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Preço dos carros vai subir em 2016, diz presidente da Kia

Segundo ele, a perda de mercado que foi parcialmente contornada pelas empresas do setor neste ano com o congelamento do câmbio, será inevitável em 2016

Kia Optima 2016: lançamento é aposta para o ano que vem, junto com novas versões do Sportage, Cerato e Rio (Kevin Hagen/Getty Images)

Luísa Melo

Publicado em 9 de dezembro de 2015 às 08h54.

São Paulo - Para o presidente da Kia no Brasil, José Luiz Gandini, "não há dúvidas" de que os veículos vendidos no país vão custar mais para o consumidor a partir do ano que vem, tanto os da montadora quanto os da concorrência.

"É impossível para qualquer marca instalada hoje no país continuar vendendo carro pelo preço atual. A alta do dólar vai ter que ser repassada", disse em conversa com jornalistas nesta terça-feira (8), em São Paulo.

Segundo ele, a perda de mercado – contornada parcialmente pelas empresas do setor neste ano com o congelamento do câmbio – será inevitável em 2016.

"Quem compra carro importado no Brasil hoje, de qualquer marca, está fazendo um excelente negócio, porque está comprado dólar a 2,40 reais", afirmou. A moeda norte-americana valia 3,81 reais nesta terça.

No caso da Kia, graças a uma cobertura financeira da matriz, na Coreia do Sul, houve até mesmo uma onda de descontos. O modelo Cerato, por exemplo, custava 76.900 reais e agora pode ser comprado por 69.900 reais.

"Nós estamos perdendo muito dinheiro. No ano que vem, todo mundo tem que cair na real. Vamos ser obrigados a subir os preços e as vendas vão cair ainda mais", disse.

Gandini, porém, não dimensiona de quanto serão os reajustes na Kia.

"Não posso falar em números porque não sei o que vai acontecer com o dólar, mas estou trabalhando com ele na faixa de 4 reais".

Expectativas

A companhia calcula que 2 milhões de veículos devem ser comercializados no Brasil em 2016, uma queda de cerca de 20% frente à quantidade esperada para este ano.

Para ela mesma, entretanto, as expectativas são um pouco mais positivas. Enquanto 2015 deve fechar com 16.000 modelos Kia vendidos–uma queda de 30% em relação ao ano passado–,as vendas em 2016 devem devem alcançar 21.000 automóveis, um crescimento de 31%.

Isso deve acontecer, principalmente, por conta da chegada dos carros da recém-inaugurada fábrica do México ao mercado brasileiro. Os veículos vindos de lá terão isenção dos impostos sobre importação, de 35%.

Na planta, serão fabricados o New Cerato, que chegará por aqui a partir de junho, e o New Rio, que deve entrar no país em outubro.

"Sem o imposto de importação, vai melhorar um pouco. Mas para quem já vendeu 80.000 carros (em 2011) ainda é um cenário ruim", avaliou Gandini.

O lançamento de novas versões dos modelos Sportage e Optima no ano que vem, importados da Coreia, são outras apostas.

Tempos difíceis

Com queda nas vendas há quatro anos seguidos, a Kia perdeu vitrines. Em 2011, a montadora tinha 180 concessionárias no país, hoje, são 125–número que deve ser mantido em 2016.

Com o fechamento das unidades, cerca de 1.650 pessoas perderam o emprego, de acordo com Gandini.

Neste ano, o caixa apertado também fez com que a empresa cortasse os gastos com marketing.

"Fui obrigado a sair da Rede Globo, do merchandising da novela das 21h, que era o melhor horário da televisão brasileira", contou.

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São Paulo - Para o presidente da Kia no Brasil, José Luiz Gandini, "não há dúvidas" de que os veículos vendidos no país vão custar mais para o consumidor a partir do ano que vem, tanto os da montadora quanto os da concorrência.

"É impossível para qualquer marca instalada hoje no país continuar vendendo carro pelo preço atual. A alta do dólar vai ter que ser repassada", disse em conversa com jornalistas nesta terça-feira (8), em São Paulo.

Segundo ele, a perda de mercado – contornada parcialmente pelas empresas do setor neste ano com o congelamento do câmbio – será inevitável em 2016.

"Quem compra carro importado no Brasil hoje, de qualquer marca, está fazendo um excelente negócio, porque está comprado dólar a 2,40 reais", afirmou. A moeda norte-americana valia 3,81 reais nesta terça.

No caso da Kia, graças a uma cobertura financeira da matriz, na Coreia do Sul, houve até mesmo uma onda de descontos. O modelo Cerato, por exemplo, custava 76.900 reais e agora pode ser comprado por 69.900 reais.

"Nós estamos perdendo muito dinheiro. No ano que vem, todo mundo tem que cair na real. Vamos ser obrigados a subir os preços e as vendas vão cair ainda mais", disse.

Gandini, porém, não dimensiona de quanto serão os reajustes na Kia.

"Não posso falar em números porque não sei o que vai acontecer com o dólar, mas estou trabalhando com ele na faixa de 4 reais".

Expectativas

A companhia calcula que 2 milhões de veículos devem ser comercializados no Brasil em 2016, uma queda de cerca de 20% frente à quantidade esperada para este ano.

Para ela mesma, entretanto, as expectativas são um pouco mais positivas. Enquanto 2015 deve fechar com 16.000 modelos Kia vendidos–uma queda de 30% em relação ao ano passado–,as vendas em 2016 devem devem alcançar 21.000 automóveis, um crescimento de 31%.

Isso deve acontecer, principalmente, por conta da chegada dos carros da recém-inaugurada fábrica do México ao mercado brasileiro. Os veículos vindos de lá terão isenção dos impostos sobre importação, de 35%.

Na planta, serão fabricados o New Cerato, que chegará por aqui a partir de junho, e o New Rio, que deve entrar no país em outubro.

"Sem o imposto de importação, vai melhorar um pouco. Mas para quem já vendeu 80.000 carros (em 2011) ainda é um cenário ruim", avaliou Gandini.

O lançamento de novas versões dos modelos Sportage e Optima no ano que vem, importados da Coreia, são outras apostas.

Tempos difíceis

Com queda nas vendas há quatro anos seguidos, a Kia perdeu vitrines. Em 2011, a montadora tinha 180 concessionárias no país, hoje, são 125–número que deve ser mantido em 2016.

Com o fechamento das unidades, cerca de 1.650 pessoas perderam o emprego, de acordo com Gandini.

Neste ano, o caixa apertado também fez com que a empresa cortasse os gastos com marketing.

"Fui obrigado a sair da Rede Globo, do merchandising da novela das 21h, que era o melhor horário da televisão brasileira", contou.

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