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Sanções dos EUA reduzem vendas da Microsoft para empresas russas

As medidas por parte dos distribuidores russos mostram como as restrições mais rígidas de novembro estão começando a surtir efeito

Microsoft: as novas medidas reduziram a duração dos empréstimos que podem ser oferecidos às empresas financeiras russas (Mike Blake/Reuters)

Microsoft: as novas medidas reduziram a duração dos empréstimos que podem ser oferecidos às empresas financeiras russas (Mike Blake/Reuters)

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Reuters

Publicado em 22 de janeiro de 2018 às 12h37.

Moscou - Dois dos distribuidores oficiais da Microsoft na Rússia impuseram restrições à venda de software da companhia para mais de 200 companhias russas, após novas sanções por parte dos Estados Unidos, de acordo com notificações circuladas pelos distribuidores.

As medidas por parte dos distribuidores russos mostram como as restrições mais rígidas que entraram em vigor em 28 de novembro estão começando a surtir efeito.

As novas medidas reduziram a duração dos empréstimos que podem ser oferecidos às empresas financeiras russas sujeitas a sanções de 30 para 14 dias, e de 90 para 60 dias no caso de empresas de energia.

Anteriormente, as restrições afetavam principalmente bancos ocidentais credores de companhias russas, mas com prazos de financiamento tão curtos, parte das empresas que fornecem bens e serviços para clientes russos teme ficar também sujeita às regras.

É normal na Rússia fornecedores esperarem semanas ou mesmo meses para serem pagos, após submeterem recibos de bens e serviços.

Algumas companhias ocidentais foram alertadas por advogados de que o Departamento do Tesouro dos EUA pode, em teoria, avaliar esse financiamento como violação das sanções, segundo informações de várias pessoas envolvidas na discussão.

Um dos dois distribuidores da Microsoft, a empresa russa Merlion afirmou em sua notificação a parceiros que todos as empresas sob sanção que compram licenças da Microsoft devem pagar em prazos muito curtos, ou mesmo adiantado em alguns casos.

O segundo distribuidor, a RRC, disse em comunicado obtido pela Reuters que "sérias restrições estão sendo introduzidas" em pedidos da Microsoft por empresas sujeitas às sanções dos EUA.

Tanto a Merlion quanto a RRC citaram regras decorrentes do novo pacote de sanções norte-americanas - transformado em lei em 2 de agosto pelo envolvimento russo na Ucrânia e em ciberataques - como motivo para as restrições adicionais.

Nenhuma das duas respondeu aos pedidos de comentário da Reuters.

Em comunicado, a Microsoft citou "forte comprometimento em cumprir as normas legais e processo robusto em todo o mundo para ajudar a garantir que nossos parceiros também estejam em conformidade".

Em resposta às perguntas da Reuters, o porta-voz do Departamento de Tesouro dos EUA, que supervisiona o cumprimento das sanções, se referiu às orientações já divulgadas. De acordo com as orientações, as empresas norte-americanas podem negociar com as companhias na lista de sanções, contanto que os termos para pagamento não excedem a duração do empréstimo permitida.

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