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Para Petrobras, é prematuro prever potencial de gás de xisto

A gerente executiva de Logística em Participações de Gás da estatal levantou dúvidas a respeito do futuro do mercado de gás não-convencional no Brasil

Petrobras: segundo Rachid, é prematuro dizer que o país terá volumes expressivos de gás de xisto a preços comparáveis aos praticados nos EUA (Ricardo Moraes/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de março de 2013 às 16h19.

Rio de Janeiro - Em um tom menos otimista que a maioria dos autoridades brasileiras e agentes de mercado, a gerente executiva de Logística em Participações de Gás da Petrobras , Luciana Rachid, afirmou nesta quarta-feira ser prematuro projetar no momento o potencial para produção no Brasil de gás não-convencional, também chamado de xisto.

Sem entrar em detalhes sobre a sua posição, a gerente executiva levantou dúvidas, com base nas informações técnicas à disposição no momento, sobre o futuro do mercado gás de xisto no país.

O primeiro leilão de áreas para exploração de gás não-convencional da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) está previsto para outubro, disse recentemente o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

"Em termos de produção de gás, os resultados desse leilão da ANP surgirão em alguns anos e, apesar das expectativas de êxito, seria prematuro afirmar que o Brasil disporá de expressivos volumes de gás não-convencional a preços equivalente ao que se observa hoje com o gás de xisto dos Estados Unidos", avaliou Rachid, em um fórum de gás no Rio de Janeiro.

Com novas tecnologias, a exploração de gás não-convencional avançou significativamente nos últimos anos, principalmente nos Estados Unidos, que possuiu reservas expressivas. Os preços do gás baixaram com as descobertas e o combustível se tornou uma importante alternativa ao setor produtivo.

Em recente entrevista à Reuters, a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, disse que estudos preliminares apontam potencial de gás de xisto no Brasil de 500 trilhões de metros cúbicos (TCF).

Já a diretora do Departamento de Gás Natural do Ministério de Minas e Energia, Symone Araújo, disse durante o evento que o modelo de regulação da rodada de gás não-convencional deve ser o mesmo da licitação de áreas de petróleo prevista para maio.

"Será com base na lei 9478 e igual a décima primeira em regulação... Terá programas exploratórios, conteúdo local e os royalties devem ter percentuais que estamos acostumados, bem como PE (participação especial)", disse ela.

Segundo a diretora, o modelo dos EUA de desenvolvimento do mercado de gás de xisto está sendo olhado e analisado pelo Brasil como aprendizado para a futura rodada da ANP.


LIMITAÇÕES

Rachid, da Petrobras, destacou que a partir da descoberta do pré-sal cresceu a expectativa de aumento na produção de gás convencional no país.

Entretanto, acrescentou ela, historicamente a indústria de gás no Brasil avançou associada à produção de óleo, o que "impõe limitações ao desenvolvimento do mercado", em função da necessidade de se injetar o gás no processo produtivo do petróleo.

A produção de óleo no pré-sal já atingiu 300 mil barris por dia em fevereiro, enquanto a extração de gás no pré-sal soma 10 milhões de metros cúbicos ao dia, sendo metade na bacia de Santos.

Segundo a executiva da Petrobras, para escoar essa produção de gás oriundo do pré-sal, estão previstos três gasodutos com capacidade de 44 milhões cúbicos ao dia.

Um deles já está em operação com capacidade de 10 milhões de metros cúbicos, enquanto os outros terão porte para transportar 14 e 16 milhões ao dia.

"A definição precisa do volume a ser escoado ainda depende da conclusão de testes do melhor método de recuperação do petróleo, ou seja, com ou sem injeção de gás. Mas é certo que o dimensionamento do escoamento levou em consideração algum nível de reinjeção", afirmou a executiva.

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Rio de Janeiro - Em um tom menos otimista que a maioria dos autoridades brasileiras e agentes de mercado, a gerente executiva de Logística em Participações de Gás da Petrobras , Luciana Rachid, afirmou nesta quarta-feira ser prematuro projetar no momento o potencial para produção no Brasil de gás não-convencional, também chamado de xisto.

Sem entrar em detalhes sobre a sua posição, a gerente executiva levantou dúvidas, com base nas informações técnicas à disposição no momento, sobre o futuro do mercado gás de xisto no país.

O primeiro leilão de áreas para exploração de gás não-convencional da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) está previsto para outubro, disse recentemente o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

"Em termos de produção de gás, os resultados desse leilão da ANP surgirão em alguns anos e, apesar das expectativas de êxito, seria prematuro afirmar que o Brasil disporá de expressivos volumes de gás não-convencional a preços equivalente ao que se observa hoje com o gás de xisto dos Estados Unidos", avaliou Rachid, em um fórum de gás no Rio de Janeiro.

Com novas tecnologias, a exploração de gás não-convencional avançou significativamente nos últimos anos, principalmente nos Estados Unidos, que possuiu reservas expressivas. Os preços do gás baixaram com as descobertas e o combustível se tornou uma importante alternativa ao setor produtivo.

Em recente entrevista à Reuters, a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, disse que estudos preliminares apontam potencial de gás de xisto no Brasil de 500 trilhões de metros cúbicos (TCF).

Já a diretora do Departamento de Gás Natural do Ministério de Minas e Energia, Symone Araújo, disse durante o evento que o modelo de regulação da rodada de gás não-convencional deve ser o mesmo da licitação de áreas de petróleo prevista para maio.

"Será com base na lei 9478 e igual a décima primeira em regulação... Terá programas exploratórios, conteúdo local e os royalties devem ter percentuais que estamos acostumados, bem como PE (participação especial)", disse ela.

Segundo a diretora, o modelo dos EUA de desenvolvimento do mercado de gás de xisto está sendo olhado e analisado pelo Brasil como aprendizado para a futura rodada da ANP.


LIMITAÇÕES

Rachid, da Petrobras, destacou que a partir da descoberta do pré-sal cresceu a expectativa de aumento na produção de gás convencional no país.

Entretanto, acrescentou ela, historicamente a indústria de gás no Brasil avançou associada à produção de óleo, o que "impõe limitações ao desenvolvimento do mercado", em função da necessidade de se injetar o gás no processo produtivo do petróleo.

A produção de óleo no pré-sal já atingiu 300 mil barris por dia em fevereiro, enquanto a extração de gás no pré-sal soma 10 milhões de metros cúbicos ao dia, sendo metade na bacia de Santos.

Segundo a executiva da Petrobras, para escoar essa produção de gás oriundo do pré-sal, estão previstos três gasodutos com capacidade de 44 milhões cúbicos ao dia.

Um deles já está em operação com capacidade de 10 milhões de metros cúbicos, enquanto os outros terão porte para transportar 14 e 16 milhões ao dia.

"A definição precisa do volume a ser escoado ainda depende da conclusão de testes do melhor método de recuperação do petróleo, ou seja, com ou sem injeção de gás. Mas é certo que o dimensionamento do escoamento levou em consideração algum nível de reinjeção", afirmou a executiva.

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