Mesmo com deficit, produtoras evitam importar milho dos EUA
Mesmo com deficit de milho no Brasil, produtoras de frango não querem importar produto geneticamente modificado dos Estados Unidos
Da Redação
Publicado em 9 de junho de 2016 às 14h36.
Para a enorme indústria aviária do Brasil, que enfrenta uma surpreendente escassez doméstica do milho com o qual alimenta suas aves, a solução parecia óbvia: importar o grão dos EUA , onde os estoques nunca foram tão grandes.
Contudo, não houve importação dos EUA até esta altura do ano, apesar da falta de milho ser tão severa que forçou as produtoras de frango a reduzirem a produção em 10 por cento nos últimos meses.
As empresas não estão comprando o grão americano porque temem que as estritas regulações do Brasil para os organismos geneticamente modificados (OGMs) ameacem interromper as importações, segundo pessoas familiarizadas com a situação.
O destino de um carregamento de milho que chegou ao Brasil em abril ilustra as preocupações com os atrasos portuários, que são potencialmente custosos.
O carregamento veio da Argentina, que cultiva algumas variedades de milho modificado não permitidas no Brasil, e inicialmente foi proibido de descarregar, disse uma das pessoas.
Embora nenhuma regra tenha sido violada e o desembarque do grão tenha sido permitido, afinal, foi preciso uma semana para que o comprador convencesse as autoridades de que a carga era legítima, disse a pessoa.
No Brasil -- e em muitos outros lugares -- os OGMs são um tópico sensível, alvo de campanhas de grupos ambientalistas. As commodities agrícolas modificadas precisam ser cuidadosamente segregadas e as inspeções portuárias são estritas.
O Brasil permite que os produtores rurais cultivem soja OGM e 29 variedades de milho modificado.
Contudo, há 43 tipos de milho OGM cultivados nos EUA, segundo o Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações Agrobiotécnicas, uma associação do setor.
A indústria de frango do Brasil, país que é o maior exportador da carne, e as tradings de grãos agora estão avaliando solicitar aprovação ao governo para importar carregamentos GMO que não são permitidos atualmente, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque as deliberações são privadas.
Neri Geller, secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, confirmou as discussões e disse que elas ainda são preliminares. “Ainda não foi feito um pedido formal ao Ministério da Agricultura”, disse ele na segunda-feira em entrevista.
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança do Brasil (CTNBio), órgão responsável pelas aprovações de GMO, não recebeu nenhum pedido formal para autorizar a importação de variedades de milho atualmente proibidas, nem foi informada sobre qualquer dificuldade na importação, disse o órgão na terça-feira, por e-mail.
As incertezas da importação de alimentos modificados no Brasil ilustram como a ampla variação da regulação GMO ao redor do mundo pode às vezes interromper o comércio internacional.
Nos últimos anos, algumas das maiores tradings de commodities se recusaram a receber certos carregamentos de GMO dos produtores porque as sementes usadas não receberam um leque completo de aprovações internacionais, algo que pode levar a retenções nos portos ou até mesmo à rejeição de cargas inteiras.
Para a enorme indústria aviária do Brasil, que enfrenta uma surpreendente escassez doméstica do milho com o qual alimenta suas aves, a solução parecia óbvia: importar o grão dos EUA , onde os estoques nunca foram tão grandes.
Contudo, não houve importação dos EUA até esta altura do ano, apesar da falta de milho ser tão severa que forçou as produtoras de frango a reduzirem a produção em 10 por cento nos últimos meses.
As empresas não estão comprando o grão americano porque temem que as estritas regulações do Brasil para os organismos geneticamente modificados (OGMs) ameacem interromper as importações, segundo pessoas familiarizadas com a situação.
O destino de um carregamento de milho que chegou ao Brasil em abril ilustra as preocupações com os atrasos portuários, que são potencialmente custosos.
O carregamento veio da Argentina, que cultiva algumas variedades de milho modificado não permitidas no Brasil, e inicialmente foi proibido de descarregar, disse uma das pessoas.
Embora nenhuma regra tenha sido violada e o desembarque do grão tenha sido permitido, afinal, foi preciso uma semana para que o comprador convencesse as autoridades de que a carga era legítima, disse a pessoa.
No Brasil -- e em muitos outros lugares -- os OGMs são um tópico sensível, alvo de campanhas de grupos ambientalistas. As commodities agrícolas modificadas precisam ser cuidadosamente segregadas e as inspeções portuárias são estritas.
O Brasil permite que os produtores rurais cultivem soja OGM e 29 variedades de milho modificado.
Contudo, há 43 tipos de milho OGM cultivados nos EUA, segundo o Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações Agrobiotécnicas, uma associação do setor.
A indústria de frango do Brasil, país que é o maior exportador da carne, e as tradings de grãos agora estão avaliando solicitar aprovação ao governo para importar carregamentos GMO que não são permitidos atualmente, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque as deliberações são privadas.
Neri Geller, secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, confirmou as discussões e disse que elas ainda são preliminares. “Ainda não foi feito um pedido formal ao Ministério da Agricultura”, disse ele na segunda-feira em entrevista.
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança do Brasil (CTNBio), órgão responsável pelas aprovações de GMO, não recebeu nenhum pedido formal para autorizar a importação de variedades de milho atualmente proibidas, nem foi informada sobre qualquer dificuldade na importação, disse o órgão na terça-feira, por e-mail.
As incertezas da importação de alimentos modificados no Brasil ilustram como a ampla variação da regulação GMO ao redor do mundo pode às vezes interromper o comércio internacional.
Nos últimos anos, algumas das maiores tradings de commodities se recusaram a receber certos carregamentos de GMO dos produtores porque as sementes usadas não receberam um leque completo de aprovações internacionais, algo que pode levar a retenções nos portos ou até mesmo à rejeição de cargas inteiras.