Petrobras diz que não há decisão de parar produção em refinaria
A Rlam é a segunda maior refinaria do Brasil, com capacidade para processar 323 mil barris de petróleo por dia
Reuters
Publicado em 15 de fevereiro de 2018 às 19h35.
Rio de Janeiro - A Petrobras afirmou nesta quinta-feira que, por ora, não há decisão sobre eventual parada na Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, após a Federação Única dos Petroleiros (FUP) afirmar que a unidade iria paralisar a produção de diesel diante de supostas dificuldades para vender o produto.
A Rlam é a segunda maior refinaria do Brasil, com capacidade para processar 323 mil barris de petróleo por dia, segundo dados do sindicato. Além de diesel, também produz outros combustíveis, como gasolina, querosene de aviação (QAV) e nafta petroquímica.
"Petrobras está constantemente avaliando a utilização dos seus ativos com o objetivo de maximizar seus resultados. Por ora, não há decisão sobre eventual parada na Refinaria Landulpho Alves (Rlam)", disse a empresa, sem entrar em detalhes.
Mais cedo, o diretor da FUP Deyvid Bacelar afirmou que a empresa planeja paralisar, por dez dias, a produção de diesel na Rlam, a partir de terça-feira.
Os tanques de armazenamento da refinaria estão em sua capacidade máxima, o que seria motivo da parada, segundo afirmou o líder sindical por telefone. Bacelar já foi integrante do Conselho de Administração da Petrobras.
A Petrobras não comentou as informações sobre a capacidade de armazenamento da refinaria.
Em nota, o Sindipetro Bahia destacou que a parada da Rlam acontece num quadro de forte redução da utilização do parque de refino nacional, em um momento em que a Petrobras enfrenta concorrência do produto importado.
Representantes da petroleira estatal admitiram diversas vezes ao longo de 2017 uma perda de mercado de diesel e gasolina, após adotar no fim de 2016 uma política de preços que segue a lógica do mercado internacional.
A atual política da Petrobras busca rentabilidade para a companhia, com reajustes quase que diários. No passado, em outras gestões, a empresa praticou preços inferiores aos do exterior, amargando prejuízos bilionários para ajudar o governo a segurar a inflação no país.
As importações de diesel do Brasil cresceram 63,6 por cento em 2017 ante o ano anterior, registrando um recorde. Em contrapartida, as vendas do produto no país cresceram quase 1 por cento no mesmo período.