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Para o Google, crescimento não é problema

Apesar de crescente pressão regulatória e mais de 9 bilhões de dólares em multas nos últimos anos, papéis da companhia subiram em média 21% no último ano

Google: faturamento da empresa deve crescer 20% no primeiro trimestre de 2019 (Mike Blake/Reuters)

Google: faturamento da empresa deve crescer 20% no primeiro trimestre de 2019 (Mike Blake/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2019 às 07h05.

Última atualização em 29 de abril de 2019 às 07h26.

A Alphabet, companhia-mãe do site de buscas Google, deve comprovar mais uma vez nesta segunda-feira que crescimento não é um problema para as empresas de tecnologia. Analistas estimam que o faturamento deve passar dos 37 bilhões de dólares, alta de 20% em relação ao mesmo período do ano passado. As ações da empresa subiram em média 21% nos últimos 12 meses, e com razão: o lucro estimado para os acionistas é de mais de 10 dólares por ação.

A maior parte do faturamento deve vir do segmento de anúncios, ainda com competição acirrada com a varejista Amazon e o Facebook pelo segmento de anúncios online. Em 2018, o Google reportou ter 37% do mercado de anúncios digitais dos Estados Unidos, com o Facebook ocupando o segundo lugar, com 21%, e a Amazon em terceiro, com 4,1%. A expectativa dos investidores é a de que a companhia não tenha perdido muito espaço nos últimos meses.

Para diversificar suas fontes de renda e não depender somente do setor de anúncios, o Google passou a investir cada vez mais em seu negócio de armazenamento em nuvem. Na conferência Google Cloud Next 2019, a empresa anunciou parcerias com companhias como MongoDB e Elastic para sua nova plataforma de serviço de nuvem, o Anthos. Há uma expectativa de que esse novo posicionamento mostre resultados positivos já no balanço divulgado nesta segunda-feira.

O que pode dificultar os números da Alphabet, contudo, é a contabilização da última multa paga à União Europeia em nome do Google. A empresa disse que vai incluir no balanço uma multa de 1,7 bilhão de dólares, recebida em março por práticas consideradas abusivas no setor de publicidade. Essa é a terceira multa bilionária paga pela companhia aos europeus nos últimos três anos, somando um total de 9,4 bilhões de dólares. A regulação vem batendo à porta das gigantes de tecnologia: na semana passada, foi anunciado que o Facebook deve ter de pagar à regulação americana uma multa de de 5 bilhões de dólares pelos dados de usuários vazados no escândalo da Cambridge Analytica.

O problema é que, para uma empresa que, como o Google, lucrou mais de 30 bilhões de dólares só no ano passado, pagar alguns bilhões à regulação parece não afetar financeiramente a empresa. Na prática, serão menos as demandas governamentais por privacidade de dados e mais os resultados de publicidade, aparelhos eletrônicos, vídeo e nuvem que irão determinar se o crescimento contínuo dos papéis da Alphabet se manterá pelos próximos meses.

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