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Presidente da Petrobras faz autocrítica após resultado ruim

A perda de US$ 663 milhões no segundo trimestre anunciada na sexta-feira tomou de surpresa o mercado, que aguardava ganhos de quase US$ 2 bilhões

Graças Foster: as principais razões citadas para o decepcionante resultado foram a desvalorização do real (Roosewelt Pinheiro/ABr)
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Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2012 às 22h12.

São Paulo - A presidente da Petrobras , Maria das Graças Foster, fez, nesta segunda-feira, uma forte autocrítica da gestão da quinta maior petroleira do mundo, que registrou no segundo trimestre seu pior desempenho em 13 anos, e afirmou que a empresa deve se concentrar em produzir mais petróleo e reduzir custos.

A perda de US$ 663 milhões no segundo trimestre anunciada na sexta-feira tomou de surpresa o mercado, que aguardava ganhos de quase US$ 2 bilhões.

As principais razões citadas para o decepcionante resultado foram a desvalorização do real (a empresa têm dívida e altos custos em dólares), o fechamento ou abandono de 41 poços perfurados entre 2009 e 2012, a defasagem no preço dos derivados vendidos no Brasil, a queda da produção de petróleo, maiores custos de extração e mais importações de gás devido a um aumento do consumo das termoelétricas.

A Petrobras projetou na segunda-feira que a produção se recuperará no quarto trimestre do ano, e manteve sem mudança sua meta de produção para 2012, em 2 milhões de barris equivalentes de petróleo por dia (bep/d), estável com relação ao ano passado.

Foster, empenhada em tornar mais realistas as metas da empresa desde que assumiu o cargo em janeiro, disse em coletiva de imprensa que as perdas foram provocadas "por uma série de razões, algumas dependem da Petrobras e outras não" e disse que é preciso se concentrar nas causas que a companhia pode controlar.


"A produção, por exemplo, depende de nós, da Petrobras, não depende para nada do governo. Depende de fazer uma boa planificação, de seguir a trilha para planificação que traçamos. Depende unicamente de nós, da recuperação operacional da bacia de Santos" (sudeste do país), disse.

O governo, acionista majoritário da Petrobras, é reticente em repassar a alta dos preços internacionais para a gasolina e o diesel, como o fez em junho e julho, para não empurrar a inflação, o que também afetaria o resultado da empresa.

Com gigantescos investimentos de 236,500 bilhões de dólares previstos para até 2016, o maior plano de investimento empresarial mundial, a Petrobras busca mais que duplicar para 2020 sua produção de petróleo para converter-se em um dos maiores produtores do planeta após a descoberta de gigantescas reservas a mais de 6 km debaixo do solo marinho, na região chamada "pré-sal".

Contudo, desde 2003 a empresa não tem conseguido cumprir com suas metas anuais de produção de petróleo e historicamente seus projetos atrasam. Recentemente, Foster teve que reduzir a estimativa de produção para 2020, de 4,91 milhões de bep/d a 4,2 milhões de bep/d.

Apesar dos grandes investimentos, a produção de petróleo caiu 5% no segundo trimestre deste ano, com relação ao primeiro, em meio a interrupções de operações, uma menor eficiência e a suspensão da extração no campo de Frade, após um vazamento provocado pela petroleira Chevron em novembro de 2011, disse nesta segunda-feira a companhia.

"O trabalho de redução de custos é uma necessidade", insistiu Foster.

"Tenho certeza de que é só uma questão de tempo antes de que aumentemos a produção de petróleo, a capacidade das refinarias e para que tenhamos melhores resultados para nossa companhia", concluiu Foster.

As ações da estatal, que chegaram a recuar mais de 5% no início da sessão, fecharam praticamente estáveis nesta segunda-feira, em queda de 0,1%, a R$ 19,92, enquanto que o Ibovespa subiu 1,9%, a 58.344 pontos.

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São Paulo - A presidente da Petrobras , Maria das Graças Foster, fez, nesta segunda-feira, uma forte autocrítica da gestão da quinta maior petroleira do mundo, que registrou no segundo trimestre seu pior desempenho em 13 anos, e afirmou que a empresa deve se concentrar em produzir mais petróleo e reduzir custos.

A perda de US$ 663 milhões no segundo trimestre anunciada na sexta-feira tomou de surpresa o mercado, que aguardava ganhos de quase US$ 2 bilhões.

As principais razões citadas para o decepcionante resultado foram a desvalorização do real (a empresa têm dívida e altos custos em dólares), o fechamento ou abandono de 41 poços perfurados entre 2009 e 2012, a defasagem no preço dos derivados vendidos no Brasil, a queda da produção de petróleo, maiores custos de extração e mais importações de gás devido a um aumento do consumo das termoelétricas.

A Petrobras projetou na segunda-feira que a produção se recuperará no quarto trimestre do ano, e manteve sem mudança sua meta de produção para 2012, em 2 milhões de barris equivalentes de petróleo por dia (bep/d), estável com relação ao ano passado.

Foster, empenhada em tornar mais realistas as metas da empresa desde que assumiu o cargo em janeiro, disse em coletiva de imprensa que as perdas foram provocadas "por uma série de razões, algumas dependem da Petrobras e outras não" e disse que é preciso se concentrar nas causas que a companhia pode controlar.


"A produção, por exemplo, depende de nós, da Petrobras, não depende para nada do governo. Depende de fazer uma boa planificação, de seguir a trilha para planificação que traçamos. Depende unicamente de nós, da recuperação operacional da bacia de Santos" (sudeste do país), disse.

O governo, acionista majoritário da Petrobras, é reticente em repassar a alta dos preços internacionais para a gasolina e o diesel, como o fez em junho e julho, para não empurrar a inflação, o que também afetaria o resultado da empresa.

Com gigantescos investimentos de 236,500 bilhões de dólares previstos para até 2016, o maior plano de investimento empresarial mundial, a Petrobras busca mais que duplicar para 2020 sua produção de petróleo para converter-se em um dos maiores produtores do planeta após a descoberta de gigantescas reservas a mais de 6 km debaixo do solo marinho, na região chamada "pré-sal".

Contudo, desde 2003 a empresa não tem conseguido cumprir com suas metas anuais de produção de petróleo e historicamente seus projetos atrasam. Recentemente, Foster teve que reduzir a estimativa de produção para 2020, de 4,91 milhões de bep/d a 4,2 milhões de bep/d.

Apesar dos grandes investimentos, a produção de petróleo caiu 5% no segundo trimestre deste ano, com relação ao primeiro, em meio a interrupções de operações, uma menor eficiência e a suspensão da extração no campo de Frade, após um vazamento provocado pela petroleira Chevron em novembro de 2011, disse nesta segunda-feira a companhia.

"O trabalho de redução de custos é uma necessidade", insistiu Foster.

"Tenho certeza de que é só uma questão de tempo antes de que aumentemos a produção de petróleo, a capacidade das refinarias e para que tenhamos melhores resultados para nossa companhia", concluiu Foster.

As ações da estatal, que chegaram a recuar mais de 5% no início da sessão, fecharam praticamente estáveis nesta segunda-feira, em queda de 0,1%, a R$ 19,92, enquanto que o Ibovespa subiu 1,9%, a 58.344 pontos.

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