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Restrições em ferrovia não devem pressionar ALL, diz diretor

Restrições de velocidade na ferrovia que liga o Mato Grosso ao Porto de Santos continuam após acidente ocorrido em novembro


	Vagões de trem da ALL: trens ainda operam com velocidade reduzida na ferrovia, que responde por 60 a 65 por cento do volume transportado pela companhia
 (Nacho Doce/Reuters)

Vagões de trem da ALL: trens ainda operam com velocidade reduzida na ferrovia, que responde por 60 a 65 por cento do volume transportado pela companhia (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2014 às 17h53.

São Paulo - As restrições de velocidade em uma importante ferrovia da ALL que liga o Mato Grosso ao Porto de Santos continuam após acidente ocorrido em novembro, mas não devem impactar os volumes transportados pela empresa em 2014, afirmou um executivo da companhia nesta quarta-feira.

Segundo o diretor financeiro e de relações com investidores da ALL, Rodrigo Campos, os trens da ALL ainda operam com velocidade reduzida na ferrovia, que responde por 60 a 65 por cento do volume transportado pela companhia. O descarrilamento de novembro passado deixou oito mortos.

Ele comentou que a velocidade menor dos trens não deverá gerar fortes impactos financeiros para a companhia como os que foram registrados no quarto trimestre, quando o prejuízo da empresa cresceu mais de 50 por cento sobre um ano antes.

"Hoje temos um sistema (de operação) assistida, e tem basicamente restrição de velocidade", disse ele em entrevista por telefone, acrescentando que a companhia trabalha junto com a prefeitura de São José do Rio Preto (SP), onde o acidente ocorreu, para resolver problemas de excesso de água e esgoto na via.

Campos explicou que avaliações indicaram que a causa do acidente foi o excesso de água que chegou à ferrovia, fazendo com que o solo tenha tendência a colapsar, e que a companhia trabalha com a prefeitura de São José do Rio Preto para solucionar o problema.

"O problema de água vindo para a ferrovia continua... Não existe muita dúvida que foi isso (que causou o acidente). Todo o projeto da ferrovia estava preparado para 1 milhão de litros de água por mês, e está recebendo 12 milhões", disse o executivo.

De acordo com ele, o limite menor na velocidade deve continuar até que o problema seja resolvido. "A restrição existe e a gente sabe que pode acontecer de novo (a movimentação do solo)." Sobre os problemas em portos, que também pressionaram os volumes da companhia, a expectativa é de que restrições no terminal de açúcar da Copersucar, que sofreu um grande incêndio em outubro, continue tendo efeitos negativos.

"No (caso do) incêndio da Copersucar, o cronograma (mostra retomada) no primeiro semestre", disse Campos, acrescentando que isso pode gerar impacto no primeiro e segundo trimestres deste ano.

Ainda assim, o executivo afirmou que as expectativas para 2014 são positivas, com retomada do crescimento dos volumes transportados e continuidade do aumento dos yields (indicador que mede as tarifas cobradas pela empresa para o transporte de carga).

"O ano de 2013 foi ano que nós tivemos muitos problemas de portos. Para 2014, temos cenário de portos melhor e com isso esperamos crescer volumes", afirmou. "Para yields, tem cenário parecido com 2013, de repasse da inflação e da alta do diesel, que subiu em dezembro", disse Campos sem dar mais detalhes.

A ALL anunciou esta semana proposta de acordo para incorporação da companhia pela Rumo Logística, unidade da Cosan, mas Campos não quis comentar o assunto.

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