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Pearson perde 30% de valor de mercado após previsão para 2017

Maior empresa de educação do mundo, a Pearson disse que vai vender sua participação na Penguin Random House para levantar capital

Pearson: a empresa precisa reestruturar seus negócios na América do Norte, onde clientes de educação superior se voltam para alternativas digitais mais baratas ou aluguel de livros (David Jones/Wikimedia)

Pearson: a empresa precisa reestruturar seus negócios na América do Norte, onde clientes de educação superior se voltam para alternativas digitais mais baratas ou aluguel de livros (David Jones/Wikimedia)

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Reuters

Publicado em 18 de janeiro de 2017 às 16h00.

Londres - O grupo britânico de educação Pearson perdeu quase um terço do seu valor de mercado nesta quarta-feira, após piorar as estimativas para lucro em 2017 e descartar projeções para 2018, diante das dificuldades para se adaptar à era digital.

Maior empresa de educação do mundo, a Pearson disse que vai vender sua participação na Penguin Random House para levantar capital e investir em novas tecnologias. A companhia gerava a maior parte do lucro a partir de livros didáticos e testes.

A Pearson precisa reestruturar seus negócios na América do Norte, principal mercado, onde clientes de educação superior se voltam para alternativas digitais mais baratas ou aluguel de livros, agravando a queda no número de matrículas em meio à melhora da economia.

As ações do grupo britânico despencaram 30 por cento nesta quarta-feira, reduzindo em 1,9 bilhão de libras (2,3 bilhões de dólares) o valor de mercado, após a empresa anunciar que não mais projetaria dividendos para 2017, aumentando a pressão sobre o presidente John Fallon.

"É um momento difícil para empresa, temos que nos mexer com urgência e de modo decisivo", afirmou Fallon.

A empresa, que previu lucro operacional até 19 por cento abaixo do esperado para 2017 e descartou previsão para 2018, disse que agirá mais agressivamente em e-books e no empréstimo de livros, reduzindo os preços para impulsionar as vendas.

Fallon, que atua na companhia há 20 anos, disse aceitar a responsabilidade por falhar em prever mudanças de mercado, mas que seu trabalho era preparar a empresa para mudanças no mercado para a era digital.

"Sou responsável e aceito totalmente essa responsabilidade", disse. "Mas também sou responsável por guiar a empresa por um período muito mais difícil que qualquer um poderia imaginar".

A Pearson, que vendeu o jornal Financial Times e a fatia na revista The Economist em 2015 para focar em educação, tem sido afetada pela recuperação da economia norte-americana, que levou ao aumento da empregabilidade e redução do número de matrículas.

A América do Norte responde por cerca de dois terços das vendas do grupo britânico.

Estudantes estão usando cada vez mais livros de segunda mão e fazendo empréstimos, contribuindo para a queda de 30 por cento na receita líquida da empresa com materiais pedagógicos para ensino superior na América do Norte no quarto trimestre de 2016.

Embora rivais como as americanas McGraw Hill e a Cengage também estejam passando por dificuldades, a Pearson tem sido a mais afetada por ser líder de mercado. A companhia britânica ainda gera metade das vendas com materiais impressos.

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