Negócios

Portugal Telecom desmente operações de compra no mercado brasileiro

Esclarecimento foi uma reação a notícias sobre possível aquisição da Oi

Portugal Telecom nega interesse na companhia brasileira (.)

Portugal Telecom nega interesse na companhia brasileira (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

Lisboa - A Portugal Telecom esclareceu hoje que não estuda "especificamente qualquer operação concreta de aquisição ou fusão no mercado brasileiro" depois que veículos de imprensa do Brasil e de Portugal noticiaram uma possível fusão entre a companhia e a Oi.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários de Portugal (CMVM), a Portugal Telecom reagiu às notícias segundo as quais seus principais acionistas avaliavam comprar a Oi para desbloquear a operação entre a empresa portuguesa e a Telefónica.

Na nota, a Portugal Telecom explica que seu Conselho de Administração "não reuniu, nem discutiu" o que foi divulgado na imprensa e aponta que não constituiu "nenhum mandatário para negociar com terceiros" qualquer fusão com a Oi ou sociedade com ela relacionada.

A empresa portuguesa também esclarece que não prevê a "aquisição direta ou indireta de participação na Oi ou em sociedade com ela relacionada".

Na quarta-feira, o Estado português impediu a venda da parte da Portugal Telecom na Vivo para a Telefónica por 7,15 bilhões de euros, apesar de a assembleia geral de acionistas da companhia lusa ter aprovado a transação, ao usar suas ações com direitos especiais ("golden share"), instrumento considerado incompatível com a legislação europeia.

O Executivo socialista português justificou o veto alegando a defesa de "interesses estratégicos" nacionais e defendeu sua legalidade ao argumentar que o uso da "golden share" tem amparo na lei do país.

O negócio entre a Oi e a Portugal Telecom soou ultimamente na imprensa portuguesa como uma alternativa para que a companhia permaneça no Brasil caso venda à Telefónica sua parte da Vivo.

O veto imposto pelo Estado português não agradou diversos setores em Portugal e os principais acionistas da Portugal Telecom.

O acionista de referência da empresa, o Banco Espírito Santo (BES), que conta com 7,99% do capital, e o conglomerado luso Ongoing (6,74%) votaram a favor da proposta da Telefónica com o objetivo de garantir o futuro da operadora portuguesa.

O presidente do opositor Partido Social Democrata (PSD), Pedro Passos Coelho, criticou a utilização da "golden share" e julgou que, no longo prazo, não é um gesto positivo para Portugal porque pode gerar desconfiança nos mercados e nos investidores estrangeiros.

No entanto, o veto do Executivo socialista contou com a compreensão do presidente português, Aníbal Cavaco Silva, líder histórico do PSD, e que na sexta-feira disse que o Governo tem "todo o direito" a usar a "golden share" dentro da legalidade.

Depois do veto do Governo português, a Telefónica anunciou um prolongamento de sua oferta de 7,15 bilhões de euros até o próximo dia 16 com o objetivo de que sua proposta, que representa 90% da capitalização em bolsa da Portugal Telecom, seja finalmente aceita.

Acompanhe tudo sobre:3GBrasil TelecomEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas portuguesasEspanhaEuropaOiOperadoras de celularPiigsPortugalServiçosTelecomunicaçõesTelemarVivo

Mais de Negócios

De hábito diário a objeto de desejo: como a Nespresso transformou o café em luxo com suas cápsulas?

Mesbla, Mappin, Arapuã e Jumbo Eletro: o que aconteceu com as grandes lojas que bombaram nos anos 80

O negócio que ele abriu no início da pandemia com R$ 500 fatura R$ 20 milhões em 2024

10 mensagens de Natal para clientes; veja frases