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Promotoria abre inquérito por denúncia de racismo no Mc Donald's

Segurança teria impedido mulher negra de comprar no estabelecimento quando ela apresentou cartão do Bolsa Família

McDonald's: promotoria investiga se existe racismo institucional na empresa (Pixabay/Reprodução)

McDonald's: promotoria investiga se existe racismo institucional na empresa (Pixabay/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de abril de 2019 às 20h08.

Última atualização em 3 de abril de 2019 às 14h39.

A Promotoria de Justiça dos Direitos Humanos instaurou inquérito civil nesta segunda, 1, para apurar suposta discriminação racial dentro de uma loja do Mc Donald's, em São Paulo. O Ministério Público vai apurar a responsabilidade da rede sobre o caso e também verificar se a empresa possui políticas corporativas de promoção da igualdade racial. As informações foram divulgadas pelo site da Promotoria de São Paulo.

De acordo com a portaria de instauração do inquérito, assinada pelo promotor de Justiça Eduardo Valerio, "Fernanda, que é negra, estava em companhia de seus dois filhos, de 7 e 3 anos, quando foi a uma unidade do McDonald's situada na rua Domingos de Morais, na capital paulista, com o intuito de comprar um sorvete no quiosque da loja".

"Ao entregar o cartão do Bolsa Família (utilizado, no momento, como um cartão de débito), Fernanda foi abordada por um segurança do estabelecimento comercial, que impediu a realização da venda. Segundo a vítima, o segurança da loja gritou para ela: 'Não é para ficar pedindo aí não! Sai fora!'".

O promotor diz que "há indícios de prática de racismo institucional nas dependências da rede de restaurantes McDonald's, e que a Constituição Federal estabelece como objetivo do País a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação".

Entre as diligências determinadas pelo promotor de Justiça está o envio de ofício ao McDonald's Brasil dando prazo de 30 dias para que a empresa responda, por exemplo, quais são as ordens e orientações dadas aos empregados próprios e de empresas terceirizadas no que se refere ao relacionamento entre eles e entre esses e os clientes do estabelecimento comercial e se há alguma orientação dada quanto a aspectos raciais e étnicos de funcionários e clientes.

Em nota, o McDonald's afirmou que, até a conclusão das investigações, afastou o funcionário terceirizado.

"O McDonald’s informa que não compactua com nenhum tipo de discriminação e está realizando a apuração interna sobre o caso. Preliminarmente e até que tudo esteja esclarecido, a rede afastou o funcionário terceirizado envolvido", disse a companhia .

 

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