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Paranapanema inaugura fábrica em SP à espera de recuperação

Produtora inaugurou fábrica diante de uma estratégia de corte de custos e preparação da empresa para retomada do crescimento


	Paranapanema: companhia investiu 150 milhões de reais na fábrica de tubos de cobre instalada em Santo André
 (Germano Lüders)

Paranapanema: companhia investiu 150 milhões de reais na fábrica de tubos de cobre instalada em Santo André (Germano Lüders)

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Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2013 às 16h38.

São Paulo - A maior produtora de cobre refinado do Brasil, Paranapanema, inaugurou nesta quinta-feira uma fábrica de tubos na região metropolitana de São Paulo, diante de uma estratégia de corte de custos e preparação da empresa para retomada do crescimento industrial do país.

A companhia investiu 150 milhões de reais na fábrica de tubos de cobre instalada em Santo André, que vai substituir uma unidade defasada com equipamentos de mais de 60 anos de uso, disse o presidente interino da Paranapanema, Edson Monteiro. Os recursos estão incluídos em investimentos de 1,2 bilhão de reais até 2015.

"O processo de manutenção era muito caro e o custo da transformação do cobre com os equipamentos que tínhamos era muito elavado (...) Agora, estamos com ganhos de produtividade e maior aproveitamento de matéria prima", disse o executivo.

Segundo ele, o melhor aproveitamento do cobre é obtido com a capacidade de produção de tubulações mais finas com a nova unidade, que abre à empresa possibilidade de atender clientes no setor de refrigeração, como fabricantes de geladeiras da Zona Franca de Manaus.

"Os fabricantes da Zona Franca consomem (produtos de) cobre chinês e queremos substituí-los", disse Monteiro em entrevista à Reuters. "Com a fábrica nova, temos tecnologia para atender à demanda." Apesar do segmento de eletrodomésticos no país atravessar período de crescimento estimulado por nível de emprego elevado e pelo programa Minha Casa Melhor, do governo federal, Monteiro citou lentidão na demanda de setores industriais, consumidores de produtos de cobre como fios e cabos elétricos.

"A demanda é fraca. Conversamos muito com clientes que abastecem o mercado diretamente e eles estão vendo congelamento de demanda e baixa de pedidos em carteira", disse o executivo.


"Mas o que estamos fazendo é nos preparar para estarmos prontos para quando o crescimento chegar (...) Temos que descobrir outros mercados e incentivar a produção nacional", afirmou.

A Paranapanema atravessou por uma reestruturação entre 2008 e 2009 em que refinanciou passivos tributários e vendeu unidades de estanho e fertilizantes para se concentrar apenas em cobre.

A empresa encerrou o primeiro semestre com alta anual de 38 por cento na receita líquida, a 2,56 bilhões de reais. Enquanto isso, o lucro líquido foi de 46,8 milhões de reais, revertendo prejuízo de 42 milhões de reais um ano antes.

Monteiro não precisou os ganhos de produtividade ou intensidade de corte de custos na produção de tubos com a nova unidade de Santo André. A companhia divulga resultados de terceiro trimestre em 31 de outubro. Às 14h15, as ações da Parnapanema tinham queda de 1,3 por cento, enquanto o Ibovespa recuava 0,65 por cento.

Segundo ele, que está no cargo desde janeiro, a volatilidade do dólar tem trazido a dificuldade de explicar os resultados para os acionistas. O cobre vendido pela empresa é cotado em dólar e o ciclo de negócios é longo, entre 90 a 120 dias.

"Se tenho estoque de 100 dias atrás, tenho que ter um mecanismo de hedge perfeito e às vezes não se consegue fazer isso na sua totalidade", disse Monteiro.

Ele evitou fazer comentários sobre perspectivas para os resultados do terceiro trimestre, mas afirmou que a expectativa para os preços do cobre é de estabilidade entre 7 mil e 7,2 mil dólares a tonelada, mas podendo chegar a 6,8 mil dólares no início do próximo ano.

Monteiro afirmou ainda que investimentos do país em energia eólica e solar, além dos estímulos ao consumo de bens da linha branca, devem "dar um alento" para a indústria de cobre do país.

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