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Petrobras discute reservadamente uso do Porto do Açu

O porto, inicialmente previsto para ser construído em Maricá, enfrenta objeções ambientais por parte de setores do governo estadual


	Porto de Imbetiba, em Macaé: os portos mais importantes do Estado do Rio estão saturados, como o de Macaé (litoral norte), Niterói (região metropolitana) e Rio. 
 (Marcelo Correa/EXAME.com)

Porto de Imbetiba, em Macaé: os portos mais importantes do Estado do Rio estão saturados, como o de Macaé (litoral norte), Niterói (região metropolitana) e Rio.  (Marcelo Correa/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Rio e Brasília - A utilização do Superporto do Açu, em São João da Barra, cidade no litoral no norte do Estado do Rio, pela Petrobras vem sendo discutida reservadamente pelo comando da petroleira. Não há na costa fluminense nenhum porto disponível com capacidade apropriada para servir de base à produção do pré-sal da Bacia de Campos. O porto, inicialmente previsto para ser construído em Maricá, enfrenta objeções ambientais por parte de setores do governo estadual.

Além da questão logística - o Porto do Açu é o mais próximo aos campos petrolíferos de Campos -, um outro fator, talvez mais importante até, aproxima a Petrobras ao futuro porto controlado pelo megaempresário Eike Batista: o governo Dilma Rousseff está preocupado que um eventual colapso das empresas do grupo X possa afetar a imagem do Brasil no exterior e minar a disposição de os empresários investirem no País.

Há uma discussão interna até onde o governo pode ir a fim de ajudar o empresário a superar a crise. Um proposta em discussão é a Petrobras assumir o Açu, o que, de acordo com a avaliação de alguns dos que estudam o assunto no governo, impulsionará os investimentos do grupo X.

Em 19 de março passado, o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Formigli Filho, sem dar detalhes da negociação, afirmou em entrevista que o emprego do Açu como base do pré-sal está em estudos pela petroleira, assim como áreas no Espírito Santo, no litoral sul do Estado do Rio e na costa paulista.

Após dias seguidos de queda, as ações da OGX conseguiram nesta segunda-feira uma recuperação considerada excelente. As ações da OGX, a petroleira de Eike, chegaram a registrar queda superior a 13% nesta sessão, mas fecharam o dia com decréscimo de pouco mais de 1%. Em um ano, as ações da OGX caíram 88,5%. Em um mês, 46%.

Uma fonte do governo afirmou que ainda não está decidido o tipo de socorro às empresas do grupo X. "Não significa que o governo vai ajudar, mas de fato há uma preocupação grande do governo com o Eike. O problema dele pode afetar a imagem do Brasil", comentou.

Eike, por muito tempo, foi indicado pela imprensa nacional e estrangeira como empresário símbolo da prosperidade da economia brasileira. Mas as empresas do grupo têm sofrido nos últimos meses uma forte queda no mercado por conta da desistência de parceiros estrangeiros em projetos do conglomerado.


Em 2012, a siderúrgica chinesa Wuhan Iron and Steel Corporation (Wisco), desistiu da parceria com a MMX no Açu, onde montariam um complexo siderúrgico. A estatal da China alegou que Eike não construiu a infraestrutura necessária (ferrovias e terminais portuários) para permitir a implementação do projeto.

O próprio empresário esteve em Brasília recentemente para conversar com Dilma. Este ano, os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, foram acusados por parlamentares de tentar transferir o estaleiro da companhia Jurong (Cingapura), projetado para o Espírito Santo, para o Açu, como forma de ajuda a Eike.

Os portos mais importantes do Estado do Rio estão saturados, como o de Macaé (litoral norte), Niterói (região metropolitana) e Rio. A proposta da Petrobras de utilizar o terminal portuário existente na Baía de Sepetiba como uma base para o pré-sal foi vetada pelo setor ambiental do governo do Estado do Rio.

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