Negócios

Petrobras busca parcerias para voltar a investir

A petroleira vai contar com a ajuda de sócias, em 2016, para avançar com projetos e evitar o declínio da produção de petróleo


	Petrobras: mudança de gestão, porém, não foi suficiente para evitar a deterioração da empresa
 (Mario Tama/ Getty Images)

Petrobras: mudança de gestão, porém, não foi suficiente para evitar a deterioração da empresa (Mario Tama/ Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de dezembro de 2015 às 10h13.

Rio - Desgastada por denúncias de corrupção e com o caixa deteriorado, a "nova Petrobras", do presidente Aldemir Bendine, encerra 2015 ainda em crise, em busca de parceiros que assumam parte de seus investimentos na área de Exploração e Produção (E&P).

A petroleira vai contar com a ajuda de sócias, em 2016, para avançar com projetos e evitar o declínio da produção de petróleo.

A venda de parte do patrimônio é outra aposta para engordar o caixa, mas a estratégia é desacreditada pelo mercado, por causa do fracasso do plano de desinvestimento no passado.

O ano de 2015 foi o primeiro da gestão de Bendine. Das mãos da antecessora Graça Foster ele recebeu uma companhia sem balanço financeiro anual auditado, o qual só veio a ser divulgado em abril deste ano, com quase cinco meses de atraso.

A mudança de gestão, porém, não foi suficiente para evitar a deterioração da Petrobras.

Desde que o nome de Bendine foi aprovado pelo conselho de administração, no dia 6 de fevereiro, até hoje, o valor de mercado da companhia caiu 20%, tendo passado de R$ 127,5 bilhões para R$ 101,6 bilhões, segundo dados da consultoria Economática com base no pregão de ontem.

A queda é praticamente a metade da variação registrada no último ano da administração de Graça. Em 2014, o valor de mercado da petroleira caiu 40,61%.

Comparado com a fase em que esteve mais bem avaliada, em maio de 2008, pouco após o Brasil receber o "grau de investimento" em sua nota de risco pela agência Standard & Poor’s (S&P), o tombo da Petrobras, neste fechamento de ano, é ainda maior, de quase 80%.

Hoje, se fosse obrigada a pagar de uma única vez a totalidade da sua dívida líquida, de R$ 402,3 bilhões, a empresa teria de reunir dinheiro equivalente a quase quatro vezes o seu valor de mercado.

Desde que assumiu, Bendine afirma que vai precisar de pelo menos quatro anos para arrumar a casa.

Hoje, sem recursos e pouco avançando no plano de desinvestimentos, ele considera, até mesmo, abrir mão de fatias de áreas onde explora e produz petróleo e gás natural para petroleiras das quais já é sócia, segundo executivo da companhia que preferiu não se identificar.

Em troca, a Petrobras quer ter a garantia de que as sócias vão investir por ela e que, assim, os projetos não vão parar.

Outra possibilidade é não mexer em nada nas participações acionárias das áreas de exploração e produção, mas, ainda assim, convencer as petroleiras parceiras a investirem por ela, com a promessa de que serão recompensadas no futuro, em uma fase mais avançada dos projetos, quando estiverem amadurecidos a ponto de contribuir com a geração de caixa.

A principal dificuldade da Petrobras, hoje, é investir na fase de exploração, de estudo e análise do tamanho das reservas e da viabilidade econômica dos blocos.

Nessa etapa, nenhum óleo é retirado e nenhum centavo entra no caixa da companhia, apenas sai. É para vencer esse período, principalmente, que a petroleira precisa da ajuda de parceiras.

A modalidade de venda de participação de áreas exploratórias faz parte das negociações que a Petrobras tem mantido com petroleiras do mundo todo para conseguir ultrapassar a crise, disse a fonte.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEstatais brasileirasEmpresas estataisPetrobrasCapitalização da PetrobrasPetróleoIndústria do petróleoParcerias empresariaisEnergiaAgências de ratingStandard & Poor'sCombustíveis

Mais de Negócios

Food to Save alcança 8 milhões de sacolas e um crescimento de 5.233%

'Algumas situações podem ser potencializadas com IA, mas com limites', diz diretora do Dante

Construtora de residencial mais alto de BC projeta dobrar vendas em 2026

Banco da Amazônia anuncia nova unidade em São Paulo