Samarco prevê voltar a operar no 4º tri com capacidade menor
Limitações para captação de água e descarte de rejeitos podem fazer com que a mineradora volte a operar com menos de dois terços da capacidade
Da Redação
Publicado em 10 de março de 2016 às 20h53.
Belo Horizonte - A mineradora Samarco espera retomar a operação em Minas Gerais no quarto trimestre deste ano com quase dois terços da capacidade, devido a limitações para a captação de água e deposição de rejeitos, afirmou à Reuters o diretor-presidente da companhia, Roberto Carvalho, nesta quinta-feira.
O retorno das operações é fundamental para a joint venture da Vale e da BHP Billiton pagar indenizações bilionárias acertadas com o governo federal, após o rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG), em novembro último.
Segundo Carvalho, a Samarco retomará operações com capacidade limitada de produção de 19 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro por ano, ante as cerca de 30 milhões de toneladas anuais antes do acidente em Mariana.
Contudo, a retomada das operações ainda depende de autorizações do órgão ambiental de Minas Gerais (Semad) e do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Para a Samarco, o acordo realizado com o governo federal sobre reparações e compensações trouxe mais segurança política para a empresa voltar a operar, apesar de o acerto não conter cláusulas relacionadas ao retorno da empresa.
"A gente não trabalha com a possibilidade de a empresa não voltar a operar", afirmou o presidente, que diz estar confiante de que há clientes aguardando pelo seu retorno ao mercado, mesmo em um cenário de preços baixos das pelotas.
A empresa iniciou no mês passado junto à Semad o processo de licenciamento ambiental para a retomada das atividades. Posteriormente, deverá entrar com pedido de suspensão de embargos levantados pelo DNPM após o colapso da barragem, que deixou 18 mortos e uma pessoa ainda desaparecida.
A capacidade reduzida das operações, nos primeiros dois a três anos, acontece porque o desastre obstruiu uma das principais fontes de captação de água da Samarco. Além disso, também reduziu as possibilidades de deposição de rejeitos.
Um plano de longo prazo, para o retorno à capacidade máxima de operação, ainda dependerá de estudos a serem realizados pela companhia, assim como da autorização das autoridades.
A empresa iniciou no mês passado junto à Semad o processo de licenciamento ambiental para a retomada das atividades. Posteriormente, deverá entrar com pedido de suspensão de embargos levantados pelo DNPM após o colapso da barragem.
O rompimento da barragem foi considerado pelo governo federal a maior tragédia ambiental da história do Brasil, ao despejar uma onda gigante de lama que matou pelo menos 18 pessoas, deixou centenas de desabrigados e poluiu o importante Rio Doce, passando por diversas cidades até o mar do Espírito Santo.
Como reparações e compensações pelo desastre, a mineradora Samarco e suas controladoras acertaram pagamentos de até cerca de 12 bilhões de reais em vários anos, em acordo com o governo federal.
Retorno aguardado
Para a Samarco, o acordo realizado com o governo na semana passada trouxe mais segurança política para a empresa voltar a operar, apesar de o acerto não conter cláusulas relacionadas ao retorno da empresa.
"Uma vez ficando claro esse compromisso, o acordo (com o governo) tem esse poder de deixar claro, organizar a responsabilidade que a Samarco está demonstrando de refazer tudo que foi atingido de alguma forma", disse o executivo.
"Então, o próximo passo naturalmente vem essa questão de a empresa retomar a sua produção, não só para ter condições para arcar com todas as despesas decorrentes desse acordo, como também cumprir com nossos compromissos", afirmou ele, lembrando que há clientes aguardando pelo retorno da mineradora ao mercado, mesmo em um cenário de preços baixos das pelotas.
"A gente tem conversado com todos os clientes, eles têm dado todo o apoio e estão aguardando o retorno da Samarco, por isso a gente precisa retornar mais rápido." Funcionário da Samarco desde 1985, Carvalho destacou que tecnicamente a adequação das instalações no Complexo de Germano para o retorno das atividades é muito simples e demandaria de 90 a 120 dias.
"Não é um investimento alto (para voltar a produzir) porque não há nada complexo nessa instalação", disse.
Carvalho, que atuava como diretor comercial da companhia desde 2001, está no comando da Samarco em substituição a Ricardo Vescovi, que pediu afastamento do cargo no começo deste ano.
Caixa suficiente para 2016
Segundo o executivo, a empresa tem caixa suficiente para fazer frente a todos os seus compromissos de 2016 e ainda investir para retornar à operação.
Somente o acordo com o governo federal estipulou pagamentos de 2 bilhões de reais em 2016.
Possíveis aportes de suas acionistas (Vale e BHP) ou contratação de financiamentos não estão nos planos da empresa para este ano. O executivo evitou revelar os recursos que a empresa tem.
Formado em metalurgia, Carvalho afirmou que a empresa ainda tem reservas certificadas para operar por cerca de 50 anos, "operando" na capacidade máxima de cerca de 30 milhões de toneladas/ano.
