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PilotIn: nova fintech de Ingrid Barth usa dados para ampliar acesso a crédito

Recém-lançada, a PilotIn combina open finance e inteligência artificial para oferecer soluções financeiras que ajudam consumidores a organizar suas contas e empresas a melhorar análises de crédito

Rogerio Melfi, Ingrid Barth, Ana Gabriela Seincman e Ellen Gouveia, da PilotIn: produtos para empresas e consumidores finais (Doris Delal/Divulgação)
Leo Branco

Editor de Negócios e Carreira

Publicado em 20 de dezembro de 2024 às 13h23.

Última atualização em 20 de dezembro de 2024 às 15h07.

Com mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro, Ingrid Barth liderou iniciativas relevantes no setor de tecnologia e inovação.

No banco Neon , Barth ajudou a criar a conta para negócios da fintech. Depois, fundou e foi líder de operações do Linker, banco digital PJ (voltado para pequenas e médias empresas) que foi vendido para a Omie em novembro de 2021 por 120 milhões de reais.

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Paralelamente, Ingrid desempenhou papel estratégico entre as empresas de tecnologia no Brasil ao ocupar o cargo de presidente da Associação Brasileira de Startups (Abstartups) , além de ter integrado o conselho deliberativo do Open Finance do Banco Central por quatro anos, onde participou do desenvolvimento de políticas para fomentar o uso de dados no setor financeiro.

Agora, à frente da fintech PilotIn, Ingrid trabalha com um time de outros fundadores do negócio que também traz experiências sólidas em suas áreas: Ana Gabriela Seincman, especialista em regulação financeira, Rogerio Melfi, um dos principais nomes de Open Finance no Brasil, e Ellen Gouveia, CTO com longa atuação em tecnologia para fintechs.

O que é o PilotIn

O PilotIn nasceu em 2024 com o objetivo de ajudar os brasileiros a organizarem melhor suas finanças e democratizar o acesso a produtos financeiros, especialmente crédito. A fintech opera em duas frentes.

Para o consumidor final (B2C, business-to-consumer), a proposta é oferecer uma plataforma integrada onde o usuário pode centralizar todas as suas contas bancárias, organizar despesas e entender sua vida financeira de forma mais prática.

Isso inclui funcionalidades como retrospectivas de gastos no estilo "Spotify Wrapped" e insights para otimizar o uso de crédito.

No mercado corporativo (B2B, business-to-business), o PilotIn utiliza dados autorizados pelos consumidores para oferecer inteligência a empresas que concedem crédito, como varejistas e fintechs.

A ideia é ir além dos tradicionais birôs de crédito, como Serasa e SPC, analisando dados mais detalhados do comportamento financeiro do consumidor para prever capacidade de pagamento e reduzir inadimplência.

“Não somos uma empresa de produtos financeiros proprietários”, diz Barth. “Nosso foco é usar dados para construir inteligência, seja para o usuário final ou para empresas.”

Outro diferencial é a acessibilidade da solução. O PilotIn aposta em ferramentas já amplamente utilizadas, como o WhatsApp, para que o usuário não precise instalar mais um aplicativo no celular. A plataforma completa, com aplicativo próprio, está prevista para o primeiro trimestre de 2025.

O mercado de dados e a oportunidade do open finance

O Brasil é considerado um dos mercados mais avançados em open finance, com 77% de maturidade no ecossistema, segundo a consultoria Capgemini.

Até o início de 2024, mais de 42 milhões de brasileiros autorizaram o compartilhamento de seus dados financeiros, um salto significativo em relação aos 5,6 milhões registrados no início de 2023.

Esse crescimento é impulsionado por regulamentações do Banco Central, que garantem ao consumidor o controle de seus dados.

Apesar desse avanço, o segmento ainda enfrenta desafios. Muitos consumidores desconhecem os benefícios do open finance, e empresas têm dificuldades para integrar essas informações de forma eficaz.

É nesse contexto que o PilotIn busca se diferenciar, combinando dados financeiros e comportamentais para oferecer soluções personalizadas.

“Queremos ajudar os brasileiros a se tornarem ‘pilotos’ das suas vidas financeiras, organizando melhor suas contas e acessando crédito de forma mais inteligente”, diz Barth.

Além disso, a fintech se posiciona como uma solução para empresas que não têm acesso direto a dados financeiros, como varejistas que oferecem crediário.

Ao cruzar informações de fluxo de caixa, comportamento de consumo e dados de birôs de crédito, o PilotIn permite que essas empresas tomem decisões mais assertivas sobre concessão de crédito.

Os planos para o futuro

A operação B2B da PilotIn já começou, com dois grandes contratos assinados — um com uma fintech de crédito e outro com uma varejista que trabalha com crediário.

A versão B2C ainda está em fase beta, com uma lista de espera para consumidores interessados em testar as primeiras funcionalidades pelo WhatsApp.

Para os próximos anos, a meta é ambiciosa: alcançar 20 clientes corporativos e 100 mil usuários na plataforma B2C até o final de 2025. Em paralelo, a fintech planeja desenvolver uma inteligência artificial própria para aumentar a personalização de seus serviços.

O PilotIn também conta com o apoio de investidores renomados, como Denis Minev, CEO do grupo varejista com ampla presença na região amazônica Bemol , e Fabio Ramalho, ex-CFO do Neon, além do advisor Uri Levine, um dos fundadores do Waze .

“O apoio desses nomes não é apenas financeiro, mas também estratégico. É uma oportunidade para construirmos algo relevante não só no Brasil, mas também no mercado global de open finance”, diz Ingrid Barth.

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