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Para a Heineken, menos é mais: grupo lança programa contra abuso de álcool

Welab Heineken funciona online, tem 200 vagas, e é focado em jovens de 18 a 24 anos, que vivenciam experiência de autoconhecimento e equilíbrio na vida pessoal

Heineken (Diego Herculano/NurPhot/Getty Images)

Heineken (Diego Herculano/NurPhot/Getty Images)

Victor Sena

Victor Sena

Publicado em 31 de março de 2021 às 15h12.

Última atualização em 31 de março de 2021 às 15h31.

Além de água, lúpulo e malte, o grupo Heineken enxerga o consumo responsável de álcool como outro ingrediente fundamental da sua receita de receita de sucesso. Na empresa, o que impera é o mantra do ex-ceo global da companhia, Jean-François van Boxmeer: “É melhor vender nove cervejas para nove pessoas do que nove cervejas para uma”. 

Para isso, a empresa entendeu que deveria agir além da conscientização e atuar de forma mais prática, principalmente junto do público jovem no Brasil. A empresa lançou nesta semana uma versão online com 200 vagas para jovens de todo o Brasil do seu programa WeLab.

A ideia é abordar com pessoas de 18 a 24 anos questões socioemocionais e desafios da juventude que são o pano de fundo do consumo excessivo de álcool. 

Em 2018 e 2019, o programa passou por versões que podem ser consideradas “piloto” de forma presencial em São Paulo e Rio de Janeiro, com 50 integrantes. Agora, ele deve ganhar escala.

“A gente queria trabalhar num território de mudança de comportamento, com relação ao uso nocivo do álcool”, explica Ornella Vilardo, gerente sênior de sustentabilidade do grupo.

Um episódio de uso nocivo é considerado, em geral, o consumo de cinco doses ou mais em uma única ocasião nos últimos 30 dias. Para mulheres, esse número cai para quatro ou mais.

No caso da cerveja, uma dose é uma latinha. O consumo nocivo, porém, não é o alcoolismo. Segundo Ornella, o alcoolismo deve ser tratado de outra maneira e dentro de um aspecto de saúde pública.

Em todo o mundo, 3 milhões de mortes por ano resultam do uso nocivo do álcool, representando 5,3% de todas as mortes, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde.

Mas como falar sobre consumo excessivo de álcool com jovens? O desafio para a empresa era trabalhar com os jovens de um jeito que tivesse apelo.

A resposta veio deles próprios: em sondagens, eles disseram que não gostariam de um curso de consumo responsável porque achariam "chato", mas adorariam falar de forma mais significativa sobre a vida, uma oportunidade que nem sempre eles têm. No meio dessa conversa, fatalmente o álcool estaria.

O segundo insight que veio a partir do momento em que a empresa foi a campo ouvir como os jovens gostariam de participar do programa. Eles disseram que a relação entre o equilíbrio da própria vida e o de consumo de álcool é direta.

Assim nasceu o programa, que a empresa não chama de curso, mas de experiência e é focado em desenvolver habilidades socioemocionais e empreendedoras. Todo o seu “desenho” foi pensado em parceria com a empresa Maker Brands.

Do autoconhecimento ao empreendedorismo

O programa Welab foi desenhado com 40 horas e a proposta de durar um mês. Nele, os jovens devem colocar em prática principalmente o autoconhecimento, que gera o equilíbrio.

Na visão de Carol Romano, líder de estratégia da Maker Brands, que também é psicanalista, o programa oferece uma oportunidade de ampliar o repertório e de autoconhecimento:

 “Oferecemos a oportunidade deles se investigarem internamente para poder fazer as melhores escolhas, escolhas mais autênticas. O livre-arbítrio tem que estar sempre ali, até no quesito bebida. O que a gente faz é aumentar a possibilidade desse consumo ser qualitativo”.

Na metodologia do curso, uma das primeiras etapas fornece informações sobre quando há um exagero. Também entra uma capacitação sobre soft skills e o estímulo para, depois das discussões, eles empreenderem. A percepção da existência de gatilhos também é fundamental.

"Chega o momento em que eles começam a valorizar o equilíbrio como futuro para eles. Eles pensam: 'poxa, eu exagerar como estou me atrapalha naquilo que eu quero fazer na minha vida, desde coisas pequenas. Começa a ter valorização do consumo equilibrado, que habilita o jovem a conseguir as coisas que ele mesmo deseja", afirma Carol Romano.

“Esse momento dos 18 aos 24 é um momento que a gente tem que fazer as grandes escolhas da vida, como a profissional. É um período de transição difícil. É muita responsabilidade. É nesse sentido que às vezes o álcool vem e isso pode acabar sendo uma coisa negativa”, destaca Carol Romano, , que ajudou a idealizar o WeLab. 

Para o futuro, a empresa acredita que parceria com organizações que atuam com jovens e a digitalização causada pela pandemia devem ajudar a expandir o projeto.

Serviço

Inscrições: 31 de março a 30 de abril

Site: www.welabheineken.com.br

Pré-requisito: ter entre 18 a 24 anos

Vagas: 200 vagas, divididas em duas turmas que serão realizadas entre maio e agosto

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