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Petrobras devolve Bem-te-vi e amplia exploração em Carcará

ANP aprova aumento de área de exploração em Carcará, onde companhia encontrou indícios de um campo gigante de petróleo

Funcionários da Petrobras em uma plataforma de petróleo em construção na bacia de Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro (Dado Galdieri/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2014 às 15h34.

Rio de Janeiro - A Petrobras abriu mão do prospecto de Bem-te-vi e ampliou a área de exploração da jazida vizinha Carcará, onde encontrou indícios de um campo gigante de petróleo, no pré-sal da bacia de Santos, de acordo com um documento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) obtido pela Reuters.

A descoberta conhecida como Bem-te-vi, no bloco BM-S-8, o mesmo em que está Carcará, está sendo devolvida ao governo brasileiro para que a Petrobras e as sócias na concessão se concentrem ao máximo na exploração de Carcará, disse à Reuters uma fonte com conhecimento direto do assunto, confirmando o teor do documento.

A ANP aprovou a "ampliação da área de retenção de Carcará a partir da área de Bem-te-vi", no âmbito do Plano de Avaliação de Descoberta do bloco, segundo o documento. No mesmo texto da ANP foi decidida a devolução de Biguá, além de Bem-te-vi.

As três áreas do BM-S-8 integram o pré-sal, região petrolífera mais promissora do Brasil e uma das maiores fronteiras exploratórias do mundo.

"Foi descoberta uma área muito boa que é Carcará e seus esforços serão concentrados ali", disse à Reuters a fonte, sob condição de anonimato. "Bem-te-vi e Biguá não representam tanto para as empresas", acrescentou.

A Petrobras --que tem o maior plano de investimento corporativo do mundo, de 237 bilhões de dólares em cinco anos-- é a operadora do bloco com 66 por cento de participação. Os outros sócios são a Petrogal Brasil (14 por cento), da portuguesa Galp, a Barra Energia do Brasil (10 por cento) e a Queiroz Galvão Exploração e Produção, também com 10 por cento.

Procurada, a estatal brasileira não comentou o assunto.

Algumas partes do bloco sem descoberta já foram devolvidas nos últimos anos.

Pelas regras do setor de petróleo, as empresas não podem ficar com o bloco inteiro mesmo quando realizam descobertas, sendo, portanto, obrigadas a escolher pedaços da concessão para ficar e devolver o restante à União.


No fim do prazo exploratório, que geralmente ocorre em cerca de cinco anos após a assinatura do contrato de concessão, as petroleiras costumam ficar com um pedaço bem menor do que a área original do bloco.

Descoberta Gigante

O prospecto de Carcará pode ser uma das mais significativas descobertas já realizadas no pré-sal, afirmou um dos executivos que participam do consórcio do BM-S-8 na ocasião da divulgação da descoberta, em 2012.

Um outro executivo do consórcio disse na época que Carcará poderia ser comparado ao campo de Lula, antes denominado Tupi, com pelo menos 5 bilhões de barris de óleo equivalente.

A exploração de Carcará, como a de outras áreas do pré-sal, é desafiadora, conforme indicou nesta quinta-feira a Queiroz Galvão, uma das sócias no consórcio. Técnicos comentaram recentemente que o reservatório possui muita pressão, forçando as empresas a maiores cuidados perfuração.

"A primeira fase da perfuração do poço de extensão da importante descoberta de Carcará foi iniciada em dezembro, no entanto, devido a problemas operacionais ocorridos durante a perfuração, o poço foi abandonado", afirmou a Queiroz Galvão em nota ao mercado.

Segundo a empresa, a atividade será realizada em duas fases devido à necessidade de uma sonda com um equipamento adequado para a perfuração de reservatórios profundos com alto nível de segurança e eficiência operacional.

A primeira fase da perfuração é esperada para ser realizada no segundo trimestre deste ano. A segunda fase deve ser iniciada no quarto trimestre de 2014 e a expectativa é de que a conclusão da perfuração e do Teste de Formação a Poço Revestido (TFR) ocorra em meados de 2015.

