Pressionada, Kroton mira a educação básica
ÀS SETE - Nesta sexta-feira é dia de conferir os resultados do 3º trimestre do maior grupo de educação do país, que deve surpreender negativamente
Da Redação
Publicado em 10 de novembro de 2017 às 06h29.
Última atualização em 10 de novembro de 2017 às 07h22.
Com a temporada de balanços chegando à reta final, nesta sexta-feira é dia de conferir os resultados do terceiro trimestre do maior grupo de educação do país, a Kroton . Acostumada a apresentar bons resultados, a Kroton deve surpreender negativamente.
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O lucro da Kroton deve crescer 4% na comparação anual e ter uma queda de 30% na comparação trimestral, para 381 milhões de reais. O resultado deve refletir os dados já publicados pela empresa, que mostram uma “significante redução na base de alunos”, conforme afirmam analistas do Itaú BBA em relatório.
A base total de alunos do grupo no terceiro trimestre caiu 1,5%, para 901.600 estudantes. A principal contração veio do total de alunos presenciais, que teve redução de 6%. A Kroton afirma que o resultado foi impactado pelo alto número de formaturas, que subiu 11% na comparação com o segundo trimestre do ano passado. Mas as rematrículas também caíram, 7%, e evasão presencial foi alta, de 13,6%.
A crise econômica e a redução do financiamento público, o FIES, continuam afetando os resultados das principais empresas de ensino superior. Como a vida ficou mais difícil, a estratégia das maiores redes agora é entrar no promissor mercado de educação básica (que compreende desde a educação infantil até o ensino médio), ainda pouco consolidado no país.
A Kroton está avaliando 16 ativos na área, três deles em fase avançada de negociação. Segundo a empresa, o foco se concentra em escolas de marca forte e com valor médio de mensalidade acima de 1.250 reais por aluno.
A Estácio, segunda maior rede do país, decidiu se concentrar na classe popular, com mensalidades entre 595 e 695 reais. Em outubro, a companhia anunciou o processo de matrícula das aulas da Escola Estácio, que será de ensino médio e profissionalizante. As aulas serão ministradas nos próprios campi das faculdades, nos períodos da manhã e tarde, quando a taxa de ocupação é baixa. A aquisição de outras instituições também está no radar.
A Estácio estava em processo para ser adquirida pela Kroton até junho deste ano, quando o Conselho Administrativo de Defesa Econômica vetou a união. Agora, cada uma segue seu caminho. Ou melhor, as duas seguem o mesmo caminho.