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Como Peugeot 208 passou de esquecido para queridinho (e está mais barato)?

Modelo bateu recorde de vendas desde o lançamento e, neste mês, reduziu R$ 9 mil no preço de todas as versões

Bons resultados: Peugeot 208 teve melhor mês de vendas desde o lançamento (Peugeot/Divulgação)

Bons resultados: Peugeot 208 teve melhor mês de vendas desde o lançamento (Peugeot/Divulgação)

GA

Gabriel Aguiar

Publicado em 8 de julho de 2021 às 16h19.

Última atualização em 8 de julho de 2021 às 16h29.

O Peugeot 208 chegou às lojas em outubro do ano passado. Mas talvez você nem tenha notado: poucos meses tiveram volume acima de 1.000 unidades enquanto a Fiat Strada, líder de mercado, teve 10.177 emplacamentos na média. E isso mudou, já que, no mês de junho, o modelo bateu o recorde aqui (1.738 carros) e também foi o único a reduzir os preços de todas as versões em plena pandemia.

“O que fizemos foi um movimento estratégico para o momento do mercado com otimização. Reduzimos a complexidade da linha, porque existiam muitas configurações e nem todas eram eficientes. Em opções específicas, também fizemos o reposicionamento para ganhar participação em nichos que consideramos essenciais. Uma escolha arrojada”, diz Felipe Daemon, diretor de brand na América do Sul.

Redução de preços para todas as versões

Nos últimos meses, o Peugeot 208 passou por consecutivos reajustes e, no caso da versão topo de linha, batizada Griffe, chegou aos 99.990 reais. Com a última mudança, que cortou pela metade a quantidade de configurações, também veio a redução de 9.000 reais para toda a linha. Sendo assim, o modelo agora parte dos 70.990 reais na opção de entrada (Like) e não ultrapassa o teto dos 90.990 reais.

Para entender a mudança no perfil da marca, é necessário voltar alguns meses: em janeiro, o grupo PSA se uniu à FCA — de Fiat e Jeep para formar a Stellantis também no mercado brasileiro. E foi justamente da nova irmã que vieram o executivo, responsável pela operação comercial da marca italiana e também pelo lançamento da Strada, e André Montalvão, atual diretor comercial da Peugeot no país.

"Quem não é visto não é lembrado"

“O que aconteceu é que o carro foi lançado, mas não vendeu. E quem não é visto não é lembrado. Nossa estratégia de vender para locadoras foi para colocar o carro na rua e as vendas no varejo já aumentaram três vezes em relação ao ano passado. Triplicar as vendas em quatro meses é muito bom. E a nossa ideia é aumentar mais as negociações com pessoa física com o carro sendo visto”, diz Montalvão.

Olha que a missão do fabricante não é nada simples: Antonio Filosa, presidente da Stellantis na América do Sul, anunciou a expectativa de Peugeot e Citroën alcançarem de 4% a 5% de participação no mercado até 2022. E, no ano passado, o market share da empresa que produz o 208 era de apenas 0,7%. Por isso, a estratégia agora é aumentar as margens de lucro e também a rentabilidade dos produtos.

“Nós estamos otimizando as linhas, porque redução traz eficiência operacional, e reforçando a parceria com as concessionárias para aumentar a competitividade. Olhamos para todos os canais de venda, com estratégias para o cliente conhecer nosso hatch. Já temos o e-commerce, por exemplo, que só finaliza a venda no showroom, e já observamos o crescimento do varejo tradicional”, afirma Daemon.

Briga interna com o Fiat Argo?

Tudo isso acontece em meio à transformação da marca, que, na Europa, passou por reposicionamento e ocupa posição high end entre as empresas generalistas. Por esse motivo, o Peugeot 208 está focado nas camadas de mercado logo acima do Fiat Argo — que, apesar de o tamanho semelhante, faz mais sucesso nas configurações de entrada —, o que também é mais evidente pela oferta de equipamentos.

“Percebemos nitidamente, com estudos, que, além de tratarmos perfis diferentes, o posicionamento do Argo é muito assertivo nas faixas de entrada e mediana do segmento. E nosso hatch está justamente nas categorias que vêm logo acima. Pensando na complementaridade das marcas, não há competição direta entre os produtos, que são totalmente complementares na estrutura Stellantis”, diz Daemon.

Carros disponíveis nas concessionárias

E ainda existe uma vantagem a favor dos franceses neste momento: apesar de faltarem semicondutores na indústria automotiva, a produção na Argentina não está afetada a ponto de comprometer a oferta do modelo no nosso mercado. Por isso, existe estoque disponível a pronta entrega em todas as revendas — enquanto outras linhas de produção, como do ex-líder Chevrolet Onix, seguem paralisadas.

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