Petrobras sofre danos em disputa por aumento do combustível
Aumento transformou a produtora estatal de petróleo na maior perdedora entre as rivais com grau de investimento no mercado de títulos
Da Redação
Publicado em 5 de dezembro de 2013 às 13h07.
Rio de Janeiro - Os sinais de que o Brasil continuará usando a Petrobras para pagar subsídios aos combustíveis está aprofundando um declínio que transformou a produtora estatal de petróleo na maior perdedora entre as rivais com grau de investimento no mercado de títulos.
As notas da empresa por US$ 2,25 bilhões com vencimento em 2041 caíram 3,7 por cento desde que em 29 de novembro o governo rejeitou um pedido da produtora de aumentos automáticos do preço do combustível e de eliminação gradual do subsídio. A baixa levou a perdas de 21 por cento nas notas neste ano, nove vezes o declínio médio neste ano para títulos de empresas de petróleo com nota de crédito BBB- ou superior.
Embora a presidente Dilma Rousseff tenha autorizado a Petrobras a aumentar o preço da gasolina pela primeira vez desde março, é improvável que ela conceda aumentos no ano que vem, pois ela está tentando conter a inflação para melhorar suas chances nas eleições de outubro, segundo a ING Investment Management e a Seaport Group LLC. A divisão de refino e abastecimento da empresa registrou perdas de US$ 32 bilhões desde o começo de 2011, quando a companhia começou subsidiar a gasolina e o diesel.
“É ano de eleições no Brasil”, disse Jeremy Brewin, que ajuda a gerenciar cerca de US$ 8 bilhões em títulos como diretor de dívida de mercados emergentes da ING em Haia, em entrevista por telefone. “A Petrobrás sofre uma forte influência do que está acontecendo no Brasil, da tentativa de controlar a inflação”.
O Ministério da Fazenda preferiu não comentar em resposta por e-mail.
Lucros da Petrobrás
Os aumentos de 4 por cento para a gasolina e de 8 por cento para o diesel, que entraram em vigor no fim de semana, fazem parte de uma política pensada para tornar os preços locais convergentes com as referências internacionais, disse a Petrobras em um documento em 29 de novembro. O fato de vender gasolina importada abaixo do seu custo fez com que a Petrobras tivesse a maior redução de lucros entre as principais produtoras no último trimestre.
Os aumentos não serão automáticos, de acordo com uma nova política que inclui “faixas de ajuste” com base em fatores como os preços internacionais da gasolina e a taxa de câmbio, disse ontem a Petrobrás.
A Petrobras terá que tomar empréstimos de até US$ 30 bilhões no ano que vem para financiar US$ 40 bilhões em gastos de capital e US$ 14 bilhões em custos de pagamento de dívidas, disse o Credit Suisse Group AG em um relatório de pesquisa publicado em 2 de dezembro.
O governo vê espaço para outro aumento de preços para a Petrobrás no ano que vem, informou O Globo em 3 de dezembro, citando uma fonte não identificada.
Dívida da Petrobrás
Fabiano Santin, analista de renda fixa na Kondor Invest em São Paulo, diz que um aumento de preços no ano que vem ajudaria a reduzir os custos da Petrobras para tomar empréstimos.
“As expectativas mudam o tempo todo”, disse Santin. “Talvez o governo autorize um aumento um pouco antes”.
A dívida pendente da Petrobrás cresceu 22 por cento nos últimos 12 meses para US$ 112,7 bilhões no final do terceiro trimestre, segundo dados compilados pela Bloomberg. A dívida da empresa agora supera em US$ 21 bilhões seu valor no mercado acionário, segundo dados compilados pela Bloomberg.
O subsídio ao combustível poderia levar a Petrobras a tomar mais empréstimos no ano que vem, segundo Brewin da ING.
“O regime de subsídios para a gasolina no Brasil diminuiu sua capacidade de arrecadar grandes somas de capital”, disse Brewin. “Qualquer notícia que tornar o desafio de financiamento um pouco mais difícil de superar significa que inevitavelmente teremos que reconstruir a nossa ideia sobre o número potencial” do tamanho de uma venda de títulos no ano que vem.
