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Participação de estrangeiros em açúcar e álcool triplica em três anos

Crise do setor e boas perspectivas do etanol incentivaram a entrada do capital externo em 22% das usinas

Há participação estrangeira em quatro dos cinco maiores grupos sucroalcooleiros que atuam no Brasil (.)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

São Paulo - A participação de estrangeiros no setor de açúcar e álcool triplicou nos últimos três anos. Na safra 2007/2008, apenas 7% das usinas contavam com alguma presença de capital externo - seja como controlador, seja como minoritário. Já na safra 2010/2011, essa porcentagem deve chegar a 22%. A estimativa é de um estudo da União da Indústria da Cana de Açúcar (UNICA) citada pelo consultor Eduardo Chaim, da Dextron.

Chaim também coordenou uma pesquisa sobre o setor. O trabalho mostra que a tendência é de aumento da participação estrangeira entre os maiores grupos do setor, à medida que a concorrência se torne mais acirrada. Gigantes como a americana ADM, a britânica British Petroleum e a Noble Group, de Hong Kong, devem investir na ampliação de suas operações locais. Para Chaim essa competição vai melhorar a competitividade do setor, porque os estrangeiros contam com estruturas mais profissionais e ferramentas de gestão mais modernas que a maioria das empresas brasileiras.

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O estudo não detectou nenhuma preferência dos grupos estrangeiros por usinas maiores ou menores. A Shell, por exemplo, entrou no setor por meio de uma joint-venture com a Cosan, que é a segunda maior empresa do setor, já a British Petroleum adquiriu 50% da usina Tropical Bioenergia, segundo Chaim, que não está entre as maiores.

Isso não quer dizer que os estrangeiros estejam fora das primeiras posições do ranking do setor. A pesquisa lembra que, dos cinco maiores grupos sucroalcooleiros do país, quatro contam com estrangeiros em seu capital – a Cosan, Louis Dreyfys, Bunge e Guarani.

Histórico

As primeiras incursões estrangeiras no setor ocorreram no início desta década, com a chegada dos franceses Louis Dreyfus, em 2000 e Tereos em 2002. A entrada de empresas estrangeiras se intensificou a partir de 2005, quando o etanol despontou no mercado internacional como uma fonte de energia renovável, impulsionado pela alta do petróleo, segundo Chaim.

Empresas de diversos países atuam no setor sucroalcooleiro brasileiro, segundo a Dextron, como China (Noble), Espanha (Abengoa), Estados Unidos (ADM, Bunge), França (Louis Dreyfus, Tereos), Holanda (Shell), Inglaterra (British Petroleum, Clean Energy Brazil) e Japão (Mitsubishi, Sojitz).

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