Após o petróleo ter perdido boa parte de seu valor com a piora da crise internacional no segundo semestre de 2008, a Petrobras repassou na segunda-feira (8) as mudanças no preço do diesel e da gasolina na refinaria, com redução de, respectivamente 15% e 4,5%. A medida deve trazer perdas mensais milionárias à estatal, na visão da Ativa.

A corretora explicou que a perspectiva era de que houvesse um ajuste somente no terceiro trimestre, reduzindo de 7% a 10% o preço de refinaria para os produtos. Com os novos dados discordantes do esperado, a equipe acredita que haverá uma queda na receita líquida de aproximadamente 812 milhões de reais ao mês.

Tal valor corresponderia a uma perda de cerca de 8% na receita da Petrobras, em relação ao número apresentado nos três primeiros meses do ano. Para recuperar parte da arrecadação reduzida em maio de 2008, quando houve o último ajuste positivo, o governo alterou a CIDE (contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) nesses dois derivados.

A equipe ressaltou ainda que a diminuição na receita pode ser compensada com um ajuste positivo nos demais derivados no segundo semestre, conforme se eleva o patamar de preço de petróleo e derivados no mercado internacional.

"Acreditamos que as ações da Petrobras poderão ter algum impacto no curto prazo, diante do percentual acima do esperado e por ter vindo um pouco antes da expectativa do mercado. Não acreditamos, porém, em impactos relevantes na visão de médio e longo prazo das ações", afirmaram os analistas.

Para a Ativa, o empecilho ao bom desempenho dos papéis da Petrobras são os desenrolares de eventos políticos, que podem manter as ações abaixo do potencial esperado e da evolução do preço do petróleo. Ainda assim, foi mantida a recomendação de compra aos papéis. Nesta sessão, as ações (PETR4) caíam 0,97% às 16h48, cotadas a 33,55 reais. Ao mesmo tempo, o Ibovespa, principal índice de referência da bolsa brasileira, tinha baixa de 1,02%.