O primeiro óleo de Carcará é esperado para o fim de 2018.

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Rio de Janeiro - A Petrobras abriu mão do prospecto de Bem-te-vi e ampliou a área de exploração da jazida vizinha Carcará, onde encontrou indícios de um campo gigante de petróleo, no pré-sal da bacia de Santos, de acordo com um documento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) obtido pela Reuters.

A descoberta conhecida como Bem-te-vi, no bloco BM-S-8, o mesmo em que está Carcará, está sendo devolvida ao governo brasileiro para que a Petrobras e as sócias na concessão se concentrem ao máximo na exploração de Carcará, disse à Reuters uma fonte com conhecimento direto do assunto, confirmando o teor do documento.

A ANP aprovou a "ampliação da área de retenção de Carcará a partir da área de Bem-te-vi", no âmbito do Plano de Avaliação de Descoberta do bloco, segundo o documento. No mesmo texto da ANP foi decidida a devolução de Biguá, além de Bem-te-vi.

As três áreas do BM-S-8 integram o pré-sal, região petrolífera mais promissora do Brasil e uma das maiores fronteiras exploratórias do mundo.

"Foi descoberta uma área muito boa que é Carcará e seus esforços serão concentrados ali", disse à Reuters a fonte, sob condição de anonimato. "Bem-te-vi e Biguá não representam tanto para as empresas", acrescentou.

A Petrobras --que tem o maior plano de investimento corporativo do mundo, de 237 bilhões de dólares em cinco anos-- é a operadora do bloco com 66 por cento de participação. Os outros sócios são a Petrogal Brasil (14 por cento), da portuguesa Galp, a Barra Energia do Brasil (10 por cento) e a Queiroz Galvão Exploração e Produção, também com 10 por cento.

Procurada, a estatal brasileira não comentou o assunto.

Algumas partes do bloco sem descoberta já foram devolvidas nos últimos anos.

Pelas regras do setor de petróleo, as empresas não podem ficar com o bloco inteiro mesmo quando realizam descobertas, sendo, portanto, obrigadas a escolher pedaços da concessão para ficar e devolver o restante à União.


No fim do prazo exploratório, que geralmente ocorre em cerca de cinco anos após a assinatura do contrato de concessão, as petroleiras costumam ficar com um pedaço bem menor do que a área original do bloco.

Descoberta Gigante

O prospecto de Carcará pode ser uma das mais significativas descobertas já realizadas no pré-sal, afirmou um dos executivos que participam do consórcio do BM-S-8 na ocasião da divulgação da descoberta, em 2012.

Um outro executivo do consórcio disse na época que Carcará poderia ser comparado ao campo de Lula, antes denominado Tupi, com pelo menos 5 bilhões de barris de óleo equivalente.

A exploração de Carcará, como a de outras áreas do pré-sal, é desafiadora, conforme indicou nesta quinta-feira a Queiroz Galvão, uma das sócias no consórcio. Técnicos comentaram recentemente que o reservatório possui muita pressão, forçando as empresas a maiores cuidados perfuração.

"A primeira fase da perfuração do poço de extensão da importante descoberta de Carcará foi iniciada em dezembro, no entanto, devido a problemas operacionais ocorridos durante a perfuração, o poço foi abandonado", afirmou a Queiroz Galvão em nota ao mercado.

Segundo a empresa, a atividade será realizada em duas fases devido à necessidade de uma sonda com um equipamento adequado para a perfuração de reservatórios profundos com alto nível de segurança e eficiência operacional.

A primeira fase da perfuração é esperada para ser realizada no segundo trimestre deste ano. A segunda fase deve ser iniciada no quarto trimestre de 2014 e a expectativa é de que a conclusão da perfuração e do Teste de Formação a Poço Revestido (TFR) ocorra em meados de 2015.

O primeiro óleo de Carcará é esperado para o fim de 2018.

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