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Pagar tudo no débito ou no crédito: o que é melhor?

As duas modalidades oferecem vantagens para perfis distintos de consumidores; especialista indica qual delas combina mais com o seu estilo de vida

 (MoMo Productions/Getty Images)

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Publicado em 13 de março de 2024 às 10h32.

Se há uma pergunta que todo mundo já cansou de escutar é essa: crédito ou débito? Repetida exaustivamente pelos funcionários de todo tipo de comércio — de bares à supermercados, de restaurantes à lojas de conveniência —, ela representa um dilema que pode impactar, para o bem ou para o mal, as finanças de muitas pessoas.

Quem costuma gaguejar na hora de responder a essa pergunta, pode não ter clareza das diferenças entre uma opção e outra, o que pode dar margem para uma série de problemas. Ao optar pela função de crédito, você não está pagando exatamente com o seu dinheiro. Está fazendo, na verdade, uma espécie de empréstimo automático de acordo com o limite estabelecido pela operadora do cartão.

Em outras palavras, está optando pela função “compre agora, pague depois”. O dinheiro da compra não será debitado da sua conta corrente, mas o valor dela será cobrado na próxima fatura do cartão de crédito. Esta precisa ser paga até a data de vencimento — do contrário, virá acrescida de juros que não costumam ser muito agradáveis.

Um dos maiores erros cometidos por quem tem cartão de crédito, aliás, é utilizá-lo como se se tratasse de um de débito. Este, afinal, está diretamente vinculado ao saldo disponível na conta corrente — ou seja, ao dinheiro que você tem, de fato. O único risco associado a essa modalidade é o de você gastar mais do que tem, o que fará com que você entre no cheque especial — trata-se de mais um empréstimo automático, e que não está isento de juros.

Mas afinal, crédito ou débito?

A resposta, talvez unânime entre os especialistas, é a seguinte: depende. As duas modalidades, afinal, oferecem vantagens distintas e estão associadas a graus de risco bem diferentes. Mais: cada uma delas se adequa melhor a perfis diversos de consumidores. Em resumo, depende do seu estilo de vida e do seu nível de organização.

Há quem defenda que o débito é mais indicado para o pagamento de contas pequenas — de até R$ 50, aproximadamente. Trata-se de uma política que ajuda a manter a conta corrente no azul. Se você não costuma lembrar do seu saldo, é o caminho mais indicado. Daí é só direcionar os gastos mais expressivos para o cartão de crédito — cuja fatura, convém repetir, virá no fim do mês.

“Concentrar os gastos nas duas modalidades ajuda a ter ciência de tudo que foi pago ao longo do mês, pois tudo fica automaticamente ‘anotado’ no app do banco”, observa Maria Eduarda de Andrade Paiva, superintendente executiva do Banco Pan. “O cartão de débito, porém, pode ser mais interessante para pessoas que têm dificuldade para controlar e visualizar os gastos”.

Faz sentido. A função débito, afinal, facilita a vida de quem quer deixar as finanças organizadas assim que o pagamento entra na conta. Pessoas que optam por esse caminho, costumam já separar uma parte do salário para investir — e outra para pagar as contas fixas —, e manter na conta corrente só o suficiente para os gastos variáveis. Daí basta acompanhar o saldo para saber quanto de dinheiro resta até o próximo mês. “Assim fica fácil controlar diariamente quanto já foi gasto e quanto ainda pode ser utilizado”, recomenda a executiva do PAN.

Vale a pena entrar no cheque especial?

Se surgir uma despesa inesperada e você não tiver uma reserva de emergência, pode fazer sentido. “As linhas de crédito com garantia são sempre mais interessantes por oferecer juros menores”, indica Paiva. “Se o cliente não possuir uma linha de crédito com garantia, no entanto, e precisar do dinheiro por menos de 1 mês, o uso do cheque especial pode ser aconselhável. Ele dá um ‘fôlego’ nas contas até que o salário caia na conta”.

Vale lembrar que os alguns bancos dispõem de modalidades de conta corrente nas quais o dinheiro não fica parado. “São opções interessantes, pois fazem com que seu saldo fique rendendo até surgir a necessidade de um novo gasto”, lembra Paiva.

O cartão de crédito, por outro lado, demanda disciplina — convida, afinal, a gastos sem fim. “O limite oferecido é geralmente maior do que a meta estabelecida pelos clientes”, admite a superintendente do PAN. Quem não dispõe do saldo necessário para quitar a fatura mensal, pode entrar no crédito rotativo ou parcelar a cobrança — nenhuma dessas opções, porém, está livre de juros.

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