Exame Logo

Petrobras tem 12 blocos que podem atrair estrangeiras

Com planos de desinvestimentos em áreas do pré-sal, a estatal tem carteira de 12 blocos que podem atrair petroleiras estrangeiras até 2016

Pré-sal: na lista de blocos à venda estão áreas com reservas provadas, mas que ainda não produzem (Divulgação/Petrobrás)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2015 às 22h46.

Rio - Com planos de desinvestimentos em áreas do pré-sal , a Petrobras tem uma carteira de 12 que podem atrair petroleiras estrangeiras até 2016.

Na lista de blocos à venda estão áreas com reservas provadas, mas que ainda não produzem, como os campos de Pão de Açúcar e Carcará. Entre as empresas que já demonstraram interesse no negócio está a Shell, principal parceira da estatal no pré-sal, e disposta a "avaliar novas oportunidades de negócio no Brasil".

Após registrar prejuízo de R$ 21 bilhões, a estatal precisa melhorar seu caixa e reduzir investimentos enquanto sofre com os desdobramentos das investigações de corrupção na estatal.

A intenção é vender blocos do pré-sal em fase de exploração para priorizar a geração de caixa com ativos já em produção, ou com boas margens de retorno. De acordo com a diretora de Exploração e Produção, Solange Guedes, a estatal pretende "compartilhar riscos" com parceiros.

Levantamento feito junto à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) indicou a participação da Petrobras em 12 áreas do polígono do pré-sal atualmente em fase exploratória, que consiste na perfuração de poços pioneiros para avaliar a dimensão das reservas. Sozinha, a estatal tem cinco concessões, mas o volume das áreas não foi certificado.

Com participação em três consórcios, a principal parceira da estatal é a britânica BP, comprada pela Shell por R$ 217 bilhões. Cada uma tem 50% de participação no contrato BM-C-34, na Bacia de Campos.

O consórcio identificou na região quatro prospectos - áreas com potencial para produção comercial de petróleo. Atualmente, os dados das áreas estão em fase de avaliação pela ANP.

A BP também atua no consórcio do bloco C-M-535, com 35% de participação na área, que em fevereiro teve comunicada a descoberta de óleo a mais de 3 mil metros de profundidade. Procurada a Shell informou, por meio da assessoria de imprensa, que tem "contínuo interesse" em avaliar oportunidades no País. A eventual participação na compra de ativos é estudada "caso a caso, de acordo com critérios técnicos, estratégicos e comerciais".

Outras áreas

Outra parceira é a portuguesa Galp Energia, que atua em três blocos de alto potencial da Bacia de Santos - onde estão localizadas as principais reservas já provadas do pré-sal. A portuguesa possui participações de 20% em duas áreas com alta atratividade - os blocos BM-S-21 e BM-S-24, onde está localizado o prospecto de Júpiter. A principal área é o bloco BM-S-8, onde está o poço de Carcará definido pela Petrobrás como de "alto potencial".

O consórcio propôs à ANP, em 2014, a devolução de parte da área do mesmo contrato para concentrar esforços em Carcará. A Galp possui 14% no consórcio, junto com as empresas Barra Energia e Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP), com 10% cada. A QGEP informou que "está atenta a todas as oportunidades de mercado".

Outra área na mira das empresas é a C-M-539, na Bacia de Campos, onde está o prospecto chamado de Pão de Açúcar. O consórcio é formado por Repsol Sinopec, que além de ser operadora detém 35% da área, juntamente com Petrobras (30%) e Statoil (35%). A área teve potencial confirmado em 2012 pelo consórcio, com estimativa de reservas de 1,2 bilhão de barris recuperáveis de óleo.

Para o pesquisador Edmar Almeida, da UFRJ, apesar do potencial das áreas, a venda de ativos é normal na indústria "mesmo sem crise". "A Petrobras precisa de caixa e vai vender o que for preciso, mas ela também precisa gerir seu portfólio de investimentos. É importante ter parceiros para conseguir manter os projetos", avalia.

A decisão de vender a carteira de projetos do pré-sal, entretanto, não é consenso na empresa. Para o novo conselheiro da estatal, Deyvid Bacelar, que representa os funcionários, a decisão é um "retrocesso". "Quando o presidente fala que vai buscar parceiros, entendo que parcerias são bem vindas, mas não para deixar de lado os 30% de participação obrigatória e operação exclusiva das áreas", pondera.

