Redecard espera que custos voltem ao nível de 2009
Companhia quer diminuir o custo atual por transação e buscar novas parcerias
Tatiana Vaz
Publicado em 3 de fevereiro de 2011 às 11h36.
São Paulo - Volume maior de vendas a preços mais baixos. Essa foi a explicação de Roberto Medeiros, presidente da Redecard, para o lucro obtido pela empresa em 2010, de 1,4 bilhão – valor 0,3% maior comparado ao ano anterior. “Tivemos de baixar a taxa média de desconto dos varejistas para atender a uma demanda de mercado, mas aumentamos nossa carteira em 480.000 novos lojistas”, disse o executivo.
Para não perder clientes para a concorrente Cielo, depois do fim da exclusividade que começou em junho, a Redecard abaixou a taxa líquida de desconto cobrada dos lojistas. A média do valor cobrado por aluguel das máquinas (que inclui tecnologia e manutenção) ficou em 50 reais. A depreciação das novas máquinas, de 14,5% no ano, também influenciou no balanço.
“Os custos de serviços, maiores quando comparados ao ano anterior, caíram no último trimestre, enquanto o volume aumentou”, afirmou Medeiros. “Isso mostra que estamos no caminho certo e poderemos esperar um crescimento de, no mínimo, 20% - o mesmo que o mercado projeta para 2011”.
Os custos dos serviços prestados totalizaram 813,2 milhões de reais e apresentaram um aumento de 185,7 milhões de reais, ou 29,6% em relação ao ano anterior. No ano, o custo de serviço por transação foi de 0,3505 centavos – em 2009, o custo era de 0,3160 por transação. “Vamos trabalhar agora na eficiência da tecnologia e melhoria de custos para voltar ao patamar de custos de 2009”, disse.
Gama de serviços
Em 2010, a receita operacional líquida chegou a 3,4 bilhões de reais, um crescimento de 10,5% sobre 2009, em função da captura de 184,1 bilhões em transações com cartões de crédito e débito, volume 24,4% maior em relação a 2009. Houve aumento também da quantidade de transações capturadas para 2,3 bilhões no ano, 16,8% a mais que o obtido em 2009.
A Redecard registrou um maior volume de operações em seus terminais. O total de transações de débito e crédito capturadas pela companhia no ano foi de 57,2 bilhões de reais. A empresa concedeu 28,6 bilhões de reais em pagamento antecipado aos lojistas, valor 24% superior comparado a 2009. O prazo médio para pagamento aumentou de 65 dias para 73 dias no último trimestre.
Para continuar a crescer, a empresa aposta em parcerias com bandeiras e na implantação de novos serviços, como o de pagamento via celular, que está sendo testado desde o final do ano passado. “Queremos mais que uma máquina de cartão de crédito e débito, mas uma gama de serviços”, afirma o executivo. “Como o mercado não é maduro, ainda temos muito o que aumentar nossa base sem que os concorrentes nos atrapalhem”.