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Redefinir atuação em telecomunicações e TI são os desafios da Siemens

Com lucro em queda, apesar dos esforços do novo presidente para reestruturar a companhia, investidores esperam definições nestas áreas

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.

O principal desafio da Siemens, em 2006, será redefinir sua atuação nos segmentos de telecomunicações e tecnologia da informação (TI). Conglomerado gigante, cujas atividades estendem-se da fabricação de lâmpadas até equipamentos médicos, passando por trens de alta velocidade, a Siemens vem registrando queda nos ganhos, apesar dos esforços do novo presidente, Klaus Kleinfeld, para reestruturar a companhia. Segundo analistas, a tarefa só terá êxito se o executivo revisar adequadamente a posição da empresa nos ramos de telecomunicações e TI.

A empresa encerrou setembro - último mês de seu ano fiscal - com um aumento de 7% no faturamento, que somou 75,4 bilhões de euros. A carteira de pedidos subiu 11%, para 83,8 bilhões. O desempenho foi favorável em todas as áreas, exceto na de sistemas de transporte. Apesar disso, o lucro líquido caiu 51% e fechou o exercício fiscal em 2,25 bilhões de euros. Pesou contra o resultado um prejuízo de 810 milhões de euros, relativo ao desinvestimento em sua unidade de telefonia móvel, vendida para a BenQ, de Taiwan. Em contrapartida, a Siemens se beneficiou de ganhos de 403 milhões de euros, devido à venda de sua participação acionária na fabricante de chips Infineon.

O quarto trimestre - julho a setembro - registrou recuo de 37% no lucro operacional, que somou 926 milhões de euros. O resultado ficou abaixo das expectativas dos analistas. A divisão de negócios em telecomunicações viu seus ganhos caírem para 53 milhões de euros, um quinto do obtido no mesmo trimestre do ano passado.

Redefinições

Duas divisões chamam a atenção dos analistas: a de telecomunicações (conhecida como Com), que produz equipamentos para telefonia fixa e móvel, e a de TI (batizada de SBS). "Reestruturar a Com será a grande tarefa de Kleinfeld em 2006", afirma Roland Pitz, analista do banco HVB, de Munique. Segundo o jornal britânico Financial Times, outros especialistas apontam também a unidade SBS como problemática.

Cerca de 25% da receita da SBS provém de prestação de serviços para a própria Siemens. O restante é gerado por consultoria e atendimento a outros clientes. Para os especialistas, é muito provável que qualquer solução para a SBS envolverá parcerias com outras empresas. As mais apontadas são a japonesa Fujitsu e a francesa Atos Origin.

Equacionar a atuação da Com, porém, é um problema mais "intratável", segundo o FT. O primeiro obstáculo é compreender qual será a evolução do mercado de equipamentos para telecomunicações. Até o momento, a Siemens está melhor posicionada no segmento de infra-estrutura para celulares, e não se sai tão bem no mercado de telefonia fixa.

De acordo com pessoas próximas a Kleinfeld, o executivo não hesitaria em se desfazer dos negócios em telefonia fixa, se continuarem sem retorno. Mas a atitude iria na contramão do que o mercado assinala. A aquisição da britânica Marconi pela Ericsson mostra que o segmento de telefonia fixa vive uma consolidação. É improvável que a Siemens torne-se apenas um espectador desse processo.

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