Petrobras dá aval final, e refinaria é vendida por US$ 1,6 bi para árabes
Proposta havia sido em fevereiro; venda da refinaria de Landulpho Alves, na Bahia, é a primeira de oito que a Petrobras faz para abrir mão do monopólio do refino
Victor Sena
Publicado em 25 de março de 2021 às 10h38.
Última atualização em 25 de março de 2021 às 10h49.
O Conselho da Petrobras aprovou nesta quarta-feira a venda da Refinaria de Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, por 1,65 bilhão de dólares para o fundo árabe Mubadala Capital.
A refinaria será a primeira dentre as oito que estão em processo de venda a ter o contrato assinado. As oito refinarias fazem parte da estratégia da Petrobras de focar seus investimentos na extração de petróleo de água profundas, especificamente no pré-sal, e fazer desinvestimentos em outras áreas.
Após a venda das oito refinarias, a Petrobras permanecerá com uma capacidade de refino de 1,15 milhão de barris por dia (bpd), com foco na produção de combustíveis mais eficientes e sustentáveis.
As vendas precisam também acontecer porque a empresa tem um acordo de abrir mão de seu monopólio no refino com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica.
Com a perda da participação no refino no Brasil, a Petrobras deve deixar de ter o monopólio . Assim, analistas do mercado afirmam que ela pode sofrer menos pressão política para a precificação dos combustíveis, como o que ocorreu no início deste ano e culminou na demissão do ainda presidente da estatal Roberto Castello Branco.
Em comunicado à imprensa, sobre a venda dessa primeira refinaria, Castello Branco afirma que "o desinvestimento da RLAM contribui para a melhoria da alocação de capital, redução do ainda elevado endividamento e para iniciar um processo de redução de riscos de intervenções políticas na precificação de combustíveis, que tantos prejuízos causaram para a Petrobras e para a própria economia brasileira."
A Petrobras lançou o teaser para a venda da refinaria em junho de 2019. Em fevereiro de 2021, foi recebida a proposta de US$ 1,65 bilhão
Próximos passos
Até o cumprimento das condições precedentes e o fechamento da transação, a Petrobras manterá normalmente a operação da refinaria e de todos os ativos associados.
Após o fechamento, a Petrobras continuará apoiando a Mubadala Capital nas operações da RLAM durante um período de transição. Isso acontecerá sob um acordo de prestação de serviços, evitando qualquer interrupção operacional