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Petrobras vai fixar preços de acordo com mercado externo

Pedro Parente, presidente da Petrobras, afirmou que a empresa vai adotar política de preços com paridade ou acima dos níveis internacionais

Pedro Parente: presidente garante que nova política vai estancar a drenagem dos lucros que vinha ocorrendo na Petrobras (Sergio Moraes/Reuters)

Pedro Parente: presidente garante que nova política vai estancar a drenagem dos lucros que vinha ocorrendo na Petrobras (Sergio Moraes/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2016 às 14h25.

Última atualização em 4 de abril de 2017 às 14h58.

A Petrobras se prepara para anunciar uma política doméstica para os combustíveis que evitará os custosos subsídios que drenaram os lucros da empresa no governo anterior disse o presidente da petroleira, Pedro Parente, em entrevista.

A Petrobras, que não reajusta os preços da gasolina e do diesel há mais de um ano, fixará os preços em paridade ou acima dos níveis internacionais, disse Parente, na sexta-feira, em entrevista na sede da Bloomberg em Nova York.

A empresa planeja efetuar mudanças mais frequentes em fatores como preços internacionais, taxa de câmbio e participação de mercado, disse ele.

De agora em diante, a Petrobras apenas se beneficiará, e não mais perderá, com a diferença entre os preços praticados no Brasil e no mercado internacional, disse Parente.

Embora planeje manter os preços no Brasil acima dos níveis internacionais, a Petrobras não anunciará uma fórmula específica para gerar aumentos ou quedas automáticas, disse Parente.

A empresa comercializa gasolina e diesel com ágio há quase dois anos, o que a ajudou a recuperar um total estimado de US$ 35 bilhões perdido com subsídios às importações entre 2011 e o fim de 2014, durante o boom das commodities.

A perspectiva para os preços foi uma das principais dúvidas levantadas pelos investidores no roadshow realizado neste mês, disse Parente.

Ele acrescentou que a Petrobras já não permitirá que o governo determine decisões corporativas. “Não devemos ser um braço do governo para controle da inflação.”

Mais concorrência

Embora mantenha um virtual monopólio sobre o refino no Brasil e a maior infraestrutura de importação, a Petrobras, que tem sede no Rio de Janeiro, viu a concorrência aumentar à medida que o negócio se tornou mais rentável. A rede de postos de combustíveis da empresa registrou queda de participação de mercado nos últimos anos.

“Participação de mercado é algo muito importante”, disse Parente.

Os brasileiros estão consumindo menos combustível em meio à recessão de dois anos, a mais profunda da história, e redes de postos de combustíveis concorrentes como a Ipiranga, unidade da Ultrapar Participações, e a Raizen, joint venture entre a Royal Dutch Shell e a Cosan, aumentaram as importações de combustíveis para capturar esses ganhos.

No primeiro semestre de 2016 as importações de diesel da Petrobras caíram 81 por cento em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo os resultados financeiros da empresa no segundo trimestre.

A clareza sobre os preços ajudará a Petrobras a encontrar parceiros para expandir sua rede de refino no Brasil, disse Parente. Isso reduzirá a carga da empresa no tocante aos investimentos e o fato de contar com parceiros adicionais tornará mais difícil que os futuros governos exerçam pressão para que a empresa venda combustível abaixo do custo, disse ele.

“Só por ter parceiros seria difícil ter influência externa”, disse Parente.

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