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Por que Heineken, SAB Miller e Carlsberg tem interesse na Schincariol

Especulações no mercado indicam que empresa será vendida

Cerveja: Interesse na Schincariol passa pela rede de distribuição (Oli Scarff/Getty Images)

Cerveja: Interesse na Schincariol passa pela rede de distribuição (Oli Scarff/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2011 às 13h14.

São Paulo - A família controladora da Schincariol discute uma mudança na estrutura da sociedade, conforme antecipou Exame, em março. Uma das possibilidades geradas por essa discussão é a venda da empresa. Apesar de a Schincariol não comentar o assunto, o mercado especula que há interessados em comprar a cervejaria.

A Schincariol é a segunda colocada no mercado brasileiro, com uma participação de 10,97%. A terceira colocada, a Petrópolis, possui 10,8%, e a AmBev lidera folgadamente com 68,23% do mercado, segundo dados da Nielsen. A participação das cervejas da Schin sobe para 15,1% nos dados do Sicobe, da Secretaria da Receita Federal.

Quem comprar a Schincariol leva, no mínimo, essa participação de 10,97%. No mínimo. Ampliar a participação no mercado brasileiro seria bom para qualquer uma das três empresas. Mas, além disso, o que está em jogo são 13 unidades produtivas em 11 estados, com capacidade total de produção de 5 bilhões de litros e, principalmente, uma rede de distribuição composta por 10 centros próprios de distribuição e 194 revendas, além de escritórios de vendas nos principais centros comerciais.

A rede de distribuição é o ponto principal, segundo o consultor Adalberto Viviani, diretor da Concept, consultoria de bebidas e alimentação. Para a SAB Miller (que possui no seu portfólio as marcas Miller e Castle, entre outras), o que pesa é a necessidade de entrar no Brasil. “Ela não está presente no Brasil; está na América do Sul, mas em lugares como o Peru. O mercado brasileiro cresce um Peru por ano”, diz Adalberto Viviani. E para entrar no Brasil, ela precisa de distribuição. “Entrar e montar cadeia é oneroso, difícil e demora para ter os canais”, afirma.

Para a Heineken, a atração também está na distribuição. Hoje os produtos da marca são distribuídos no Brasil através da Coca-Cola. Além disso, ela construiria aqui um portfólio com marcas fortes, associando as suas às marcas da Schincariol. “A Heineken conhece melhor o mercado brasileiro”, diz. Adalberto Viviani acredita que a aquisição pela Carlsberg faria menos sentido que as outras. “Se houvesse alguma coisa, seria por causa da distribuição”, diz.

AmBev

Uma aquisição pela Heineken incomodaria mais a AmBev, segundo o consultor, porque a marca poderia fazer frente à Budweiser como um nome mundialmente conhecido. “Não há uma marca de cerveja líder em qualquer país. A Budweiser quer ser essa marca e a Heineken tem uma missão de tentar dificultar isso”, diz. Em disputa, não estão somente as geladeiras de bares e supermercados, mas também a valorização de ações das companhias, segundo Adalberto Viviani. E essa disputa passa pelo Brasil. “Aqui é o campo de batalha”, afirma.


A SAB Miller, por sua vez, ainda teria que construir sua marca no país, segundo o consultor. A empresa almeja participar do mercado brasileiro há algum tempo - entre 1996 e 2007, a marca Miller foi produzida no país através de uma joint venture entre a Brahma, que pertence a AmBev, e a SAB Miller. A Budweiser deve chegar ao Brasil ainda em 2011 – sob o guarda chuva da AmBev. O país é hoje o terceiro maior mercado de cerveja do mundo, atrás da China e dos Estados Unidos.

 

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