Negócios

Samarco prevê obter licenças em 2019 para retomar operações

Atividades estão paralisadas em Mariana (MG) desde novembro de 2015, quando uma das barragens de rejeitos da mineradora se rompeu

Samarco: mineradora já informou outras previsões de retorno às operações no passado, que acabaram não sendo concretizadas (Ricardo Moraes/Reuters)

Samarco: mineradora já informou outras previsões de retorno às operações no passado, que acabaram não sendo concretizadas (Ricardo Moraes/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 7 de agosto de 2018 às 16h57.

Rio de Janeiro - A Samarco prevê obter em 2019 todas as licenças necessárias para retomar sua produção de minério de ferro em Mariana (MG), onde uma de suas barragens de rejeitos se rompeu, causando a paralisação de suas atividades desde novembro de 2015, informou a empresa em nota à Reuters.

O órgão ambiental de Minas Gerais (Semad), responsável pelas licenças, por sua vez, afirmou que prevê concluir análises para eventual concessão das licenças ambientais no primeiro semestre de 2019.

A mineradora, uma joint venture entre a brasileira Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, já informou outras previsões de retorno às operações no passado, que acabaram não sendo concretizadas em meio a dificuldades da companhia de obter as autorizações ambientais.

"A Samarco, com o apoio de seus acionistas, tem trabalhado para voltar suas operações de forma responsável, com máxima segurança e apoio das comunidades. A expectativa é que as licenças necessárias para viabilizar o retorno das atividades sejam obtidas ao longo de 2019", disse a Samarco, ao responder um questionamento feito pela Reuters.

Atualmente, para retornar às operações, a Samarco precisa concluir o processo de licenciamento da Cava Alegria Sul, que irá receber os rejeitos da atividade minerária, além de uma Licença de Operação Corretiva (LOC), para todo o complexo de mineração.

Ambos os processos de licenciamento devem ser realizados de forma concomitante, uma vez que a LOC incluirá todas as estruturas, inclusive a operação da Cava Alegria Sul.

O rompimento da barragem da Samarco deixou 19 mortos, centenas de desabrigados e poluiu o rio Doce, desde a cidade de Mariana até o litoral do Estado do Espírito Santo.

Até o momento, a empresa apenas foi autorizada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) de Minas Gerais a iniciar as instalações da cava.

"A empresa precisa da aprovação da referida LOC para retomar as atividades. A previsão de finalização da análise técnica e deliberação por parte da Câmara Técnica do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) é para o primeiro semestre de 2019", disse a Semad em nota à Reuters.

O Copam é o último estágio para a deliberação sobre a licença.

A Semad pontuou ainda que, para a concessão das licenças, qualquer tipo de pendência relacionada às operações da empresa precisará estar equacionada. Isso inclui regularizações de intervenções necessárias após o colapso da barragem, assim como licenciamento de obras emergenciais, dentre outros aspectos.

A Semad é a única responsável pelo licenciamento das operações do empreendimento da Samarco em Mariana.

Procurada, a BHP respondeu em nota que "está fortemente comprometida com o reinício seguro e sustentável da Samarco e apoia financeiramente a empresa para que ela dê continuidade às ações de retorno".

Já a Vale preferiu não se manifestar.

Recentemente, o presidente-executivo da Vale, Fabio Schvartsman, afirmou que um plano de negócios sobre a Samarco estava sendo finalizado, o que poderia dar maior clareza sobre o futuro da companhia. Mas não fez previsões para o retorno das operações.

A companhias donas da Samarco anunciaram recentemente provisões bilionárias para investimentos em ações de reparação e compensação dos impactos do rompimento da barragem.

A Vale anunciou em meados de julho provisão adicional de 1,5 bilhão de reais no balanço do segundo trimestre, além dos 3,7 bilhões registrados anteriormente.

A retomada da Samarco é importante para que a companhia possa fazer frente aos seus compromissos financeiros e sócio-ambientais.

Acompanhe tudo sobre:MineradorasSamarco

Mais de Negócios

Uma cozinha bem gerida faz do italiano MOMA um negócio em expansão com receitas de R$ 64 milhões

Cartões UnionPay emitidos no exterior podem ser vinculados ao Alipay e WeChat Pay

De olho na Black Friday, Shein abre área no aeroporto de Guarulhos para acelerar entregas

Autoridade chinesa aprova criação da Beijing BNP Paribas Tian Xing Insurance