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Repsol vai ao leilão da ANP e aposta na produção de gás

O CEO Leonardo Junqueira destacou as mudanças regulatórias que permitem que projetos de grande volume de gás natural sejam desenvolvidos no Brasil

Repsol: a Repsol trabalha com o horizonte de iniciar a produção de Pão de Açúcar entre 2023 e 2025 (Cristina Arias/Getty Images)

Repsol: a Repsol trabalha com o horizonte de iniciar a produção de Pão de Açúcar entre 2023 e 2025 (Cristina Arias/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de setembro de 2017 às 18h10.

Rio - A espanhola Repsol vai participar sem a parceira chinesa Sinopec na 14ª Rodada de Licitações de Áreas de Petróleo e Gás Natural, que será realizada esta semana no Rio, confirmou o CEO da Repsol Sinopec Brasil, Leonardo Junqueira, após palestra em evento do setor promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (IBP).

Sem querer comentar a estratégia do leilão, Junqueira destacou as mudanças regulatórias que estão sendo feitas no Brasil e que permitem que projetos de grande volume de gás natural sejam desenvolvidos no País.

A empresa adquiriu em 2005, junto com a Petrobras e a Statoil, o campo de Pão de Açúcar, que no início da próxima década entrará em produção com potencial para "meio Gasbol", disse o executivo, referindo-se ao Gasoduto Bolivia-Brasil que tem capacidade para transportar 30 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia.

"É um dos principais projetos da carteira da Repsol a nível mundial, com produção prevista para o início da próxima década e vai contribuir com gás na Matriz Energética do pais", disse ele a jornalistas. "No Brasil agora existem vários pilares que são as alterações do marco regulatório do setor de petróleo, do setor de gás e do setor elétrico. Somando a tudo isso, temos a evolução da transição para uma economia de baixo carbono, isso vai permitir a entrada de um projeto como o nosso, de gás não associado", explicou.

O consórcio analisa também como será o escoamento do gás natural produzido no campo, que fica a 200 quilômetros da costa do Rio de Janeiro.

Uma das opções que está sendo avaliada pelo sócios é a demanda que está sendo aberta para o gás natural no Porto do Açu, ex-projeto do empresário Eike Batista e agora desenvolvido pela Prumo Logística. A expectativa é de sejam instaladas usinas térmicas e indústrias no local.

"Poderia estar atrelado ao Açu. O Açu está crescendo como um centro demandador de gás. Se vocês visualizarem na Internet, eles têm muito interesse em projetos térmicos lá", disse.

Segundo Junqueira, dos oito projetos do Rio de Janeiro inscritos para os leilões de energia elétrica do governo do final do ano, alguns devem se referir a termelétricas no Porto do Açu.

"É uma das alternativas, uma rota nova. Talvez requeira uma rota dedicada a isso, mas ainda estamos discutindo", informou.

A Repsol trabalha com o horizonte de iniciar a produção de Pão de Açúcar entre 2023 e 2025. A demora, explica, se deve à complexidade do projeto.

"É um projeto complexo, não tem CO2 como o gás do pré-sal, é um gás quase em condições de ser entregue ao mercado, mas a conceitualização de um projeto desses no Brasil é complexo porque é um mercado que precisa ser amadurecido", afirmou.

As mudanças nas regras no setor de gás natural que serão enviadas até o final do ano ao Congresso, como confirmou a representante do Ministério de Minas e Energia presente ao evento, Symone Araújo, deverão dar maior segurança ao investidor, avalia.

"Cabe a nós, como produtores, visualizar projetos térmicos paras colocar o gás. A gente considera os projetos térmicos como uma grande alternativa de geração (de energia elétrica), considerando, talvez, a inexistência de projetos hídricos nos próximos leilões", concluiu Junqueira.

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