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Produção de etanol da Guarani deve crescer 34%

Produção do combustível nas sete unidades da empresa, da qual a Tereos é acionista majoritária, deve atingir 720 milhões de litros em 2014/2015


	Usina de biocombustíveis da Tereos: objetivo é chegar ao teto estimado de produção este ano
 (Alain Julien/AFP)

Usina de biocombustíveis da Tereos: objetivo é chegar ao teto estimado de produção este ano (Alain Julien/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2014 às 17h22.

São Paulo - O diretor da divisão de cana-de-açúcar da Tereos Internacional, Jacyr Costa Filho, afirmou, em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que a produção de etanol nas sete unidades da Guarani - empresa da qual a companhia é acionista majoritária - deve atingir 720 milhões de litros em 2014/2015, alta de 34,6% sobre os 535 milhões de litros da safra passada.

"Com uma rentabilidade maior, aumentamos a produção do combustível e esperamos chegar ao teto estimado de produção, entre 650 milhões e 720 milhões de litros, este ano", disse. "O mercado sinaliza, pelos preços baixos, que está saturado de açúcar e nossa produção deve atender um mercado que demanda mais o combustível", completou.

A Guarani deve processar até 21 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na atual safra, leve alta sobre as 19,7 milhões de toneladas moídas na safra 2013/2014, mas uma queda de 5% ante o esperado anteriormente, por conta da estiagem que provocou quebra de produção.

No entanto, a seca trouxe um aumento na produtividade, de acordo com o executivo, apontada na última avaliação da Tereos Internacional feita nos canaviais, na semana passada. "A notícia positiva é que a seca trouxe um aumento na qualidade da cana, e esperamos que um aumento do ATR (Açúcar Total Recuperável) de 138 quilos (por tonelada processada) para 140 kg/t", disse Costa.

No entanto, segundo o diretor da Tereos Internacional, a seca do início do ano e a estiagem também registrada a partir de maio deste ano devem prejudicar a produtividade da cana na safra 2015/2016, cuja colheita começa em abril do ano que vem.

"É cedo para falar, mas efeito negativo já tem, porque a cana cortada depois de maio deste ano não recebeu chuvas. É claro que pode ter recuperação com as chuvas que virão, mas a expectativa é de uma redução de produtividade."

Costa citou que em 2015 termina o ciclo de aportes de R$ 1,6 bilhão, no total, feitos pela Petrobras Biocombustível na Guarani, valor de investimento da companhia de origem francesa no Brasil em troca da participação da petroleira nacional na produtora de açúcar, etanol e energia.

Um dos investimentos foi ampliar a produção de energia cogerada até atingir 1,2 milhão de Megawatt/hora no próximo ano. "Estamos finalizando os investimentos de cogeração e todos os outros investimentos serão canalizados em aumento de produtividade e a consequente redução nos custos, porque não adianta crescer produção com um mercado que mostra não querer mais açúcar", afirmou.

Costa avaliou que a perspectiva de aumento na mistura do etanol anidro à gasolina, de 25% para 27,5%, se autorizada, só deve trazer efeitos práticos para o setor a partir do começo da próxima safra, em abril de 2015.

O executivo lembra que não há tempo para que as companhias do setor se programem para aumentar a oferta do combustível até o final da atual safra, em novembro deste ano.

Já o retorno da cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina, que daria mais competitividade ao álcool, é considerada pelo diretor da Tereos Internacional "uma demanda justa" do setor, "pois reconhece os benefícios gerados pelo etanol" ante o combustível fóssil.

"É um ganho para a sociedade a utilização do etanol e acredito que o pleito do setor será atendido pelos três candidatos (a presidente da República) como plataforma de governo", concluiu.

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