Além disso, acredita que outros 50 anos de operação poderão ser garantidos a partir da certificação de outras reservas no local.
Belo Horizonte - A mineradora Samarco espera retomar a operação em Minas Gerais no quarto trimestre deste ano com quase dois terços da capacidade, devido a limitações para a captação de água e deposição de rejeitos, afirmou à Reuters o diretor-presidente da companhia, Roberto Carvalho, nesta quinta-feira.
O retorno das operações é fundamental para a joint venture da Vale e da BHP Billiton pagar indenizações bilionárias acertadas com o governo federal, após o rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG), em novembro último.
Segundo Carvalho, a Samarco retomará operações com capacidade limitada de produção de 19 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro por ano, ante as cerca de 30 milhões de toneladas anuais antes do acidente em Mariana.
Contudo, a retomada das operações ainda depende de autorizações do órgão ambiental de Minas Gerais (Semad) e do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Para a Samarco, o acordo realizado com o governo federal sobre reparações e compensações trouxe mais segurança política para a empresa voltar a operar, apesar de o acerto não conter cláusulas relacionadas ao retorno da empresa.
"A gente não trabalha com a possibilidade de a empresa não voltar a operar", afirmou o presidente, que diz estar confiante de que há clientes aguardando pelo seu retorno ao mercado, mesmo em um cenário de preços baixos das pelotas.
A empresa iniciou no mês passado junto à Semad o processo de licenciamento ambiental para a retomada das atividades. Posteriormente, deverá entrar com pedido de suspensão de embargos levantados pelo DNPM após o colapso da barragem, que deixou 18 mortos e uma pessoa ainda desaparecida.
A capacidade reduzida das operações, nos primeiros dois a três anos, acontece porque o desastre obstruiu uma das principais fontes de captação de água da Samarco. Além disso, também reduziu as possibilidades de deposição de rejeitos.
Um plano de longo prazo, para o retorno à capacidade máxima de operação, ainda dependerá de estudos a serem realizados pela companhia, assim como da autorização das autoridades.
A empresa iniciou no mês passado junto à Semad o processo de licenciamento ambiental para a retomada das atividades. Posteriormente, deverá entrar com pedido de suspensão de embargos levantados pelo DNPM após o colapso da barragem.
O rompimento da barragem foi considerado pelo governo federal a maior tragédia ambiental da história do Brasil, ao despejar uma onda gigante de lama que matou pelo menos 18 pessoas, deixou centenas de desabrigados e poluiu o importante Rio Doce, passando por diversas cidades até o mar do Espírito Santo.
Como reparações e compensações pelo desastre, a mineradora Samarco e suas controladoras acertaram pagamentos de até cerca de 12 bilhões de reais em vários anos, em acordo com o governo federal.
Retorno aguardado
Para a Samarco, o acordo realizado com o governo na semana passada trouxe mais segurança política para a empresa voltar a operar, apesar de o acerto não conter cláusulas relacionadas ao retorno da empresa.
"Uma vez ficando claro esse compromisso, o acordo (com o governo) tem esse poder de deixar claro, organizar a responsabilidade que a Samarco está demonstrando de refazer tudo que foi atingido de alguma forma", disse o executivo.
"Então, o próximo passo naturalmente vem essa questão de a empresa retomar a sua produção, não só para ter condições para arcar com todas as despesas decorrentes desse acordo, como também cumprir com nossos compromissos", afirmou ele, lembrando que há clientes aguardando pelo retorno da mineradora ao mercado, mesmo em um cenário de preços baixos das pelotas.
"A gente tem conversado com todos os clientes, eles têm dado todo o apoio e estão aguardando o retorno da Samarco, por isso a gente precisa retornar mais rápido." Funcionário da Samarco desde 1985, Carvalho destacou que tecnicamente a adequação das instalações no Complexo de Germano para o retorno das atividades é muito simples e demandaria de 90 a 120 dias.
"Não é um investimento alto (para voltar a produzir) porque não há nada complexo nessa instalação", disse.
Carvalho, que atuava como diretor comercial da companhia desde 2001, está no comando da Samarco em substituição a Ricardo Vescovi, que pediu afastamento do cargo no começo deste ano.
Caixa suficiente para 2016
Segundo o executivo, a empresa tem caixa suficiente para fazer frente a todos os seus compromissos de 2016 e ainda investir para retornar à operação.
Somente o acordo com o governo federal estipulou pagamentos de 2 bilhões de reais em 2016.
Possíveis aportes de suas acionistas (Vale e BHP) ou contratação de financiamentos não estão nos planos da empresa para este ano. O executivo evitou revelar os recursos que a empresa tem.
Formado em metalurgia, Carvalho afirmou que a empresa ainda tem reservas certificadas para operar por cerca de 50 anos, "operando" na capacidade máxima de cerca de 30 milhões de toneladas/ano.
Além disso, acredita que outros 50 anos de operação poderão ser garantidos a partir da certificação de outras reservas no local.