Negócios

Para OLX, objetos usados valem bilhões

O site de classificados movimentou R$ 81,9 bilhões em 2016, 18,3% a mais do que no ano anterior

OLX: "Queremos desenvolver o hábito de desapegar", afirmou CEO (Divulgação)

OLX: "Queremos desenvolver o hábito de desapegar", afirmou CEO (Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 25 de janeiro de 2017 às 10h58.

São Paulo - Uma roupa usada, instrumento deixado de lado ou eletrônico que está juntando poeira podem não ser tão atraentes. Mas, para a OLX, a venda de produtos usados vale ouro.

O site de classificados movimentou R$ 81,9 bilhões em 2016, 18,3% a mais do que no ano anterior. A empresa não divulga seu faturamento

A líder no segmento de compra e venda online hoje recebe meio milhão de anúncios novos todos os dias. No ano, foram publicados 138,8 milhões de novos anúncios, alta de 53% em relação a 2015.

A empresa foi impulsionada pelo crescimento e maior aceitação da economia colaborativa, que incentiva o compartilhamento de produtos. Exemplos conhecidos são Uber, Airbnb, CouchSurfing, entre outros, que promovem a venda ou aluguel de bens que normalmente ficariam parados ou sem uso.

"As pessoas estão mais acostumadas com este modelo", afirmou o CEO da OLX, Andries Oudshoorn. Mas ainda há espaço para crescer.

Segundo uma pesquisa do Ibope, 91% dos brasileiros têm itens sem uso em suas casas e 84% querem vender esses objetos."Queremos desenvolver o hábito de desapegar", afirmou ele. "Faz sentido para a economia familiar, do Brasil e para o meio ambiente."

Além de promover esta cultura, a OLX busca aumentar o número de vendas bem-sucedidas.  Em 2016, foram 24,6 milhões de transações, aumento de 90% em relação ao ano anterior.

Para facilitar as negociações, a companhia desenvolveu um chat para as conversas entre os vendedores e os interessados. Essas conversas, antes, eram feitas por e-mail. "O chat é mais rápido e direto. Hoje temos uma velocidade maior nas vendas", disse Oudshoorn.

A empresa espera aumentar o número de vendas fechadas em 50% para 2017.

Vendedores de peso

A OLX foi criada como uma empresa de vendas entre consumidores. No entanto, há alguns anos tem investido em um novo tipo de vendedor: outras empresas.

Ela está desenvolvendo ferramentas para concessionárias, imobiliárias ou locadoras de carro. Imóveis e carros, que já são uma categoria forte, deverão ganhar ainda mais força este ano, com investimentos e contratações para a nova divisão da empresa.

Um exemplo foi a automatização do processo para inserir novos anúncios. Normalmente, o vendedor precisa colocar seus objetos à venda um por um, mas a OLX criou uma ferramenta para esses grandes parceiros inserirem todas as suas ofertas de uma vez.

Também aumentou a sua equipe dedicada ao atendimento desses clientes: foram 75 contratações no ano passado.

Por conta disso, os vendedores profissionais já representam 30% do total de vendas da OLX.

Acompanhe tudo sobre:Crescimento econômicoEconomia colaborativaEmpresas brasileirasInvestimentos de empresas

Mais de Negócios

Ele trabalhava 90 horas semanais para economizar e abrir um negócio – hoje tem fortuna de US$ 9,5 bi

Bezos economizou US$ 1 bilhão em impostos ao se mudar para a Flórida, diz revista

15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados