Proposta pelo BVA fracassa e banco deve ser liquidado
Grupo Caoa, do empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, desistiu oficialmente de comprar o BVA, que está sob intervenção do Banco Central (BC)
Da Redação
Publicado em 13 de abril de 2013 às 11h31.
São Paulo - A reunião de cotistas de um fundo de investimentos que possui títulos emitidos pelo banco BVA terminou sem acordo. Por isso, o grupo Caoa, do empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, desistiu oficialmente de comprar a instituição, que está sob intervenção do Banco Central (BC) desde 19 de outubro. Uma fonte a par do assunto disse que "só um milagre" evitará a liquidação pelo BC.
O fundo em questão tem como cotistas quase 50 fundos de pensão distribuídos pelo País. Nesta sexta-feira, representantes de 22 dessas entidades reuniram-se em São Paulo para analisar a proposta de Caoa por seus créditos.
A oferta era a mesma que foi apresentada a outros investidores do BVA: pagamento à vista de 35% dos valores aplicados no banco e a possibilidade de reaver mais 35%, variando conforme a recuperação dos créditos na carteira da instituição. A proposta nem sequer foi votada. Alguns representantes deixaram o encontro ameaçando processar o BVA.
O fundo em questão tem papel-chave na tentativa de uma solução para o banco. Em sua carteira está basicamente um CDB de longo prazo emitido pelo BVA com uma remuneração bem superior à média do mercado - cerca de 30% ao ano, segundo fontes ligadas ao Caoa.
Originalmente, esse papel valia perto de R$ 50 milhões, mas, com a remuneração já embutida, o valor subiria para cerca de R$ 300 milhões. Oliveira Andrade disse, em mais de uma ocasião, que não aceitaria comprar o BVA com esse passivo na carteira.
Um consultor de Andrade que participa das negociações informou que só resta uma chance de o BVA sobreviver: o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) conceder um empréstimo no valor equivalente ao do CDB. "É por isso que não dizemos, hoje (sexta-feira), que a chance de liquidação é de 100%. Pode acontecer algum milagre na semana que vem." Na segunda-feira, representantes de Caoa e do BVA têm reunião agendada em São Paulo.
O prazo de seis meses da intervenção pelo BC expira na próxima quinta-feira, dia 18. Tecnicamente, existe a possibilidade de que seja renovado por mais 180 dias, mas diferentes fontes que acompanham a novela do BVA consideram a hipótese remota.
Oliveira Andrade surgiu como principal (e, posteriormente, único) interessado na compra do BVA porque possui cerca de R$ 600 milhões aplicados no banco. Para não perder o dinheiro, resolveu tentar comprá-lo.
Para que a proposta vingasse, seus negociadores estabeleceram que seria preciso a adesão de ao menos 90% dos credores. Até esta sexta-feira, 70% haviam aceitado as condições - R$ 650 milhões num total de R$ 900 milhões.
A negativa dos cotistas do fundo, aliada à resistência de parte dos credores, levou o Caoa a desistir. Mas a novela ainda não terminou: Oliveira Andrade é conhecido por ser um negociador temperamental, que pode mudar de ideia a qualquer momento. Neste instante, o que pode demovê-lo da decisão de desistir do negócio é uma flexibilização das condições pelo FGC. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
São Paulo - A reunião de cotistas de um fundo de investimentos que possui títulos emitidos pelo banco BVA terminou sem acordo. Por isso, o grupo Caoa, do empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, desistiu oficialmente de comprar a instituição, que está sob intervenção do Banco Central (BC) desde 19 de outubro. Uma fonte a par do assunto disse que "só um milagre" evitará a liquidação pelo BC.
O fundo em questão tem como cotistas quase 50 fundos de pensão distribuídos pelo País. Nesta sexta-feira, representantes de 22 dessas entidades reuniram-se em São Paulo para analisar a proposta de Caoa por seus créditos.
A oferta era a mesma que foi apresentada a outros investidores do BVA: pagamento à vista de 35% dos valores aplicados no banco e a possibilidade de reaver mais 35%, variando conforme a recuperação dos créditos na carteira da instituição. A proposta nem sequer foi votada. Alguns representantes deixaram o encontro ameaçando processar o BVA.
O fundo em questão tem papel-chave na tentativa de uma solução para o banco. Em sua carteira está basicamente um CDB de longo prazo emitido pelo BVA com uma remuneração bem superior à média do mercado - cerca de 30% ao ano, segundo fontes ligadas ao Caoa.
Originalmente, esse papel valia perto de R$ 50 milhões, mas, com a remuneração já embutida, o valor subiria para cerca de R$ 300 milhões. Oliveira Andrade disse, em mais de uma ocasião, que não aceitaria comprar o BVA com esse passivo na carteira.
Um consultor de Andrade que participa das negociações informou que só resta uma chance de o BVA sobreviver: o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) conceder um empréstimo no valor equivalente ao do CDB. "É por isso que não dizemos, hoje (sexta-feira), que a chance de liquidação é de 100%. Pode acontecer algum milagre na semana que vem." Na segunda-feira, representantes de Caoa e do BVA têm reunião agendada em São Paulo.
O prazo de seis meses da intervenção pelo BC expira na próxima quinta-feira, dia 18. Tecnicamente, existe a possibilidade de que seja renovado por mais 180 dias, mas diferentes fontes que acompanham a novela do BVA consideram a hipótese remota.
Oliveira Andrade surgiu como principal (e, posteriormente, único) interessado na compra do BVA porque possui cerca de R$ 600 milhões aplicados no banco. Para não perder o dinheiro, resolveu tentar comprá-lo.
Para que a proposta vingasse, seus negociadores estabeleceram que seria preciso a adesão de ao menos 90% dos credores. Até esta sexta-feira, 70% haviam aceitado as condições - R$ 650 milhões num total de R$ 900 milhões.
A negativa dos cotistas do fundo, aliada à resistência de parte dos credores, levou o Caoa a desistir. Mas a novela ainda não terminou: Oliveira Andrade é conhecido por ser um negociador temperamental, que pode mudar de ideia a qualquer momento. Neste instante, o que pode demovê-lo da decisão de desistir do negócio é uma flexibilização das condições pelo FGC. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.