Ricardo Semler
Ricardo SemlerAcionista majoritário da Semco, de São Paulo, Brasil
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h25.
Quase tudo que aprendi sobre liderança foi graças a Lewis Carroll. Ele escreveu: "Se você não sabe para onde vai, qualquer caminho serve". Geralmente, essa frase é interpretada como uma espécie de chacota às pessoas confusas, sem direção. Eu, porém, sempre vi nela algo positivo e esclarecedor -- uma afirmação do feminino, da inteligência intuitiva. Os gerentes costumam exagerar em suas afirmativas de que sabem para onde estão rumando ou que conhecem de cor e salteado sua missão. Para mim, isso não passa de uma postura machista, militarista e que induz ao erro. Da minha parte, prefiro abrir mão do controle para dar lugar à liberdade, à criatividade e à adaptação inspirada. Foi isso que entendi com muita clareza lendo Carroll.
Na minha opinião, a má liderança está personificada em figuras como a do papa, Fidel Castro, Bill Gates e Lee Iacocca. São todos personagens magníficos, estrategistas brilhantes e gigantes da história. Eles criaram valores monumentais e transformaram as instituições que dirigem em alguns dos ícones mais importantes de nossa época. Contudo, como não conseguiram superar o próprio ego, fracassaram na construção de organizações capazes de vicejar apesar deles, e não por causa deles. Por desconhecer limites, presidem hoje instituições cada vez menos criativas, livres, inovadoras e bem-sucedidas. Se quiserem que suas organizações sobrevivam, alguém terá de inventar um modo de se desvencilhar dessa herança. Não será nada fácil.
Quase tudo que aprendi sobre liderança foi graças a Lewis Carroll. Ele escreveu: "Se você não sabe para onde vai, qualquer caminho serve". Geralmente, essa frase é interpretada como uma espécie de chacota às pessoas confusas, sem direção. Eu, porém, sempre vi nela algo positivo e esclarecedor -- uma afirmação do feminino, da inteligência intuitiva. Os gerentes costumam exagerar em suas afirmativas de que sabem para onde estão rumando ou que conhecem de cor e salteado sua missão. Para mim, isso não passa de uma postura machista, militarista e que induz ao erro. Da minha parte, prefiro abrir mão do controle para dar lugar à liberdade, à criatividade e à adaptação inspirada. Foi isso que entendi com muita clareza lendo Carroll.
Na minha opinião, a má liderança está personificada em figuras como a do papa, Fidel Castro, Bill Gates e Lee Iacocca. São todos personagens magníficos, estrategistas brilhantes e gigantes da história. Eles criaram valores monumentais e transformaram as instituições que dirigem em alguns dos ícones mais importantes de nossa época. Contudo, como não conseguiram superar o próprio ego, fracassaram na construção de organizações capazes de vicejar apesar deles, e não por causa deles. Por desconhecer limites, presidem hoje instituições cada vez menos criativas, livres, inovadoras e bem-sucedidas. Se quiserem que suas organizações sobrevivam, alguém terá de inventar um modo de se desvencilhar dessa herança. Não será nada fácil.