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Para Graça, é preciso esperar para ver efeito do dólar

Graça destacou que o momento é marcado por uma “variação abrupta do câmbio” e que a Petrobrás tem suas operações balizadas pelo dólar

Maior parte das dívidas da companhia é denominada em dólar, a alta da moeda americana resulta em despesas financeiras para a Petrobrás (REUTERS/Bruno Domingos)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2013 às 12h36.

São Paulo - A presidente da Petrobras , Maria das Graças Foster, foi evasiva ao comentar os possíveis efeitos da forte valorização do dólar frente ao real registrada nos últimos dias. Questionada sobre o tema por um participante do seminário “Investimento em Infraestrutura: base do desenvolvimento”, realizado ontem, Graça sinalizou que não deve falar sobre câmbio até o final do mês.

“É preciso esperar chegar o último dia útil de junho para que a gente possa quantificar e responder de forma adequada a essa pergunta”, disse. Graça destacou que o momento é marcado por uma “variação abrupta do câmbio” e que a Petrobrás, assim como as demais empresas do setor de óleo e gás, tem suas operações balizadas pelo dólar.

A valorização do dólar afeta a Petrobras diretamente nos campos financeiro e operacional. Como a maior parte das dívidas da companhia é denominada em dólar, a alta da moeda americana resulta em despesas financeiras para a Petrobrás. Embora o efeito seja apenas contábil em um primeiro momento, o câmbio pode provocar um salto nos indicadores de endividamento da estatal.

No campo operacional, o principal efeito está associado às operações de importação de combustíveis para atender a demanda doméstica. A Petrobras é a maior importadora do País em razão, principalmente, das compras de gasolina, diesel e gás natural no exterior. O efeito cambial nas exportações deve anular potenciais ganhos da Petrobrás com a exportação de petróleo.

Outro efeito da variação do dólar e da sinalização de que a moeda pode oscilar em patamares mais elevados com uma eventual retirada de estímulos à economia dos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) estaria no planejamento estratégico da Petrobrás.

O Plano de Negócios 2013-2017 da estatal é fundamentado em um câmbio médio entre R$ 1,85 e R$ 2,00, sendo R$ 1,85 o câmbio projetado para o período final do intervalo. Com o dólar buscando novas patamares, a Petrobrás pode ser obrigada a rever suas estimativas no futuro plano 2014-2018, a ser divulgado no ano que vem. Após participar do seminário, Graça Foster foi abordada por jornalistas, mas optou por não falar com a imprensa.

Ações

Graça Foster foi questionada também sobre a trajetória de queda do valor das ações da estatal. Dizendo-se constrangida com a variação dos papéis, os quais estariam sendo negociados abaixo de um patamar considerado razoável pela própria executiva, Graça atribuiu a queda à expectativa de que a produção da Petrobrás sempre crescesse.

Esse cenário foi inviabilizado pelo atraso na entrega de 16 sondas de perfuração, todas contratadas no exterior e com cronograma postergado em até dois anos. Mas, com a chegada de novos equipamentos e a expectativa de aumento da produção a partir do segundo semestre, a trajetória das ações pode mudar. “À medida que mostremos produção, vamos ter as ações voltando a valores razoáveis”, destacou. A entrega de resultados, complementou Graça, permitirá à estatal reconquistar a confiança de analistas e investidores.

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São Paulo - A presidente da Petrobras , Maria das Graças Foster, foi evasiva ao comentar os possíveis efeitos da forte valorização do dólar frente ao real registrada nos últimos dias. Questionada sobre o tema por um participante do seminário “Investimento em Infraestrutura: base do desenvolvimento”, realizado ontem, Graça sinalizou que não deve falar sobre câmbio até o final do mês.

“É preciso esperar chegar o último dia útil de junho para que a gente possa quantificar e responder de forma adequada a essa pergunta”, disse. Graça destacou que o momento é marcado por uma “variação abrupta do câmbio” e que a Petrobrás, assim como as demais empresas do setor de óleo e gás, tem suas operações balizadas pelo dólar.

A valorização do dólar afeta a Petrobras diretamente nos campos financeiro e operacional. Como a maior parte das dívidas da companhia é denominada em dólar, a alta da moeda americana resulta em despesas financeiras para a Petrobrás. Embora o efeito seja apenas contábil em um primeiro momento, o câmbio pode provocar um salto nos indicadores de endividamento da estatal.

No campo operacional, o principal efeito está associado às operações de importação de combustíveis para atender a demanda doméstica. A Petrobras é a maior importadora do País em razão, principalmente, das compras de gasolina, diesel e gás natural no exterior. O efeito cambial nas exportações deve anular potenciais ganhos da Petrobrás com a exportação de petróleo.

Outro efeito da variação do dólar e da sinalização de que a moeda pode oscilar em patamares mais elevados com uma eventual retirada de estímulos à economia dos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) estaria no planejamento estratégico da Petrobrás.

O Plano de Negócios 2013-2017 da estatal é fundamentado em um câmbio médio entre R$ 1,85 e R$ 2,00, sendo R$ 1,85 o câmbio projetado para o período final do intervalo. Com o dólar buscando novas patamares, a Petrobrás pode ser obrigada a rever suas estimativas no futuro plano 2014-2018, a ser divulgado no ano que vem. Após participar do seminário, Graça Foster foi abordada por jornalistas, mas optou por não falar com a imprensa.

Ações

Graça Foster foi questionada também sobre a trajetória de queda do valor das ações da estatal. Dizendo-se constrangida com a variação dos papéis, os quais estariam sendo negociados abaixo de um patamar considerado razoável pela própria executiva, Graça atribuiu a queda à expectativa de que a produção da Petrobrás sempre crescesse.

Esse cenário foi inviabilizado pelo atraso na entrega de 16 sondas de perfuração, todas contratadas no exterior e com cronograma postergado em até dois anos. Mas, com a chegada de novos equipamentos e a expectativa de aumento da produção a partir do segundo semestre, a trajetória das ações pode mudar. “À medida que mostremos produção, vamos ter as ações voltando a valores razoáveis”, destacou. A entrega de resultados, complementou Graça, permitirá à estatal reconquistar a confiança de analistas e investidores.

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