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Pandemia parou a Volks, mas não vai adiar investimentos no país, diz CEO

Fábricas da montadora no Brasil ficarão paradas durante 12 dias; presidente da empresa afirma que decisão não irá afetar desenvolvimento na América Latina

Fábrica da Volkswagen, em São Bernardo do Campo (SP): montadora afirma que produção de 2021 não será afetada com a paralisação de 12 dias. (Volkswagen/Divulgação)

Fábrica da Volkswagen, em São Bernardo do Campo (SP): montadora afirma que produção de 2021 não será afetada com a paralisação de 12 dias. (Volkswagen/Divulgação)

Na última sexta-feira, a Volkswagen comunicou a suspensão de atividades relacionadas à produção de todas as suas quatro fábricas no país, nos estados de São Paulo e Paraná. A medida começa a valer a partir de amanhã, 24, e irá se estender por 12 dias corridos - até dia 4 de abril.

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Em nota, a companhia afirmou que manterá em funcionamento apenas as atividades essenciais, como limpeza e logística. A decisão, segundo a montadora, visa proteger a saúde dos funcionários e seus familiares em momento de agravamento da pandemia e alto nível de ocupação de leitos de UTI no país.

Por hora, o Brasil é o único da América Latina para o qual a Volkswagen prevê paralisações. O país enfrenta atualmente o pior momento da pandemia de covid-19, com uma escalada no número de casos e mortes nas últimas semanas.

A suspensão, porém, não impacta os planos ambiciosos da Volks na região. “A produção da Volkswagen em 2021 não será afetada com essa paralisação”, disse, por-email, Pablo Di Si, CEO e presidente da montadora na América Latina. Os investimentos da subsidiária brasileira também não sentirão reflexos imediatos da decisão, segundo o executivo. O novo ciclo de investimentos da Volkswagen para a região será anunciado em breve, afirma.

O lançamento de novos modelos, especialmente os elétricos - que fazem parte de uma estratégia global da empresa rumo à eletrificação total da frota e redução das emissões de carbono -  não serão impactados com a parada repentina, segundo Di Si. Para a América Latina, o curto período não compromete a chegada e “não interfere na estratégia de eletrificação da empresa”, afirma.

A Volkswagen planeja lançar no mercado pelo menos 60 modelos elétricos e 70 híbridos nos próximos cinco anos. O plano da montadora é vender 1 milhão de veículos elétricos até o final do ano e dominar a indústria até 2025, superando até mesmo a líder no segmento, a americana Tesla.

Apesar de coincidir com o momento em que a indústria enfrenta forte escassez de matérias-primas para a produção de carros, como os semicondutores, a Volkswagen afirma que não há influência do cenário na decisão. No início do ano, as rivais Ford e Toyota paralisaram, durante um mês, as operações nos Estados Unidos diante do gargalo na oferta de componentes. A alemã também havia anunciado o reajuste na produção em terras americanas e também na China e Europa.

Na última segunda-feira também foi a vez da Volvo anunciar a paralisação de parte da produção de caminhões na fábrica de Curitiba, em razão da falta de peças, principalmente componentes eletrônicos, junto com o agravamento da pandemia no país.

Segundo Di Si, não haverá qualquer prejuízo financeiro para a montadora em decorrência do período em “congelamento”, e os dias serão compensados ainda no segundo semestre de 2021. A montadora afirma que não haverá demissões, e o pagamento dos empregados não será impactado durante esse período. A estratégia foi acordada em conjunto com sindicatos das regiões onde operam as fábricas.

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