise, mas bate projeção de lucro
Santander informou que o número de contratos fechados com clientes nas agências e a receita de prestação de serviços caíram com a pandemia de covid-19
Reuters
Publicado em 28 de abril de 2020 às 08h58.
Última atualização em 28 de abril de 2020 às 23h43.
O BancoSantanderBrasil divulgou nesta terça-feira lucro líquido acima do esperado por analistas para o primeiro trimestre, impulsionado por outro período de rápido crescimento da carteira de empréstimos, mas já mostrou os primeiros sinais da crise trazida pela pandemia de coronavírus.
O Santander Brasil informou que o número de contratos fechados com clientes nas agências caiu 26% desde 16 de março, quando a pandemia começou a ganhar mais impulso no Brasil.
O efeito da epidemia também foi sentido na receita de prestação de serviços, que caiu 6,7% em relação ao trimestre anterior, para 4,482 bilhões de reais, em parte devido aos problemas causados pelo isolamento social adotado como forma de frear o vírus, segundo o Santander Brasil.
O banco também destacou que a redução de custos será fundamental neste momento, mas não deu mais detalhes das ações tomadas.
O lucro líquido recorrente do banco foi de 3,853 bilhões de reais no primeiro trimestre, 9,2% superior ao previsto pelos analistas consultados pela Refinitiv, e também 10,5% acima do mesmo trimestre do ano anterior.
A carteira de empréstimos do Santander Brasil encerrou março em 378,5 bilhões de reais, um aumento de 7,5% em relação a dezembro, impulsionada principalmente por empréstimos a grandes empresas, que buscaram mais crédito em meio à crise.
O retorno sobre o patrimônio do banco atingiu 22,3% no primeiro trimestre, um ponto percentual acima do trimestre anterior.
A matriz do banco espanhol, Santander SA divulgou também nesta terça-feira resultado do primeiro trimestre, apontado para uma queda de 82% no lucro líquido do período depois que a instituição reservou 1,6 bilhão de euros para cobrir as perdas esperadas pela pandemia.