São Paulo - A Forbes divulgou, nesta semana, a lista das 2.000 maiores empresas do mundo.  Para medir a grandeza de cada companhia, a revista americana considerou receita, lucro, ativos e valor de mercado das empresas. A publicação também considerou as gigantes de cada setor e entre as companhias de petróleo, a Petrobras ficou com a nona posição. Veja, a seguir, as 10 maiores petroleiras, segundo a Forbes:
  • 2. 1ª - Exxon Mobil

    2 /12(Getty Images)

  • Veja também

    País: Estados Unidos Receita: US$ 394 bilhões Lucro: US$ 32,6 bilhões Ativos: US$  346,8 bilhões Valor de mercado: US$ 422,3 bilhões Posição no ranking geral: 6ª
  • 3. 2ª - PetroChina

    3 /12(Getty Images)

  • País: China Receita: US$ 328,5 bilhões Lucro: US$ 21,1 bilhões Ativos: US$ 386,9 bilhões Valor de mercado: US$ 202 bilhões Posição no ranking geral: 10ª
  • 4. 3ª - Royal Dutch Shell

    4 /12(Cate Gillon/Getty Images)

    País: Reino Unido e Holanda Receita: US$ 451,4 bilhões Lucro: US$ 16,4 bilhões Ativos: US$ 357,5 bilhões Valor de mercado: US$ 234,1 bilhões Posição no ranking geral: 11ª
  • 5. 4ª - BP

    5 /12(Chris Ratcliffe/Bloomberg)

    País: Reino Unido Receita: US$ 379,2 bilhões Lucro: US$ 23,6 bilhões Ativos: US$ 305,7 bilhões Valor de mercado: US$ 148,8 bilhões Posição no ranking geral: 17ª
  • 6. 5ª - Chevron

    6 /12(David Paul Morris/Bloomberg)

    País: Estados Unidos Receita: US$ 211,8 bilhões Lucro: US$ 21,4 bilhões Ativos: US$ 253,8 bilhões Valor de mercado: US$ 227,2 bilhões Posição no ranking geral: 18ª
  • 7. 6ª - Gazprom

    7 /12(Divulgação)

    País: Rússia Receita: US$ 164,6 bilhões Lucro: US$ 39 bilhões Ativos: US$ 397,2 bilhões Valor de mercado: US$ 88,8 bilhões Posição no ranking geral: 21ª
  • 8. 7ª - Total

    8 /12(Eric Piermont/AFP)

    País: França Receita: US$ 227,9 bilhões Lucro: US$ 11,2 bilhões Ativos: US$ 239,1 bilhões Valor de mercado: US$ 149,8 bilhões Posição no ranking geral: 25ª
  • 9. 8ª - Sinopec

    9 /12(China Photos/Getty Images)

    País: China Receita: US$ 445,3 bilhões Lucro: US$ 10,9 bilhões Ativos: US$ 228,4 bilhões Valor de mercado: US$ 94,7 bilhões Posição no ranking geral: 29ª
  • 10. 9ª - Petrobras

    10 /12(Pedro Lobo/Bloomberg News)

    País: Brasil Receita: US$ 141,2 bilhões Lucro: US$ 10,9 bilhões Ativos: US$ 319,2 bilhões Valor de mercado: US$ 86,8 bilhões Posição no ranking geral: 30ª
  • 11. 10ª - Rosneft

    11 /12(Wikipedia)

    País: Rússia Receita: US$ 142,6 bilhões Lucro: US$ 12,8 bilhões Ativos: US$ 229,4 bilhões Valor de mercado: US$ 70 bilhões Posição no ranking geral: 34ª
  • 12. Agora, veja 25 companhias brasileiras entre as maiores do mundo

    12 /12(Roberto Stuckert Filho/PR)

  • Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEnergiaEstatais brasileirasGás e combustíveisIndústria do petróleoPetrobrasPetróleoPré-sal

    Mais lidas

    exame no whatsapp

    Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

    Inscreva-se

    Mais de Negócios

    Mais na Exame