Negócios

Pão de Açúcar prepara banho de loja no Ponto Frio

Layout dos pontos-de-venda será revisto para atrair os consumidores das classes A e B

Lojas Ponto Frio: repaginação será feita para atrair consumidores da classe A e B (.)

Lojas Ponto Frio: repaginação será feita para atrair consumidores da classe A e B (.)

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.

São Paulo - Uma das grandes dúvidas do setor de varejo foi respondida nesta quinta-feira (9/9) pelo Grupo Pão de Açúcar. Trata-se do destino do Ponto Frio, comprado por Abílio Diniz em meados do ano passado. A rede, que passou anos sem um foco definido enquanto seus antigos controladores oscilavam entre o desinteresse pelos negócios e a busca de um comprador, será dirigida para os consumidores de maior renda.

As 504 lojas do Ponto Frio serão totalmente repaginadas, com aumento de mix de produtos, nova estruturação e ambientação futurista. "Será uma loja high tech, onde os clientes poderão ter contato intuitivo com todos os produtos expostos", afirmou Enéas Pestana, presidente do Grupo Pão de Açúcar.

"A ideia é deixar os espaços em shoppings mais para as lojas do Ponto Frio", afirmou o executivo. As 47 unidades do Extra Eletro, lojas do segmento que eram do grupo, darão lugar a novas lojas Ponto Frio.

Quando o Ponto Frio foi adquirido pelo Pão de Açúcar, os especialistas se dividiram sobre o melhor caminho para a rede. Uma parte defendeu que a varejista focasse em consumidores de alta renda, já que as camadas populares já eram atendidas pela Casas Bahia e pelo Magazine Luiza - dois rivais de peso, na época.

Bandeiras para todos

A associação com a família Klein, no final do ano passado, apenas apimentou a discussão. Isto porque não se sabia, ao certo, se a Casas Bahia e o Ponto Frio seriam fundidas, ou se as bandeiras seriam reposicionadas.

A entrevista coletiva desta quinta-feira mostra que a opção do Pão de Açúcar foi usar as bandeiras para atender todas as classes sociais. Enquanto o Ponto Frio será repaginado para atender a classe A e B, a Casas Bahia continuará focada em clientes das classes B-, C e D.

"As redes se complementam e, com elas, estaremos cobertos em todas as frentes para nos tornarmos referência em lojas de eletro no país", diz Raphael Klein, presidente da Nova Globex - a companhia que vai operar as marcas.

Investimentos

Em 2011, o grupo investirá entre 100 milhões e 120 milhões de reais na repaginação das lojas. As 518 lojas da Casas Bahia serão, aos poucos, reformadas para ganhar um novo layout, que facilitará a disposição dos produtos. "A rede entrou para o grupo com uma personalidade forte, bem aceita e posicionada, e não queremos que isso se altere", disse Pestana.

O executivo também indicou que, ao contrário do Ponto Frio, que vai priorizar pontos em shopping centers, as lojas de rua deverão ser, sobretudo, da Casas Bahia.

A integração das duas redes forma uma gigante da área de eletrônico, eletrodomésticos e móveis. A nova empresa contará com 67.400 funcionários, 1.023 lojas em 12 estados, dívida líquida de 200 milhões de reais e patrimônio líquido de 2,9 bilhões de reais. Em 2011, a previsão é que a receita bruta seja de 20 bilhões de reais.
 

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