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Por que o declínio da Barbie não é brincadeira para a Mattel

Queda de 12% nas vendas do ícone prejudica balanço trimestral da empresa e aponta preferência por outras bonecas

A boneca mais bem-sucedida da história está começando a mostrar sinais de envelhecimento (Sean Gallup/Getty Images)

A boneca mais bem-sucedida da história está começando a mostrar sinais de envelhecimento (Sean Gallup/Getty Images)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 18 de julho de 2013 às 14h51.

São Paulo – Em março, a Barbie completou 54 anos de vida. Sua silhueta continua a mesma, mas a popularidade já viu dias melhores: as vendas globais da boneca despencaram 12% no segundo trimestre de 2013, comparado ao mesmo período do ano passado. Para sua fabricante Mattel, a notícia não é brincadeira: é a quarta queda trimestral seguida.

Em balanço divulgado nesta quarta-feira, a maior empresa de brinquedos do mundo anunciou que seu resultado operacional foi de 131,4 milhões para 94,8 milhões de dólares – uma queda de 28%. As vendas gerais chegaram a 1,17 bilhão de dólares, 1% a mais do que no primeiro trimestre de 2012.

Dividindo as contas

O lucro também cresceu no mesmo percentual, mas Wall Street esperava mais. Depois de valorizar 30% nos últimos 12 meses, a ação da empresa caiu cerca de 7% após a divulgação dos resultados – a maior queda em um único dia desde abril de 2012, segundo a Bloomberg. Os rendimentos por ação foram de 28 para 21 centavos de dólar.

A Mattel enfrenta um mercado desafiado por tendências que mudam rapidamente, concorrência de produtos eletrônicos e restrições à publicidade infantil. As divisões Hot Wheels, de carrinhos, e Fischer-Price, para bebês, também caíram levemente. A esperança da empresa, pelo menos por enquanto, parece estar nas chamadas “Outras Garotas”, que apresentaram um aumento de 23% nas vendas.

Estão neste grupo as bonecas “Monster High”, versões simpáticas de monstros clássicos que tem como público alvo as pré-adolescentes, e as “American Girls”, uma espécie de Barbie maior com proporções mais normais. A boneca mais famosa do mundo pode até manter seu status de ícone cultural, mas vai precisar contar cada vez mais com as suas colegas para pagar as contas.

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