André Dib, da Framework: empresa criada há 15 anos lida com vários clientes que faturam mais de R$ 1 bilhão (Framework/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 30 de abril de 2024 às 09h00.
Um paciente sai de uma consulta com uma lista de medicamentos que precisa comprar. Até poucos anos atrás, o processo mais comum era ele passar por uma farmácia, entregar a lista para um atendente e esperar o funcionário buscar todos os remédios.
Atualmente, ele pode ganhar tempo. No caminho do hospital à farmácia, pode fazer a compra pelo aplicativo da rede, chegar na loja, escanear um QR Code e retirar o produto. Pronto, rapidinho.
Por trás desse serviço está a aposta das varejistas em digitalizar suas operações. Algo semelhante ao exemplo acima pode ser encontrado numa empresa de vestuário, ou até numa locadora de veículos.
A Framework, empresa de Belo Horizonte criada há 15 anos, trabalha com isso: digitalizando a operação de seus clientes. E não costumam ser quaisquer clientes, não. Na lista de empresas que atende estão bilionárias como Localiza, Santander, Unimed BH, Syngenta e Drogaria Araújo, uma rede com mais de 500 lojas pelo estado de Minas Gerais.
“A Drogaria Araújo foi uma das nossas primeiras clientes. Começamos o processo de transformação digital deles em 2016, criando serviços como aplicativo, compra e retirada e entrega em casa”, diz André Dib, CEO da Framework.
“Basicamente, nossa empresa é responsável por mobilizar times de tecnologia das companhias e resolver os problemas de um negócio com produtos digitais”, complementa.
Agora, a empresa faz um novo investimento mirando inteligência artificial e um faturamento de 200 milhões de reais. A Framework acaba de anunciar um investimento na companhia Salus Optima, de Londres.
A londrina é uma empresa de tecnologia que permite a empresas da área de saúde a criarem produtos digitais (como plataformas, aplicativos e dashboards) personalizados. Assim, um hospital, por exemplo, pode desenvolver, rapidamente pela plataforma da Salus, uma área onde o paciente consegue colocar dados da sua saúde, tirar dúvidas e ver o desenvolvimento de um tratamento. Já uma academia pode fazer algo parecido, e ainda postar treinos para serem assistidos e executados com ajuda do app. Tudo ali é criado com ajuda de inteligência artificial.
“A ideia não é acabar com os desenvolvedores”, diz Dib. “Pretendemos qualificar os desenvolvedores para criarem produtos a partir da Salus. Nossa ideia é aumentar as nossas posições em 100 vagas e termos 200 desenvolvedores trabalhando com a Salus até 2025”.
Além disso, com a IA da plataforma, é possível fazer análise preditiva de dados. E isso poderá ser replicado, no futuro, para outras áreas, não só de saúde.
O investimento na Salus fará com que a Framework tenha exclusividade para trabalhar com a plataforma londrina na América Latina.
O foco do investimento está na gama de clientes da Framework: há muitos do setor de saúde, que é, justamente, a especialidade da Salus.
“Queremos pegar o que já foi desenvolvido lá e aplicar nos nossos clientes de saúde aqui”, diz Dib. “Eventualmente, também vamos ganhar novos clientes internacionais vindos da Salus. Esse é outro objetivo nosso, porque queremos internacionalizar a Framework”.
Quer dicas para decolar o seu negócio? Receba informações exclusivas de empreendedorismo diretamente no seu WhatsApp. Participe já do canal Exame EmpreendaA Framework tem hoje cerca de 500 funcionários. A maioria fica em Belo Horizonte, mas a empresa também tem um escritório em São Paulo. O objetivo para este ano, inclusive, é ganhar mais escala em solo paulistano.
A meta para este ano é faturar 135 milhões de reais. No ano seguinte, alcançar os 200 milhões de reais em receita. Para chegar a esses resultados, há na mira aquisições de até duas companhias, o que poderá provocar um crescimento inorgânico também. “Estamos olhando para companhias que trabalham com transformação digital e tenham um faturamento anual de até 20 milhões de reais”, diz o CEO.