Funcionários da Petrobras na Bacia de Campos: o adiamento de leilões vem desapontando os investidores (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 25 de outubro de 2011 às 16h26.
Rio de Janeiro - A Petrobras deve fechar o ano com uma carga média de processamento de petróleo em suas refinarias de 1,85 milhão de barris/dia, mais uma vez inferior à capacidade de produção de petróleo, segundo o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa.
"Ainda estamos atrasados nas refinarias; já deveria ter refinaria pronta, para agora. Não para a partir do ano que vem. Estamos fazendo um esforço gigantesco", afirmou Costa a jornalistas após participar de evento no Rio.
Nesta segunda-feira, a capacidade de processamento das refinarias da empresa atingiu, segundo Costa, 1,98 milhão de barris. A produção média de petróleo da Petrobras este ano é estimada em 2,1 milhões de barris/dia, meta que, no entanto, não tem sido alcançada.
"Ontem chegamos a esse volume (de 1,98 milhão de processamento), mas na média do ano achamos que vai dar para fazer 1,85 milhão de barris. Durante o ano você tem várias paradas para manutenção e paralisações", disse Costa.
"Já tivemos picos de mais de 2 milhões, mas isso só acontece quando está tudo azul e dando tudo certo", declarou o diretor da Petrobras, que prevê para 2012, uma redução nas paradas para manutenção nas 10 refinarias da estatal espalhadas pelo país.
O executivo lembrou que em relação ao ano passado, a empresa já conseguiu esse ano aumentar a capacidade de refino em 42 mil barris ao dia graças à implantação de novas tecnologias e equipamentos.
"Esse ano entramos com 22 novas unidades nas nossas refinarias; são unidades de tratamento, hidrogênio e outros. É muita coisa uma vez que cada refinaria tem 14 a 15 unidades operando", frisou.
O executivo lembrou que o tamanho do mercado consumidor equivale a aproximadamente 2,2 milhões de barris ao dia. O cronograma da empresa prevê a partir de 2012 a entrada em operação de refinarias para ampliar a capacidade de refino do país.
A estimativa da estatal é que em 2020 a capacidade de processamento suba para 3,2 milhões de barris de petróleo ao dia, volume ainda abaixo das projeções de consumo de cerca de 3,3 milhões de barris dia e de produção de petróleo cru no país de 5 milhões.
"Vamos atender o mercado com mais 4 refinarias (até 2020), mas vamos ter que exportar óleo cru... é o jogo. Lá na frente quem estiver na diretoria vai ter que pensar em novas unidades", afirmou Costa antes de lembrar que a última refinaria construída no país foi em 1980.
Segundo o diretor da Petrobras, a demanda por derivados líquidos esse ano cresce quase 7 por cento, o dobro da previsão para o PIB que é de 3,5 por cento. O consumo de gasolina avança em 2011 mais de 10 por cento assim como o querosene de aviação.