Negócios

Prejuízo do Metrô e da CPTM dobra

A gestão Geraldo Alckmin atribui o desempenho negativo ao congelamento da tarifa em R$ 3 após os protestos de junho


	Trem da CPTM: no caso da CPTM, o prejuízo de R$ 507,4 milhões foi 133% maior do que o de 2012 
 (Wikimedia Commons)

Trem da CPTM: no caso da CPTM, o prejuízo de R$ 507,4 milhões foi 133% maior do que o de 2012  (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2014 às 08h57.

São Paulo - Relatórios internos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e do Metrô revelam que o prejuízo de ambas empresas administradas pelo governo estadual aumentou no ano passado.

A gestão Geraldo Alckmin (PSDB) atribui o desempenho negativo, entre outros fatores, ao congelamento da tarifa em R$ 3 após os protestos de junho. Com isso, o repasse de dinheiro público às duas companhias teve de subir.

A subvenção para CPTM cresceu 43,7% em relação àquela concedida em 2012, de R$ 537,5 milhões para R$ 772,2 milhões. O Metrô informou não ter recebido subsídios diretos, só a compensação de gratuidades (a idosos, por exemplo).

O prejuízo não é incomum, já que o governo dá o aporte necessário para as empresas e banca investimentos como expansão da rede. Mas, neste ano, a perda operacional foi muito maior. No caso da CPTM, o prejuízo de R$ 507,4 milhões foi 133% maior do que o de 2012 (R$ 217,2 milhões). Já o Metrô registrou perda de R$ 76,4 milhões, mais do que o dobro do ano passado (R$ 28,4 milhões).

O relatório da CPTM revela que "a execução do orçamento do ano de 2013 foi prejudicada pela indefinição a respeito da aplicação do reajuste das tarifas do transporte". O Metrô credita a perda a problemas como "depreciação de bens, provisão para indenizações judiciais, receita e custo financeiro".


As duas companhias negam que a situação financeira cada vez mais apertada resulte em uma piora na operação e na segurança da rede de trens e metrô paulista. Mas o presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior, discorda e diz que é preciso contratar para acabar com as horas extras.

"As estações estão com um número extremamente reduzido de funcionários, colocando-os em risco. A empresa deve parar de gastar com coisas equivocadas, como reformas estéticas das estações."

Tarifa

Questionado semana passada pelo jornal O Estado de S. Paulo, Alckmin disse que "não tem nenhuma notícia de aumento de passagem" neste ano. Desde o ano passado, a lógica de reajuste anual foi quebrada. O prefeito Fernando Haddad (PT) já prometeu não aumentar o ônibus em 2014.

Além disso, Alckmin tem até o fim do mês para regulamentar lei aprovada por ele em outubro que diminui de 65 para 60 anos a gratuidade para homens na CPTM e no Metrô, o que deve ampliar os subsídios. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEstatais brasileirasEmpresas estataisPrejuízoTransportesmobilidade-urbanatransportes-no-brasilTrensTransporte públicoCPTMMetrô de São Paulo

Mais de Negócios

Como um criador transformou design em um negócio digital de cinco dígitos

Novo CEO quer triplicar receita com distribuição de alimentos até 2030

Startup de IA que processa empréstimos atinge US$ 25 mi em receita anual em apenas dois anos

Em 5 meses, essa startup salta de zero a US$ 6,6 bi e desafia modelo de TI corporativa