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Saiba qual é a empresa desconhecida dona da maior frota de aviões do mundo

Com 578 aeronaves que valem US$ 30,8 bilhões, a irlandesa Avolon serve Azul, Gol e Latam

Líder global: Avolon é a maior dona de aeronaves do mundo (Avolon/Divulgação)

Líder global: Avolon é a maior dona de aeronaves do mundo (Avolon/Divulgação)

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Gabriel Aguiar

Publicado em 19 de abril de 2021 às 15h08.

Última atualização em 30 de abril de 2021 às 15h07.

Líder global: Avolon é a maior dona de aeronaves do mundo (Avolon/Divulgação)

Talvez você nunca tenha ouvido falar da Avolon, mas é bem provável que já tenha viajado nos aviões da empresa de leasing. Afinal, são 578 aeronaves cedidas a 146 clientes em 61 países – incluindo Azul, Gol e Latam. Para ter ideia, no total de ativos, a companhia fechou ano passado com 30,8 bilhões de dólares, equivalente a 170,9 bilhões de reais. E já há 264 novos jatos encomendados.

Fundada em 2010, após investimento de 750 milhões de dólares (4,1 bilhões de reais) de Cinven, CVC e Oak Hill Capital, recebeu mais 300 milhões de dólares (1,6 bilhão de reais) do GIC Private Limited, o fundo soberano de Singapura , já no ano seguinte. E somente em 2012 veio a primeira encomenda de aeronaves, com Airbus e Boeing, avaliadas em 4 bilhões de dólares (22,1 bilhões de reais).

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Em 2013, junto com o banco norte-americano Wells Fargo, montou uma joint venture batizada Avolon Capital Partners (ACP). Com todas as aprovações regulatórias, recebeu o primeiro avião Boeing 737-800 NG, arrendado à Ryanair em agosto. Meses depois, a empresa foi listada na bolsa de Nova York, nos EUA, por 1,6 bilhão de dólares (equivalente a 8,8 bilhões de reais).

Após ter a maior listagem de todos os tempos por uma empresa irlandesa, a Avolon foi adquirida em 2015 pela chinesa Bohai Leasing por 7,6 bilhões de dólares (42,2 bilhões de reais) – o ágio foi de 55% em relação ao preço do IPO. Com o negócio concluído em 2016, as ações foram retiradas de Wall Street e a Avolon assumiu o controle da Hong Kong Aviation Capita.

E essa história repleta de aquisições se repetiu, porque, em 2017, foi vez de comprar o negócio de arrendamento de aeronaves do CIT Group (e encomendar 75 unidades do Boeing 737 MAX por 11 bilhões de dólares, ou seja, 61,1 bilhões de reais). Somente um ano depois, a japonesa Orix Corp adquiriu 30% da Avolon e foram pedidas mais 100 aeronaves Airbus A320neo.

Atualmente, os maiores clientes da empresa são as companhias aéreas Garuda, Hainan Airlines, IndiGo, Lion Air e TAP, que têm, juntas, 121 aeronaves arrendadas. E vale lembrar que todos os aviões estão registrados em nome da Avolon. Isso significa que, caso o contratante não pague as parcelas do leasing, todos os equipamentos são retomados pela proprietária.

Há dois anos, as agências de análise de risco Fitch Ratings, Moody's e Standard & Poor's elevaram a classificação da companhia para níveis BBB- e Baa3 – equivalentes e que mudam de acordo com o emissor. Com essa indicação, a Avolon passou a ser reconhecida pela capacidade para honrar os compromissos, mas com riscos em caso de mudanças dos fatores externos.

Presença nacional: além de Latam e Azul, a empresa cede aviões à Gol (Avolon/Divulgação)

“Ano passado foi extremamente desafiador para a indústria de aviação. Com o desenvolvimento da pandemia, os governos foram forçados a proibir viagens, resultando em frotas paradas, com impacto grave e imediato nas companhias aéreas. E, embora muitos mercados sigam bloqueados, a distribuição de vacinas está progredindo”, diz Dómhnal Slattery, CEO da Avolon.

Atualmente, a idade média da frota própria é de 5,3 anos, enquanto o prazo médio remanescente de arrendamento é de 6,8 anos – e, ano passado, a utilização da frota foi de 98%. De acordo com um estudo elaborado pela empresa em 2015, a idade média para aposentadoria de um avião é de 25 anos, só que mais de 50% da frota segue sendo utilizada após esse prazo.

Em entrevista ao Irish Times, Slattery afirma que há forte demanda por viagens em todo o mundo, mas é responsabilidade dos governos criar políticas apropriadas para impulsionar a recuperação do setor. Ainda assim, o executivo garante que a empresa está bem-posicionada, com mais liquidez e menor obrigações futuras, além de mais fluxo de caixa desde metade de 2020.

No último trimestre do ano passado, a Avolon fechou uma oferta privada de 1 bilhão de dólares em “títulos sênior” com vencimento em 2026. Ainda foram oferecidos 723 milhões de dólares em títulos para 2022 e 2023. E, por fim, a empresa de arrendamento conseguiu 675 milhões de dólares com empréstimos de vencimento até 2027 para quitar a dívida rotativa que já existia.

Gol Smiles aprova fusão

Boeing 737-Max: aeronave também está no portfólio da Avolon (Array/Reprodução)

No começo deste ano, até mês de março, a Avolon realizou 31 transações de arrendamento – que incluem novos contratos e renovações –, entregou oito novas aeronaves para seis clientes e adiou 37 encomendas previstas para os próximos dois anos, que ficaram para depois de 2025. Por fim, a companhia irlandesa também vendeu duas aeronaves durante esse período.

“Esperamos que as viagens aumentem na segunda metade de 2021. Nossas ações para fortalecer o balanço patrimonial durante 2020 nos permitiram encerrar o ano com a posição de liquidez mais forte de nossa história [cerca de 7 bilhões de dólares], garantindo que estamos bem posicionados à medida que a indústria passa para a fase de recuperação", diz Dómhnal Slattery.

No portfólio da empresa irlandesa, aeronaves das famílias A320 e 737 são as mais populares – até com 737 MAX –, com 407 unidades. Mas também há opções maiores, como é o caso dos modelos A330-200/300 e neo; e A350-900, ambos produzidos pela Airbus, e 767-300ER; 777-300ER (um dos maiores jatos da atualidade); e 787 8/9, fabricados pela norte-americana Boeing.

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