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Omie: a aposta de R$ 580 milhões do SoftBank para pequenas empresas

Depois de um susto no começo da pandemia, a plataforma de gestão ampliou seu escopo de clientes e terminou 2020 com crescimento de 70%

Marcelo Lombardo, presidente e cofundador da Omie: “Estamos apostando em uma convergência forte entre o mundo de software e o mundo de serviços financeiros”
Marcelo Lombardo, presidente e cofundador da Omie: “Estamos apostando em uma convergência forte entre o mundo de software e o mundo de serviços financeiros”
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3 de agosto de 2021 às 16:33

Depois de uma corrida das fintechs para conquistar o coração e o bolso das pessoas físicas, agora a disputa está também no campo das pequenas e médias empresas. A plataforma de gestão Omie, fundada em 2013 por Marcelo Lombardo e Rafael Olmos, está na briga e conquistou um sócio de peso: o conglomerado japonês SoftBank.

A empresa anunciou nesta terça-feira, 3, ter levantado uma rodada série C de R$ 580 milhões (US$ 110 milhões), liderada pelo SoftBank Latin America Fund e com a participação da Dynamo, VELT, Bogari Capital, Hix Capital e Brasil Capital, que podem apoiá-la em uma futura abertura de capital nos Estados Unidos. Até então, a startup tinha captado cerca de R$ 110 milhões com os fundos Astella e Riverwood Capital.

"Acreditamos que a Omie está muito bem posicionada para revolucionar o negócio de software de gestão, oferecendo soluções inovadoras para empresas de todos os tamanhos. Com um time talentoso e experiente, a Omie tem muito potencial para crescer e oferecer novos serviços para um mercado gigante e em rápida transformação,” afirma Carlos Medeiros, Partner do SoftBank SBLA Advisers Corp, em nota.

A Omie foi criada como um alternativa aos softwares de gestão tradicionais, usando inteligência artificial e educação financeira para se diferenciar dos outros sistemas disponíveis no mercado. Desde 2019, com o lançamento de sua conta digital, a companhia está construindo um ecossistema de produtos para atender micro e pequenas empresas. “Apostamos em uma convergência forte entre o mundo de software e o mundo de serviços financeiros”, diz Marcelo Lombardo em entrevista ao EXAME IN.

Com a pandemia, a Omie expandiu sua atuação para empresas de porte um pouco maior, que faturam entre R$ 10 milhões e R$ 200 milhões por ano. “Para elas, trocar o sistema de ERP na crise fazia sentido, pois a gente tem um preço muito competitivo”, afirma Lombardo. A startup também conquistou empresas que precisaram digitalizar suas operações, até então mantidas no papel ou no Excel, por conta do home office. No total, a companhia cresceu 70% em 2020.

Diante do crescimento e da oportunidade de conquistar clientes de porte maior, a Omie decidiu fazer uma nova rodada de captação. Os milhões recebidos serão usados para aumentar as parcerias com escritórios de contabilidade, expandir o time de vendas e trazer novos produtos financeiros, como crédito e cobrança, para dentro da sua plataforma.

Além de construir os próprios produtos financeiros, a Omie também vai continuar investindo em parcerias para acelerar a oferta de produtos, como a anunciada no último mês com o banco Itaú. A startup oferece aos mais de 1,5 milhão de clientes pessoa jurídica do banco o seu serviço de ERP. Em contrapartida, os produtos do Itaú estão sendo disponibilizados para a base de mais de 70.000 clientes da Omie. "O ERP é o novo internet banking, as empresas não precisam mais fazer as transações no banco e depois cadastrar no sistema. Agora é tudo integrado”, diz o fundador. 

O movimento de unir gestão com finanças não é exclusivo da Omie. A aquisição da Linx pela Stone por R$ 6,7 bilhões, no ano passado, também tinha o mesmo objetivo. Com foco no varejo, a Stone quer ser a principal solução para as pequenas e médias empresas brasileiras, com um pacote que engloba a maquininha, a frente digital e ainda toda a gestão financeira.

No mundo das fintechs, os competidores também não são poucos. A Conta Azul, que foi criada para ajudar empresas com a gestão fiscal e tributária, hoje já oferece uma solução completa de gestão. Do lado dos bancos digitas, há empresas capitalizadas como Nubank, C6 Bank, Inter, Neon, Cora e Linker disputando as finanças das PMEs. A tendência é que as soluções que conseguirem construir o melhor ecossistema de produtos conquistem o mercado. Mas há espaço para muita gente: de acordo com o Sebrae, há mais de 17 milhões de pequenos negócios no país, responsáveis por cerca de 30% do PIB brasileiro.

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