Para CEO da Omie, investida do SoftBank, relação com investidores começa na conversa informal
Marcelo Lombardo, fundador da startup, participou de painel durante Startup Summit de Santa Catarina; Monica Hauck, da Sólides, também deu dicas para relacionamento com investidores
Maria Clara Dias
Publicado em 5 de agosto de 2022 às 16h09.
Última atualização em 8 de agosto de 2022 às 12h27.
Encontrar o investidor ideal é algo que deve dispensar a timidez. É nisso que acredita Marcelo Lombardo, CEO da startup Omie, de software de gestão para empresas de pequeno e médio porte. Para ele, fundadores de startups devem buscar algum contato com os responsáveis por injetar capital em pequenas empresas antes mesmo de precisarem dos recursos, ainda durante as conversas de "networking".
Lombardo é categórico na afirmação, e faz isso com base no histórico de captações da própria Omie, um exemplo bem acabado de empresa que mantém certa proximidade com investidores estratégicos. A Omie concluiu, há um ano, uma rodada série C de R$ 580 milhões liderada pelos fundos SoftBank, mas antes disso, já mantinha conversas com fundos e interessados em capitanear novas rodadas.
Para Lombardo, a relação com investidores, portanto, começa bem antes da rodada em si, mas em conversas despretenciosas para conexão e relacionamento. A lógica está em atrair potenciais investidores com base nas informações que o empreendedor compartilha sobre sua empresa, deixando um certo ar de curiosidade.
"Se um investidor te acompanhar de perto, ele entende a consistência do negócio e cria confiança muito maior para fazer um aporte”, disse o empreendedor durante um painel no Startup Summit, evento de inovação do Sebrae, Acate e Assif que acontece nos dias 4 e 5 de agosto, em Florianópolis.
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Ao lado dele estava Monica Hauck, fundadora e CEO da HRTech Sólides, de gestão de pessoas e recrutamento — e que também é um exemplo de startup envolvida recentemente em captações. A Sólides levantou em fevereiro R$ 530 milhões, maior aporte para uma startup de recursos humanos na América Latina.
Hauck reforçou que um bom relacionamento com investidores deve superar momentos de ceticismo do mercado em relação às startups, e a própria Sólides passou por momentos assim."Quando começamos, o RH não era um assunto interessante para o mercado, mas seguimos com investimentos próprios e mantivemos esse contato mesmo assim", disse.
Para ela, é essa proximidade que pode potencializar investimentos futuros, mas também mantém o interesse para rodadas futuras. "É o dia a dia que conta".
Além disso, segundo Hauck, é preciso escolher a dedo quem vai investir e fazer parte do negócio. "Tem que fazer sentido para a empresa e se fundo irá te ajudar", finaliza.
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