Rio de Janeiro - Os sinais de que o Brasil continuará usando a Petrobras para pagar subsídios aos combustíveis está aprofundando um declínio que transformou a produtora estatal de petróleo na maior perdedora entre as rivais com grau de investimento no mercado de títulos.
As notas da empresa por US$ 2,25 bilhões com vencimento em 2041 caíram 3,7 por cento desde que em 29 de novembro o governo rejeitou um pedido da produtora de aumentos automáticos do preço do combustível e de eliminação gradual do subsídio. A baixa levou a perdas de 21 por cento nas notas neste ano, nove vezes o declínio médio neste ano para títulos de empresas de petróleo com nota de crédito BBB- ou superior.
Embora a presidente Dilma Rousseff tenha autorizado a Petrobras a aumentar o preço da gasolina pela primeira vez desde março, é improvável que ela conceda aumentos no ano que vem, pois ela está tentando conter a inflação para melhorar suas chances nas eleições de outubro, segundo a ING Investment Management e a Seaport Group LLC. A divisão de refino e abastecimento da empresa registrou perdas de US$ 32 bilhões desde o começo de 2011, quando a companhia começou subsidiar a gasolina e o diesel.
“É ano de eleições no Brasil”, disse Jeremy Brewin, que ajuda a gerenciar cerca de US$ 8 bilhões em títulos como diretor de dívida de mercados emergentes da ING em Haia, em entrevista por telefone. “A Petrobrás sofre uma forte influência do que está acontecendo no Brasil, da tentativa de controlar a inflação”.
O Ministério da Fazenda preferiu não comentar em resposta por e-mail.
Lucros da Petrobrás
Os aumentos de 4 por cento para a gasolina e de 8 por cento para o diesel, que entraram em vigor no fim de semana, fazem parte de uma política pensada para tornar os preços locais convergentes com as referências internacionais, disse a Petrobras em um documento em 29 de novembro. O fato de vender gasolina importada abaixo do seu custo fez com que a Petrobras tivesse a maior redução de lucros entre as principais produtoras no último trimestre.
Os aumentos não serão automáticos, de acordo com uma nova política que inclui “faixas de ajuste” com base em fatores como os preços internacionais da gasolina e a taxa de câmbio, disse ontem a Petrobrás.
A Petrobras terá que tomar empréstimos de até US$ 30 bilhões no ano que vem para financiar US$ 40 bilhões em gastos de capital e US$ 14 bilhões em custos de pagamento de dívidas, disse o Credit Suisse Group AG em um relatório de pesquisa publicado em 2 de dezembro.
O governo vê espaço para outro aumento de preços para a Petrobrás no ano que vem, informou O Globo em 3 de dezembro, citando uma fonte não identificada.
Dívida da Petrobrás
Fabiano Santin, analista de renda fixa na Kondor Invest em São Paulo, diz que um aumento de preços no ano que vem ajudaria a reduzir os custos da Petrobras para tomar empréstimos.
“As expectativas mudam o tempo todo”, disse Santin. “Talvez o governo autorize um aumento um pouco antes”.
A dívida pendente da Petrobrás cresceu 22 por cento nos últimos 12 meses para US$ 112,7 bilhões no final do terceiro trimestre, segundo dados compilados pela Bloomberg. A dívida da empresa agora supera em US$ 21 bilhões seu valor no mercado acionário, segundo dados compilados pela Bloomberg.
O subsídio ao combustível poderia levar a Petrobras a tomar mais empréstimos no ano que vem, segundo Brewin da ING.
“O regime de subsídios para a gasolina no Brasil diminuiu sua capacidade de arrecadar grandes somas de capital”, disse Brewin. “Qualquer notícia que tornar o desafio de financiamento um pouco mais difícil de superar significa que inevitavelmente teremos que reconstruir a nossa ideia sobre o número potencial” do tamanho de uma venda de títulos no ano que vem.