Preço do dólar segura anúncio da Azul sobre novas rotas internacionais
O presidente da aérea afirmou que empresa estuda abrir novas rotas internacionais, mas decidiu não fazer anúncios agora por causa da valorização do câmbio
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de outubro de 2019 às 15h42.
O presidente da Azul , John Rodgerson, afirmou que a empresa estuda abrir novas rotas internacionais, mas decidiu não fazer anúncios agora por causa da valorização do dólar ante o real, que encarece e desestimula viagens ao exterior. "Mas em cinco anos, com certeza vamos ter mais destinos internacionais", disse em conversa com jornalistas após o voo inaugural do E195-E2, na rota Campinas-Brasília.
O executivo frisou, porém, que o foco da Azul está no mercado doméstico - a intenção é "elevar" o nível do Brasil em termos de conectividade aérea. O brasileiro ainda viaja muito pouco em relação ao potencial que o País oferece, avalia, e muito disso se deve às elevadas tarifas. Nesse sentido, o presidente destacou que os novos E2 que serão incorporados à frota trarão menores custos e mais eficiência à companhia, ajudando-a a reduzir suas tarifas, as mais elevadas do País.
Nesta quarta mais cedo, Rodgerson afirmou que a Azul quer expandir para 150 o número de localidades em que opera nos próximos cinco anos. Hoje, a empresa atende 114 cidades, sendo pouco mais de 100 dentro do País.
A Azul deve receber neste ano o primeiro A321, fabricado pela Airbus. O modelo servirá operações entre os principais hubs da empresa, Viracopos e Recife. De acordo com Rodgerson, a empresa tem vantagens ante seus concorrentes por servir muita mais cidades que se conectam a essas localidades.
TAP
Rodgerson afirmou que há "muitos interessados", como investidores e empresas aéreas, na posição da empresa na portuguesa TAP. "A TAP é muito valiosa, eles voam para 11 cidades e têm um terço das rotas entre Brasil e Europa", destacou.
A administração da Azul considera que o mercado não dá a devida importância ao investimento feito na TAP e o potencial que ele pode gerar à aérea. No Azul Investor Day, na segunda-feira, a diretoria frisou que os novos executivos da TAP têm promovido mudanças significativas nos negócios, "aumentando o valor da empresa", como a renovação da frota de aeronaves e a abertura de novos destinos tanto na Europa quanto na América do Norte.
Em 2016, a Azul adquiriu dívidas conversíveis emitidas pela TAP, no valor de € 90 milhões. Esses bonds são conversíveis, no total ou em parte, e a opção de convertê-los em novas ações da TAP dá direito a benefícios econômicos preferenciais. Após a conversão total, as ações detidas pela Azul representarão 6% do capital total e votante da TAP, com o direito de receber dividendos ou outras distribuições correspondentes a 41,25% dos lucros distribuíveis da empresa portuguesa.
Em relação à possibilidade de a Azul integrar a joint venture entre United, Avianca Holdings e Copa Airlines, John Rodgerson afirmou que a decisão deve demorar, uma vez que as conversas envolvem muitas partes. Ele ressaltou que o negócio poderia fazer sentido à Azul, já que a aliança intensificaria a parceria com as aéreas e colocaria as operações de todas elas "na mesma página".